.

.
.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

CLIMA TENSO EM SERRA PELADA:POLÍCIA IMPEDE INVASÃO DE GARIMPEIROS

Garimpeiros decidem invadir mina e entram em confronto com a PM

A polícia impediu  domingo (25), que cerca de 1.500 garimpeiros invadissem a mina de ouro que está sendo construída pela canadense Colossus, na região de Serra Pelada. Havia uma preocupação, por parte da direção da companhia, de que as obras fossem interditadas ontem pelos manifestantes e que a ação levasse a atos de violência.

Segundo a diretora de comunicação da empresa, Rosana Entler, as obras só voltarão ao ritmo normal quando a polícia informar que o movimento dos garimpeiros estiver terminado. Hoje, segunda-feira, segundo ela, “para preservar a segurança dos nossos funcionários”, muitos dos 1.500 trabalhadores permanecerão em casa.

No fim de semana, a ordem foi deixar apenas um número mínimo de funcionários no projeto. São 80 – entre os quais alguns canadenses. Segundo nota da empresa divulgado ontem, “a tentativa de invasão, anunciada de forma pública e antecipadamente” criou um clima de “coação” sob o qual “é impraticável haver diálogo”.

Rosana disse que pelo que ouviu da Polícia Militar que estava no local da mina, um grupo de garimpeiros se reuniu à tarde na Vila de Serra Pelada — no município de Curionópolis — e seguiu em direção à entrada do projeto. “Pelo que me disseram, tanto policiais quanto funcionários nossos, os garimpeiros não chegaram à portaria, ficaram a uns 100, 200 metros e depois se dispersaram e se espalharam pela vila”.
Garimpeiros decidem invadir mina e entram em confronto com a PM
Uma parte dos 52 mil garimpeiros associados à Coomigasp – Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada – está insatisfeita com a forma de distribuição do ouro que será produzido em Serra Pelada. Pelo acordo inicial, a Colossus teria 51% e os garimpeiros 49%, sendo que os investimentos seriam divididos meio a meio. Em 2010, com a anuência de uma Assembleia Geral realizada pelo então presidente Gessé Simão e da qual participaram mais de 20 mil garimpeiros, determinou que a empresa canadense teria 75% do ouro produzido, todavia a Colossus seria a única investidora financeira.

Por volta das 16 horas de ontem alguns garimpeiros se exaltaram e tentaram invadir o Projeto. A Polícia Militar do Pará, que estava a postos para garantir a segurança, interveio e houve confrontos.
 Garimpeiros decidem invadir mina e entram em confronto com a PM

Pelo Menos sete pessoas ficaram feridas. Algumas delas foram encaminhadas para hospitais de Marabá, Parauapebas e Curionópolis.

Entre os feridos a bala está o presidente do Conselho Fiscal da Coomigasp, Amarildo Gonçalves. Ele foi atendido no Hospital municipal de Parauapebas.

É preciso analisar essa situação de Serra Pelada com muita atenção. Garimpeiros volta e meia são usados por políticos e alguns diretores da Cooperativa com o único objetivo de obterem um  ganho político ou financeiro.

O contrato da empresa canadense, mesmo parecendo imoral, foi homologado pela grande maioria dos garimpeiros e deve ser respeitado, já que, há época, a cooperativa não tinha como colaborar financeiramente nos investimentos, orçados pela mineradora em R$600 milhões.
Os mesmos garimpeiros que agora tentam interditar o projeto deveriam, a bem dos mais de 50 mil associados, manifestarem-se para que a justiça julgue os inúmeros processos que tramitam na justiça do Pará na tentativa de investigar verdadeiros saques ao erário da cooperativa. Dinheiro este que deveria ser usado em benefício dos associados.

Em 2012 a justiça afastou parte da diretoria, dando início a uma verdadeira guerra pela direção da Coomigasp, o que poderia também ser chamado de “corrida ao ouro”, já que as decisões tomadas pela direção da Coomigasp nem sempre beneficiam quem deveria, os garimpeiros.
Garimpeiros decidem invadir mina e entram em confronto com a PM
Por outro lado, alguns ex-diretores da Coomigasp, que buscam na justiça o retorno alegam que esses 1.500 manifestantes não passam de massa de manobra, não representando os mais de 50 mil garimpeiros cadastrados na Cooperativa.

Acredito que o mais certo seria uma intervenção do Ministério de Minas e Energia em Serra Pelada, nomeando uma equipe isenta para gerir os recursos repassados pela empresa canadense. Se isso não for feito teremos que conviver rotineiramente com manifestações iguais as de ontem. Por sorte não houve vítima fatal, mas até quando será assim?

Nenhum comentário:

Postar um comentário