Centenas
de pequenos produtores rurais que tinham o laticínio MJ
Empreendimentos, localizado em Imperatriz, como principal cliente estão
organizando um protesto em São Luís, provavelmente no próximo fim de
semana, contra o não pagamento de uma dívida contraída pelo governo do
estado com esta empresa, o que acabou inviabilizando também seus
negócios. Os manifestantes ameaçam, inclusive, derramar leite em frente
ao Palácio dos Leões e à Assembleia Legislativa, a fim de chamar atenção
das autoridades e da população para o problema que estão enfrentando
com esta crise.
Como noticiou o Jornal
Pequeno na edição deste domingo, entre novembro e dezembro do ano
passado, 54 prefeituras conveniadas com a Secretaria Estadual de Saúde
(SES) receberam mais de 1 milhão de litros de leite, mas até o momento a
quantidade fornecida não foi paga pelo governo do estado, por uma série
de embaraços burocráticos. Com o não recebimento do dinheiro, o
laticínio foi obrigado a suspender suas atividades, o que pode resultar
na demissão de mais de 100 trabalhadores (cerca de oitenta deles já
estão de aviso prévio) e a suspensão do recebimento do leite que era
fornecido por mais de 700 pequenos produtores, de várias regiões, com
uma produção média de 27 litros de leite/dia.
Manifestação
– Os manifestantes estão se organizando em Zé Doca, Santa Inês,
Pedreiras, Bacabal, São Mateus, Santa Luzia e outros municípios onde o
leite era captado e levado para Imperatriz, para, depois de
pasteurizado, ser entregue a 54 prefeituras, que faziam a distribuição
gratuita em comunidades carentes. De acordo com um dos manifestantes,
com o fechamento do laticínio, eles ficaram sem ter para quem vender sua
produção e o leite agora está se estragando em suas propriedades.
A
soma dos empregados e dos pequenos criadores chega a mais de mil
famílias, ou seja, algo em torno de 5 mil pessoas hoje praticamente sem
renda, bem como estão sendo prejudicados aqueles que prestavam serviços a
esses fornecedores do laticínio. Com o protesto, os manifestantes
querem dar uma repercussão estadual do problema, já que também
contraíram dívidas que não podem pagar por estarem também sem receber
pelo que venderam.
Pagamento
– Ontem, o secretário de Saúde, Ricardo Murad, se manifestou sobre esta
crise. Segundo ele, tão logo a MJ Empreendimentos apresente os recibos
da entrega do leite, assinados pelos pequenos produtores, o pagamento
será liberado. Os fornecedores, conforme o secretário, devem estar
inscritos no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf). “Enquanto não
forem apresentados esses recibos, o pagamento não será efetuado”, disse
Ricardo Murad. A empresa diz ter todos os atestados de entrega do
produto, assinados por funcionários credenciados pela Secretaria de
Saúde para recebê-lo.
Em fevereiro
deste ano, ao realizar um curso para gestores municipais sobre a
importância da distribuição do leite, o secretário-adjunto João Batista
Fernandes foi taxativo: “É preciso comprometimento dos gestores porque
este programa beneficia pessoas carentes e que necessitam deste alimento
para superar suas condições de vulnerabilidade. Temos sempre que
trabalhar para melhorar as ações em função destes beneficiados”. O
programa, de acordo com a notícia publicada no site da Secretaria de
Saúde em 01/02/2013 beneficia crianças de dois a sete anos, idosos a
partir de 60 anos, gestantes (desnutridas ou em situação de risco
nutricional) e nutrizes.
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