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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Nigéria declara guerra aos gays


BAUCHI, Nigéria ‒ O jovem gritava ao ser açoitado no banco do próprio tribunal. O chicote de couro do oficial de justiça estalou vinte vezes e, quando acabou, as costas e o tronco do rapaz estavam cobertos de ferimentos.
Apesar disso, a multidão do lado de fora estava decepcionada, como o juiz bem lembrou; afinal, o castigo para o sexo gay, de acordo com a lei islâmica local, era a morte por apedrejamento.

 "Ele deveria ter morrido", disse o juiz, Nuhu Idris Mohammed, orgulhoso da própria tolerância no dia do julgamento, em janeiro, nesse tribunal islâmico. O oficial demonstrou a técnica que usou: chicote no ombro, toda a força para baixo.
A tolerância é zero nessa metrópole nigeriana onde nove pessoas acusadas de serem gays pela polícia islâmica estão cumprindo pena no presídio central. Segundo moradores e policiais, choveram pedras e garrafas na entrada do tribunal; no meio da multidão tinha até quem quisesse incendiar o prédio, disseram testemunhas.
Desde que o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, assinou uma lei que criminaliza a homossexualidade no país, em janeiro, as prisões de gays se multiplicaram, ativistas tiveram que se esconder, os mais assustados foram buscar asilo em outros países e a imprensa começou a pedir mais repressão.
O sexo gay é ilegal na Nigéria desde os tempos coloniais, mas as condenações eram raras no sul e ocasionais no norte de maioria muçulmana ‒, mas a nova lei proíbe o casamento de pessoas do mesmo sexo e vai muito além, condenando a dez anos de prisão aqueles que, "direta ou indiretamente exibirem publicamente relacionamentos gays". E também pune qualquer um que participar de clubes, sociedades e organizações homossexuais ou que as apoiar, gerando muitas críticas internacionais.
Retirado do Ultranet

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