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sexta-feira, 9 de março de 2018

Tuntuense se forma em jornalismo no DF e produz documentário na Amazônia

 Wendel Alves de Sousa, 36 anos, conta como foi à jornada até a realização do sonho.
 Jornalista Wendel Alves de Sousa


Por Cleiton Barboza
Aulas, estágio, edição e monografia. Foi assim a rotina de Wendel Alves de Sousa, ou apenas “Wendel A.S”, cidadão tuntuense, durante o tempo em que cursou jornalismo em Brasília. O jovem de 36 anos se mudou para o DF, em 2013, para trabalhar e realizar o seu sonho. Se formar em jornalismo.
Não é de hoje que tuntuenses buscam oportunidades em grandes centros como São Luís, Teresina e o Distrito Federal. Brasília, inclusive, já em sua criação, contou com o apoio dos nordestinos e nortistas para erguer a Capital Federal de todos os brasileiros. À época, Wendel não pensou duas vezes em trilhar o mesmo caminha de seus antepassados, tendo em vista que já tinha morado na capital em 2009.
Para o agora jornalista, a nova profissão vem carregada de responsabilidades, mas também é uma forma de ajudar e dar voz a quem precisa: “O Jornalismo antes de tudo é uma responsabilidade para com a sociedade. Comunicação é coisa muito séria. O que seria de nós sem a comunicação? Mas junto com a responsabilidade, fazer Jornalismo é prazeroso, e a faculdade me ajudou a aprimorar a forma de como apurar, filtrar e divulgar fatos noticiosos”. Conta Wendel, e acrescenta. “Escolhi o curso para poder ajudar pessoas com a informação. Compreendo que agora tenho uma dívida com a sociedade, pois apenas 16% da população brasileira conseguiu cursar o ensino superior”. Pontuou.
https://www.youtube.com/watch?v=JzMTbtNyUCU&t=6s

Além das dificuldades enfrentadas com a adaptação na nova rotina, Wendel sofria com outra situação, a falta de dinheiro para custear as despesas no dia a dia na Capital: “As dificuldades foram muitas. Muitas mesmo. Principalmente financeiras, que complicavam coisas básicas do dia a dia, até a realização do curso. Que só foi possível graças ao financiamento público (FIES)”. Explicou.
“Além disso, usei muita força de vontade e, é claro, busquei por informação que viabilizasse a conclusão da minha faculdade. Junto a isso, foi imprescindível o apoio da família e de amigos. Sem este suporte, nada seria possível”, confidenciou o ex-universitário.
O formando em Jornalismo ainda lembrou que, no processo de emigração, é comum que conterrâneos se encontrarem nas grandes cidades. “Tive muito apoio da família Carvalho, na pessoa de dona Edelcy (Filha de seu Pedro Conceição) e seus filhos, sobretudo o Alécio e a Silvane. Eles me deram um suporte muito grande. Sou muito grato a todos”, destacou.

TCC

Link do doc no youtube www.youtube.com/watch?v=JzMTbtNyUCU&t=6s
Após vencer as adversidades financeiras, o então estudante teve que enfrentar mais um novo desafio, o Projeto final de Conclusão de Curso (TCC), um dos requisitos para se obter o diploma. Wendel escolheu fazer um documentário sobre o tema globalização, por gostar de dar maior realismo e reforçar as histórias contadas pelos próprios personagens. Assim surgiu “Comunidade Boa Esperança: Esquecida pelo Estado, impactada pela mídia”, que conta como mesmo com a globalização, os ribeirinhos da comunidade Boa Esperança, localizada no Pará, continuam negligenciados pelo Governo.

“A escolha do tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) surgiu a partir do debate que existem em torno do processo de globalização. Processo que de globalizado mesmo só temos a informação, mas não o padrão de consumo e de serviços como educação e saúde oferecidas igualmente para todos”.
Para gravar o documentário, Wendel contou com a ajuda de amigos e parentes para ajudar nos custos da viagem. “Para realizar o documentário, além do apoio financeiro de amigos e parentes, contei com a ajuda da agroecologista alemã Ariane Wagner, que conseguiu o contato da líder de movimento social e vice-presidente da CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) Edel Morais, que nos levou até a Comunidade Bela Vista”, relata o jornalista, que viajou 9 horas de barco para chagar ao local.
Wendel ainda contou com a ajuda de moradores locais, como o seu Dudu e Dona Miracélia, que o hospedaram em sua casa durante a viagem do tuntuense a Belém – PR. “Quando chegamos lá, ficamos na casa de uma família que nos deu todo o suporte necessário. Sem a ajuda deles não seria possível. E destaca: “Tivemos sorte por encontrar pessoas muito comunicativas, tal como a própria Edel Morais e o senhor Nicodemos. Ajudou demais na narrativa do documentário. Pois a comunidade é muito engajada nas questões sociais, vide o documentário”.

Futuro
Formado pela Faculdade Anhanguera de Brasília – FAB, Wendel A.S inicia os próximos passos da carreira, curta, porém promissora na profissão - Wendel A.S. já escreveu para a Agência Brasil e produziu vídeos para o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília -, após concluir seu TCC.
“A experiência de pôr em prática toda a teoria adquirida na faculdade foi uma experiência muito positiva. Agora vou continuar e sempre buscar fazer outros cursos que me qualifiquem ainda mais para me destacar no mercado de trabalho. Sei que para se sobressair nessa profissão é necessário estar preparado”, concluiu.

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