.

.
.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Justiça torna ilegal a greve de professores

O desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), Marcelo Carvalho, decretou ontem liminar que tornou ilegal a greve dos professores da rede estadual de ensino. A decisão do desembargador Marcelo Carvalho suspendeu o movimento grevista que foi iniciado no dia 1º deste mês e que completou 17 dias.
Além de decretar ilegal o movimento grevista do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), o desembargador determinou multa diária de R$ 50 mil se a greve não for imediatamente encerrada. Também consta na decisão do TJMA o desconto em folha dos dias não trabalhados pelos professores.
Os argumentos que sustentaram a decisão do desembargador foram que o decreto de greve por tempo indeterminado não respeitou o período de negociação, que, segundo o Governo do Estado, não estava ainda esgotado. Outro ponto defendido a favor do governo é que o Sinproesemma não avisou da decisão de paralisar 48 horas antes, como prevê a Lei 7.783/1989. Além disso, o comando de greve não manteve o percentual mínimo de professores em sala de aula.
Professores – O Estado entrou em contato com a direção do Sinproesemma, que informou que o sindicato ainda não foi notificado da decisão do TJMA. No entanto, ao ser notificado pretende manter o movimento grevista por não concordar com os argumentos usados para o deferimento da decisão de ilegalidade da greve.
A secretária-geral do Sinproesemma, Janice Nery, explicou que todos os procedimentos legais foram tomados ao decretar a greve. “Garantimos que o sindicato vai recorrer da decisão do Tribunal, pois respeitamos desde o início todos os direitos de greve”, garantiu a sindicalista.
A greve - Os professores decretaram greve por tempo indeterminado no dia 1º deste mês e na pauta de reivindicações os pontos principais são: encaminhamento e a aplicação imediata de tabela salarial com base na Lei do Piso; e a aprovação imediata do Estatuto do Educador, acordado com o governo em 2010.
Segundo o sindicato, a recomposição salarial com base no piso seria de 40%. A proposta do Governo do Estado foi de encaminhar para a aprovação na Assembléia Legislativa do Maranhão o pedido de reajuste salarial para 2012 e 2015. O sindicato não aceitou e diminuiu o pedido de reajuste salarial para 25% de forma imediata e o valor restante seria encaminhado para aprovação para 2012 e 2015. O governo apresentou a contraproposta de 10% de reajuste para outubro de 2011 e o restante para 2012 e 2015.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sessão solene: Câmara homenageia as mulheres tuntuenses

Há tempos que a galeria da Câmara não tinha um publico tão seleto e especial: mulheres; mulheres sendo homenageadas pelo Poder Legislativo. Entre elas empregadas domésticas, professoras, liberais, donas de casas, enfim, todas as representantes das diversas categorias femininas estavam presentes. A autora do requerimento e da grandiosa idéia, a vereadora Lêda Bílio, discreta como sempre, foi a primeira a usar a palavra afirmando que enviará dois projetos, um para criar a semana da mulher e o outro para instituir um diploma as mulheres de destaque.




A esposa do vereador Orleans Moreira Cruz, Oldy Cruz enalteceu a importância do dia e ainda ressaltou o nome de várias personalidades femininas do município. A primeira dama do município Maria Suami Oliveira Cunha, enfatizou a grandeza das mulheres e os espaços que elas vem conquistados nos três poderes. A empresária do ramo de combustíveis e ex vice prefeita em duas ocasiões, Ana Isabel Fernandes Azevedo, antes de sua fala, pediu que todos rezassem uma Ave Maria pela saúde de dona Maria Helena Cunha, mãe de seu ex marido Cleomar Tema que se encontra em São Luís se recuperando de uma intervenção cirúrgica. A ex vice prefeita com sua velha e boa eloqüência destacou a bravura das mulheres no seio da sociedade, segundo ela, sem perder a ternura. Antes de concluir ela leu uma mensagem do secretário de Agricultura, seu esposo Cláudio Azevedo, parabenizando as mulheres.



Em seguida a chefe do Cartório Eleitoral, Iva Cunha leu uma bonita mensagem descrevendo a importância da mulher. A coordenadora pedagógica Wlga Alves falou da grandeza das mulheres e externou sua alegria pela iniciativa da vereadora Leda. O vereador Orleans Moreira a título de exemplo citou o nome da presidenta Dilma Roussef e a governadora Roseana Sarney afirmando que as mulheres não são mais discriminadas. O vereador Marcus Cunha pediu que todos orassem pela saúde de sua tia Maria Helena que passa por um momento delicado. O vereador ainda citou a bravura de Maria Helena quando perdeu o marido com pouco mais de 30 anos de idade e consegui formar todos os filhos. “Hoje nós temos os filhos ilustres de Tuntum, saíram do ventre de dona Maria Helena”, disse o vereador Marcus Cunha. O secretário de Articulação Política, Josinaldo Carvalho Bílio destacou a preparação da mulher quando assume qualquer cargo. Bílio ainda expôs a pouca quantidade de representantes femininas nas casas legislativas, afirmando que ainda é pouco pela capacidade que a mulher tem.



O secretário de Educação, Antonio dos reis Barros Teixeira, sorridente disse que é uma grande felicidade trabalhar ao lado de muitas mulheres e que escolheu uma profissão em que a maioria é mulher. Antes do encerramento foi sorteado vários brindes doados por ana Isabel, Oldy Cruz, maria Suami e Lívia, esposa do vereador Jaidran Brito.  Em entrevista ao programa Jogo Aberto, comigo na rádio FM Nova Esperança, o presidente Jaidran Brito, muito contente, comentou da possibilidade do evento ser comemorado todos os anos pela Casa. ‘Nós já deixamos a disposição de todos os vereadores que se manifestem nessas questões de datas comemorativas, havendo manifestação de interesse da população a Câmara vai estar disposição e iremos sim realizar qualquer evento que venha a ser aprovado no plenário da casa legislativa”, afirmou o presidente. Após a sessão solene foi servido um coquetel.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Rápidas do Lobão

QUEM TEM UM TERRENO PRA VENDER?

È o que andava perguntado alguns funcionários da Cemar (Companhia Energética do Maranhão). A intenção da companhia é de construir um escritório no município, isso depois, se não estou enganado, de decisão da justiça. Hoje pela manhã um funcionário disse que agora a missão será de uma imobiliária e que as instalações terão que ficar pronta até julho. Antes tarde do que nunca, pois já era tempo, chega de ligar pra um tal de zero oitocentos.
FPM EM QUEDA

 
Isso mesmo. O FPM (Fundo de Participação do Município) pra tristeza do prefeito não foi o mesmo do dia 10 passado, sofreu uma drástica queda e chegou aos cofres do município muito minguado, não dando nem pra pagar os funcionários causando uma enorme dor de cabeça no secretário de Finanças, Antonio Joaquim Neto, (o Tontonho) que vai ter que se virar nos trinta pra fechar as contas. No mês passado a parcela atingiu um pouco mais de 500 mil reais, hoje entrou somente cerca de 200 mil. Com a perda em torno de 300 mil ficou comprometida a folha de pagamento dos funcionários que chega a quase 250 mil reais, claro sem falar os fornecedores. Com o bom trocado do último mês foram pagas quatro secretárias em atraso. Se não tivesse havido a queda a intenção era de pagar o restante dos atrasados.
 
ARVET TERÁ NOVO PRESIDENTE

 
O secretário da Associação Recreativa dos Veteranos de Tuntum (Arvet), José Carvalho Neto (o Netão), me falou agora pouco que irá marcar a data pra próxima eleição para o dia 8 de abril. Enquanto a eleição não chega os candidatos correm atrás dos eleitores que são ao todo 70 associados fundadores com direito a voto. Até agora pretendem disputar a eleição Jeordânio Bezerra e Idaspe Sebatião Silva. Segundo um eleitor de Bezerra ele já tem garantido 43 votos, o suficiente pra levar a eleição. Mas já segundo o eleitor e cabo eleitoral Marcelo Kennedy, Sebastião Silva será presidente por mais uma vez, pois já tem confirmados 42 votos. Eu, que também sou sócio, prego o consenso entre todos os associados pra que não haja divisão no grupo, como sempre acontece prejudicando o trabalho do presidente eleito que passa a ser pressionado pelo lado perdedor. Com o consenso temos a chance de aclamar um presidente pra todos.
 
TUNTUENSE MORRE NO DUTRA

 
Faleceu na madrugada de ontem em São Luís, no Hospital Universitário, o Dutra, o jovem Silas Teixeira Paiva, de 19 anos. O jovem que residia no bairro Mil Reis havia sido internado no dia 24 de dezembro depois de sofrer um acidente em uma motocicleta. Silas ainda passou por duas intervenções cirúrgicas na cabeça, mas devido as complicações do pós operatório sofreu uma parada cardíaca. Ele era filho de Luzenir Teixeira Paiva e Leandro Alves Paiva. O sepultamento ocorreu hoje pela manhã.







terça-feira, 8 de março de 2011

Oito de março: Dia Internacional da Mulher

Em nome dessas poucas mulheres, o blog parabeniza todas as mulheres de Tuntum que com bravura continuam a contribuir para o valoroso crescimento de nossa sociedade.



'Dona' Conceição (Conceição do Berto)
'Dona' Raimunda do Daguia e crianças especiais
Acácia (tabeliã)

'Dona' Raimunda Alves, a  Raimunda do Abílio

Lara Maryanne (filha de Deusimar e Rauriane)

'Dona' Maria Josefina (aposentada, 98 anos)

Antônia Borges de Carvalho (catequista)

Lêda Bílio (vereadora)

'Dona' Maria Mendes (aposentada)
'Dona' Fátima (doméstica)


MULHERES ETERNIZADAS -in memoriam


Dona Justina (Justina da limpeza)
Dona Celina Batista (mãe do Luisão)
Dona Edite Andrade (mulher do Paulo Andrade)
Dona Purcina Alves (Erotildes do Raimundinho Benvinda)
Dona Cledite Carvalho (mulher do Edvaldo Carvalho)
Rita Pereira Diniz (mulher de Raimundo Mendes diniz)
Dona Júlia (Júlia do Dodô)
Dona Umbilina (Dona Bila)
Dona Marcelina (mãe do Mailon)
Dona Pedrina Fernandes (mãe do vereador Jaidran)
Dona Rocilda Andrade (mãe de Ana Isabel)
Dona Angélica (mulher do Dedé Gordo)
Dona Creuza Uruçú (dona Creuza do hotel Uruçú)
Mãe Belinha (mulher do ex prefeito José Uruçú)
Dona Raimunda Basílio (família Basílio)
Dona Maria do S. Alencar Saraiva (mulher do Osano)
Dona Conceição (mãe do Lourival Tavares)
Raimundinha Pinheiro (mulher do João Pinheiro)
Dona Quitéria (mãe do Piruca)
Dona Valdete Gonçalves (ex vice prefeita)
Dona Lia (mulher do João Ferreira)
Dona Corina (mulher do Antonio Franco)
Dona Cotinha (enfermeira)
Dona Maria Uruçú Matos (mulher do Mestre Elias)
Dona Mariazinha (esposa do Geraldo Mecânico)
Dona Raimundinha (esposa do Dja)
Núccias (filha do Edgar)
Elda Viana (filha do Domingos Viana)
Dona Teresa (Teresa do Dionísio Benvinda)
Dona Clarice (Clarice do Acrísio Pedreiro)
Dona Luzia Léda (Dona Nenen)
Dona Maria (Maria do Luizinho da agência)
Dona Biluca (mulher do Manoel Borges)
Dona Neuza Andrade (mãe do Flodoardo)
Dona Maria do Socorro C. Bílio (mãe do J. Bílio)
Dona Emerência (mãe do Osmir, S. Gonzaga...)
Dona Tiroca (mulher do seu Leonardo)
Dona Marina (professora)
Dona Ernilde (filha do ex prefeito B. Teixeira)
Dona Maria Secretária (profª e sec. da prefeitura)
Neide (filha do Juá Açogueiro)
Nilvânia (neta do Mestre Rosa)
Mãe Velha (mãe do Valdé)
Tia Eliza (da casa do Dedé Gordo)
Rita Pereira (mãe da Mª. Pereira, Luzenir...) 
Cléide Alves Silva (a Cléide do Abílio)
Evânia (mulher do Ruberval do povoado Arroz)
Dona Carmosina (mãe do Juarez do Bar)
Dona Amélia do Mercado
Dona Dulce (mãe da Marly Batista)
Dona Teresinha (mãe da Edelci Varão)
Dona Cândida (avó do Paulo e do chicão do Berto)
Dona Isabel (avó da Edite cabeleireira)
Dona Maria Gonçalves  (mãe da Deva)
Dona Antonia Andrade (esposa do José Andrade)
Dona Antônia Andrade (avó da Ana Isabel)
Dona Tereza Andrade
Dona Etelvina Andrade
Dona Alice (mulher do ex vereador Jonas de Sousa)...

OBS: Por esquecimento há muitas tuntuenses fora da relação, caso queira acrescentar encaminhe o nome.





sábado, 5 de março de 2011

Rigo Teles deve ser o próximo alvo da PF

Do blog do Décio Sá


Não é preciso ser nenhum expert em investigação policial para saber que um próximos dos alvos da “Operação Astiages”, sobre a roubalheira em Barra do Corda, é o deputado Rigo Teles (PV).
No mês passado o pai, a mãe, dois irmãos, e um cunhado e uma cunhada do deputado foram alvos dos federais. Os pais só não foram presos porque conseguiram habeas corpus antes de serem alcançados pelos federais.
Avião bimotor do deputado Rigo Teles estaria em nome do laranja Moacir Mariano Silva. Fotomontagem JP
A confusão com Rigo Teles acontece por conta da apreensão do avião bimotor prefixo PT-EYW EMB810-C. Segundo a PF, a aeronave está em nome do “laranja” Moacir Mariano Silva, que foi preso. Silva mora numa casa de taipa, mas, com renda mensal de R$ 1,2 mil, emprestou sua conta bancária para Pedro Teles, irmão de Rigo, movimentar R$ 4,5 milhões em 2008 e 2009, segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Rigo Teles assumiu ser proprietário do avião, mas a aeronave não aparece em sua gorda declaração de bens informada à Justiça Eleitoral ano passado. Afirma que o registro do avião na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), datado de 16 de junho de 2010, só chegou às suas mãos no mês seguinte, quando ele já havia enviado sua declaração de bens ao TRE, totalizando R$ 5,6 milhões. Na eleição de 2006, ele declarou possuir R$ 2,2 milhões em bens. Entre as duas eleições sua evolução patrimonial foi de 154%.
Rigo seria o proprietário de um helicóptero também apreendido pela PF. A aeronave estaria em nome de uma enfermeira sobrinha dele.
De tudo isso se deduz que a PF não incluiu o parlamentar como alvo da operação no primeiro momento por ele ter foro privilegiado no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região (Brasília), o que levaria todos os acusados para o mesmo tribunal. Isso dificultaria muito o desencadeamento da “Operação Astiages”.
Agora com os depoimentos, documentos e as apreensões feitas, a PF pode embasar melhor um possível indiciamento de Rigo Teles.
É isso que deve acontecer.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Profissionais de educação da Rede Estadual de Ensino em Tuntum aderem à greve.


Todas as escolas da Rede Estadual de Ensino no município de Tuntum pararam suas atividades profissionais aderindo a convocação de greve do sindicato que representa a categoria em todo estado. Hoje pela manhã todos os profissionais da rede saíram em caminhada da ‘Escola Bandeirantes’ percorrendo as ruas da cidade. Vestidos de preto, simbolizando luto, o grupo de mais de 50 pessoas que tinha a frente um carro de som, esclareciam as razões da paralisação. Segundo um dos professores são ao todo 22 reivindicações, mas as importantes é a aprovação do estatuto do servidor e o reajuste salarial.

Executivo encaminha três projetos de lei e vereadora Leda Bílio propõe homenagem às mulheres

O Chefe do Executivo encaminhou a sessão de hoje três Projetos de Lei para serem apreciados e votados pelo Legislativo. De acordo com a mensagem o projeto de nº 861, se aprovado, irá disciplinar e organizar o Sistema de Ensino do Município. O de nº 862 dispõe sobre a regularização, alienação e uso de bens imóveis públicos, além de outras providências. O projeto de nº  863 pleiteia regulamentação das atividades do serviço de automóveis de aluguel nos limites do território municipal.
            Em seguida foi colocado em discussão o requerimento da vereadora Leda Bílio que pretende homenagear as mulheres tuntuenses numa sessão solene. A vereadora em seu requerimento sintetiza a luta incansável da mulher no seu dia a dia, buscando conquistas, alcançando valores e contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento da nossa terra.

 Na tribuna a parlamentar disse que a Câmara não pode deixar de comemorar o oito de março, que é comemorado em todo mundo. Ainda na sua fala ela disse que as mulheres ainda têm uma participação pequena na vida pública. Como exemplo ela citou o nome da presidenta Dilma Rousseff. “Nós como mulheres temos uma participação muito pequena nos órgãos públicos. Então nós queremos a cada dia alcançar o nosso espaço e já temos aí com exemplo a presidenta Dilma”. Leda pediu empenho do presidente Jaidran Brito no sentido de divulgar a solenidade de homenagem que será feita na próxima sessão, dia 11. 

Obs: O artigo só foi publicado agora em razão da falta de conexão com a rede.        

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ministro da Agricultura garante recursos no combate à aftosa



Ministro da Agricultura garante recursos no combate à aftosa

Do Jornal OEstado do Maranhão
Apesar do corte de 51% no orçamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o ministro Wagner Rossi garantiu ao secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Cláudio Azevedo, que não haverá redução no repasse de R$ 2,4 milhões para o combate à febre aftosa no Maranhão.
Cláudio Azevedo, que estava acompanhado do secretário-adjunto da Sagrima, Raimundo Coelho, teve a confirmação de que o repasse dos recursos será mantido durante reunião dos secretários de Agricultura do Nordeste com o ministro Wagner Rossi. O encontro aconteceu, em Brasília, no gabinete do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Os recursos foram garantidos também para outros seis estados do Nordeste e o leste do Pará, que também são classificados como zona de médio risco contra a febre aftosa. O investimento tem como objetivo auxiliar os estados no cumprimento das metas acordadas com o Ministério para que, juntos, sejam reconhecidos nacionalmente como zona livre de febre aftosa, o que deve acontecer até o fim deste ano.
A previsão é de que em maio de 2012 esta certificação seja feita internacionalmente pela Organização Internacional de Episotias (OIE).
O secretário Cláudio Azevedo informou que durante a reunião o ministro Wagner Rossi solicitou aos secretários que conversassem com os governadores de seus respectivos estados sobre a necessidade do empenho também do governo estadual. "Já tínhamos conversado na semana passada com os secretários da Casa Civil e do Planejamento, que nos garantiram que o Estado contribuirá com a contrapartida dos recursos. Também iremos reforçar as ações de fiscalização, atualização do cadastro de propriedades, cobertura vacinal e controle do trânsito de animais", afirmou ele.
Também participou da reunião com o ministro Wagner Rossi, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, que esteve em São Luís prestigiando a solenidade de posse do novo diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), Fernando Lima.
Ações - Para Fernando Lima, os recursos vão contribuir muito para as ações de combate à febre aftosa. "Os recursos do convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento serão utilizados na vigilância epidemiológica com visita às propriedades rurais, reforço da estrutura de atenção veterinária dos escritórios regionais e locais da Aged e também na fiscalização realizada pelas barreiras zoofitossanitárias fixas e volantes", explicou ele.
Atualmente, o Maranhão é classificado como zona de médio risco contra a febre aftosa, o que restringe a comercialização e a participação do gado em feiras agropecuárias.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sertanejos participam de encontro regional pela emancipação de novos municípios

Os representantes do povoado Belém, liderados por Josivan Carvalho Bílio e Nelcides Escócio de Meneses participaram hoje, em Vitória do Mearim, de mais um encontro pela emancipação dos novos municípios maranhenses. O encontro movimentou representantes de municípios interessados em se emanciparem politicamente.


            O encontro objetivou a criação de um documento a ser entregue na Câmara Federal favorável a criação de novos municípios no estado e em todo o país. Os líderes que encabeçam o projeto pretendem com brevidade sacudir a Explanada dos Ministérios com diversas caravanas para pressionar o governo a tomar uma atitude favorável a criação dos novos municípios.
              Fortalecendo o encontro estavam presentes os deputados Neto Evangelista, Carlinhos Florêncio, Rubens Júnior e André Fufuca. ‘O encontro foi muito proveitoso e nós vamos continuar com a nossa luta’, afirmou agora a tarde Nelcides Escócio de Meneses, um dos líderes do povoado Belém. Esse já é o terceiro encontro de lideranças de municípios que buscam a emancipação política.

Prefeitura qualifica serviço de iluminação pública.

Eletricista Edimar 

A ordem é qualificar o serviço de iluminação pública de todas as ruas e avenidas da cidade, que em alguns locais está precário sendo alvo de reclamações da população. Uma equipe coordenada pelo funcionário Júnior Ceará está percorrendo rua por rua verificando a necessidade, principalmente da troca de lâmpadas, luminárias e reatores, mas existem locais que somente a limpeza nos conectores, às vezes impregnados de crosta resolve o problema, volta a funcionar normalmente.



Equipe de iluminação pública

A equipe que iniciou os trabalhos hoje pela manhã do povoado Arara diz que não vai ser fácil, pois requer muito tempo e paciência. Os profissionais que já concluíram o bairro Tuntum de Cima pretendem agora, no período da tarde, iluminar a orla do Piscinão que tem praticamente todas as lâmpadas quebras e algumas luminárias furadas a tiro, uma completa ação descabida de vândalos. Hoje a depredação é o maior agravante de parte da precariedade de todo o conjunto de iluminação pública no município, pagando o preço a população em geral.

terça-feira, 1 de março de 2011

Filho de tuntuense que estava na Líbia chega ao Maranhão

Engenheiro Emil Carvalho

Chegaram nesta terça-feira (1º), em São Luís, os maranhenses que tiveram dificuldades para sair da Líbia, país onde ocorrem os conflitos contra o coronel Muammar kadahfi, no poder há mais de 40 anos. Os parentes estavam ansiosos pelo reencontro. Entre os que chegaram estava o engenheiro civil Emil Carvalho, filho do tuntuense Raimundo Messias Gomes Carvalho. Ele estava há um ano e meio no país trabalhando para a construtora Queiroz Galvão. 
Adaptado do Imirante.com  

Nova enquête: Cleomar Tema sairá candidato em 2012.

No mês passado a enquête tinha como tema a obra prioritária que o município está necessitando no momento. Entre as votadas o recapeamento asfáltico  foi a que obteve mais votos. Em uma conversa reservada com o gestor municipal ele me disse que está tentando viabilizar um projeto desse nível junto ao Governo do Estado, inclusive todo o trabalho de medição já foi realizado, vamos agora esperar a sensibilidade do governo.
            A enquête que se iniciará agora a noite trata, talvez, do assunto mais debatido no momento, a candidatura do ex-prefeito Cleomar Tema em 2012. Segundo informações advindas da população, Cleomar Tema afirma publicamente seu desejo de retornar ao comando do município. Para os mais céticos, em razão de problemas que poderão surgir, ele poderá desistir de concorrer em favor da esposa, do filho ou de outro pretendente seu. Em cima, a sua direita, tem a seguinte pergunta: Cleomar Tema sairá candidato em 2012? Você tem trinta dias para dizer sim ou não. 

  

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Definidas as bandas para o carnaval tuntuense

A torcida adversária vai quebrar a cara, isso porque muitos torciam pelo o insucesso do carnaval 2011 esperando um fracasso por parte da prefeitura na contratação das bandas. Agora pouco tive uma conversa por telefone com o prefeito e ele me confirmou o nome das bandas que irão fazer os quatro dias de festa no Piscinão. As bandas Cristal Elétrico, Balli e Bam Bam Bam farão a animação do evento que levará ao delírio milhares de pessoas no corredor da folia.

            O músico tuntuense, Mizael Teixeira e sua banda ficaram com duas noites. Balli e Bam Bam Bam se apresentarão uma noite cada. A abertura do espetáculo da folia será feita pela conhecidíssima banda Bali que já lançou vários cds. No domingo o Cristal Elétrico fará sua apresentação com um repertorio mais do que recheado. Na segunda quem subirá no palco é a banda baiana Bam Bam Bam. No encerramento da festa a dose será repetida com Cristal Elétrico.
            A situação não é boa, como muita gente sabe, mas o prefeito jamais deixaria de realizar um evento da magnitude do carnaval por falta de bandas. Tradição cultural é tradição cultural, tem que ser respeitada. Daqui a pouco a mesma torcida adversária apregoará de cima a baixo dizendo que o dinheiro daria pra isso e pra aquilo, mas na verdade todos estavam loucos da vida pela não realização, pois só assim teriam um motivo maior para sacrificar o prefeito.  
              


Ibecec forma novos profissionais no jornalismo técnico

O Instituto Brasileiro de Estatística, Cultura, Educação e Comunicação -IBECEC – formará mais uma turma de profissionais técnicos em jornalismo, agora em Barra do Corda. Instituto tem cursos em várias cidades do interior, entre elas está também Viana, Bacabal e até São Luís.

Turma em sala de aula

O diretor do instituto, jornalista Élbio Carvalho, repórter da Tv Mirante/São Luís, em aula nesse último sábado na cidade cordina, definiu a data da formatura dos alunos do curso, marcada para o dia dois de abril próximo. A turma que é composta de 23 estudantes já está fazendo os preparativos para a festa de colação de grau, a ser realizada no clube da Maçonaria.


Jornalista Élbio Carvalho


Há exatamente um ano a turma assistia as primeiras aulas dos bons profissionais vindos da capital, como Jully Camilo (Jornal Pequeno), Professor Adílson (rádio), Amanda Couto, Luis Felipe e Élbio Carvalho (todos da Tv Mirante) e outros que ainda estão contribuindo significativamente com a nossa formação. Durante esse período as aulas têm sido ministradas duas vezes por mês, aos sábados, iniciando pela manhã e sendo concluídas na chegada da noite. Dos 23 formandos há somente dois de Tuntum, eu e Roseane Costa que estamos felizes por Deus nos termos concebido essa boa experiência de aprendizagem do jornalismo.

Érica e Roseane Costa

Segundo Élbio Carvalho, depois da conclusão o instituto irá entrar com uma petição no Ministério do Trabalho pedindo o registro de todos como jornalistas provisionados. Ainda não é tudo, mas já é um pouco do começo do sonho.



Prof. Adílson


sábado, 26 de fevereiro de 2011

0 TUNTUM DE DONA RITA COELHO

Dona Rita Coelho foi uma senhora muito dama, com cara, jeito, beleza e atitude de dama. Seu valor,sua serventia no meio daquele povo de Tuntum e redondeza. Se era para servir um necessitado, um doente, uma gestante na hora de dar a luz, ela ia lá, que fosse longe, que fosse noite de chuva, ela atrevessava lameiro, atoleiro e o que fosse, nem queria saber se ia receber paga por aquilo, pois o dinheiro por lá era tão curto, tão escasso, principalmente para o povo do Centro. Ela era mãe. Foi mãe por mais de dez vezes, sabia da precisão de alguém capaz, na hora de se ter criança. Ela ia lá contrariando seu Alípio, ninguém que tem um anjo daquele a seu lado no meio da noite, duma horinha pra outra chega um Zé Ninguém, sem nenhum centavo no bolso e a tira dos seus braços em troca de nada. Mas ela ia. Ia e foi tantas vezes.

O Tuntum naquele tempo era uma vila de no máximo 10 casas, quase todas cobertas de palha de babaçu, mas tinha um povo bom, povo trabalhador. Seu Alípio Coelho era afamado pela sua lida, ninguém o pegava na cama, o trote dele começava era cedo. No clarear do dia ele agia, ia pra roça, pros cercados, era uma coisa, era outra, era na lida com os animais. Ele nao parava. Todo mundo notava.

0 Frederico Coelho seu irmão era do mesmo jeito ativo na labuta diária, e por não parar um instante, ambos prosperaram. Havia ali no Tuntum muitos homens iguais a eles. Seu Zé Uruçu era também muito trabalhador e seus filhos o se guiam. Metade deles adultos, a outra metade por criar. As famílias daquele tempo, no geral, eram grandes. Seu Alipio ti¬nha pra mais de dez filhos, o seu Zé Uruçu também, e assim era a maioria.

Seu Alípio durante um bom tempo foi considerado um ótimo caçador. Isso no começo, quando tinha muita caça por ali: anta, veado mateiro. Ele era jeitoso, portanto seus varais estavam sempre repletos de carne de bicho, nos meses de caça.
0 Tuntum tinha aquele eterno problema da maioria das moradas do Estado do Maranhão. Falta d!agua. Se bebia do

riacho. Não era bem do Riacho, esse servia mais era de lixeira, até cachorro morto se jogava nele, lá dentro. Se bebia das nascentes, coisa mínima aquelas aguinhas que brotavam na ribanceira, que nem o Pinga. 0 Pinga era a pocinha principal de abastecer d'água a maioria das famílias. O que se via era mulher, era mocinha e menimo subindo e descendo a ladeira dabaixo de cabaças e latas d’água. Dava até dó ver aquelas mocinhas, desde pequenas, carregando aquelas latas desproporcionais ao tamanho da criatura que a conduzia. A vida ali era difícil pra todos. Meu pai nem aguentou a vida do Tuntum, certa hora ele catou seus filhos, eu com menos de dois anos, e entrou mata adentro, e se enfurnou lá onde não tinha mis jeito. Conforme eu penso, ele largou mais o Tuntum foi por causa da minha mãe, ela, agoniada demais com medo do Amadeu, que na época tinha 20 anos, idade certa para ser recrutado pelo Governo, para ser mandado para a Guerra, era Campus de Ita¬lia. Era lá que a coisa pipocava e que a cobra fumava.

0 Tuntum até que era um lugar de boa paz, pouco se falava em violência, apenas um conflito mais antigo entre o povo de lá e um bando de ciganos. Isso antes. É que diziam que os ciganos fizeram covardia, roubaram ali o que podiam roubar, e por fim arrancaram (na marra) brincos de ouro de orelhas de senhoras. Ai, desse jeito, deu conflito. Nao sei contar direito o final, mas parece que houve morte por conta disso.

Tinha um valentão por lá, era o……………………………………………

Ele deu uma pisa no Faustino Nogueira certa época, é que o Faustino, cá pra nós, ele era mesmo atentado e de língua solta, deve ter falado o que não devia, coisa que o valentão não gostou, e por isso tome peia no lombo. Na hora da sur¬ra, o homem em cima do Faustino a bater, então, na agonia ele gritava a todo pulmão:

- Tirem esse infeliz do “pé-podre" de cima de mim, gente, - Tirem esse infeliz do “pé-podre” de riba de mim. E a taca comendo. É que o valentão tinha uma "ferida braba" no pé, por isso, o atrevido do Faustino o chamava de "infeliz do pé-podre".
Esse dito valentão, em outra ocasião, ele bebendo, como era do seu costume, sem nenhum motivo, apenas por maldade o "infeliz do pé-podre" deu uma chicotada no lombo do Frei Damião. Dizia ele apenas que padre era homem de saia, e que macho andando de saia no meio do povo merecia mais era apanhar. Veja que mentalidade. 0 Frei Damião de Levade pertencia ao Convento de Barra do Corda, e vez em quando vinha a Tuntum em "Desobriga”, batizar menino, pois Tuntun era municipio da Barra.

Os meninos mais velhos de dona Rita foram mandados para São Luís, para estudar por volta do ano de 1.950. Meus irmãos na mesma época também seguiram o rumo da Capital em busca do saber, portanto por lá eles experimentaram juntos do passar mal, do passar fome daquelas pensões baratas da Rua dos Afogados, o sofrer junto une as pessoas, por isso viramos família, nós e os filhos de dona Rita.

0 quintal de dona Rita era cheio de laranjeiras, e ela reservava alguns pés daquelas mais doces, ninguém podia bulir, só os meninos quando voltassem de féras. Não é que ela reservava um pé também para nós, filhos do Xito Ribeiro?

Dona Rita! Dona Rita! Que pessoa importante, bonita no seu semblante de santa, rosto sempre alegre, sempre estudando a gente, aquele anjo protetor que nos enchia de comida das mais gostosas. Às vezes eu e os meni¬nos dela em tempos de férias ficávamos até muito tarde da noite conversando potoca, aquelas besteiradas de rapaz, a gente bem sabia que estávamos perturbando o seu sono, pois se o quarto dela era vizinho. E1a, ao invés de ralhar conosco, parecia achar mesmo era bom a nossa bagunça, era a saudade de nossa voz, do pique da nossa juventude dentro de casa a encher o ambiente de vida. Ela tinha sabedoria para aproveitar esses momentos.

A Raimundinha do João Pinheiro que era irmã de dona Rita, quase tão bonita quanto ela. Acho que essas irmãs vieram das bandas das Areias, pros lados do Genipapo do Resplandre, talvez. Disso não tenho certeza.

Raimundinha criou seus filhos à custa de fazer bolos, era uma especialista em broas e petas e tudo enfim nessa arte de fazer gostosuras. São abençoadas as mãos de uma pessoa que com elas faz delícias, que nem a Raimundinha. Coitada dela, levou na vida muito calor de boca de forno. Vida é vida. Seu marido, o João Pinheiro, uma pessoa tão digna, sempre lá pro Centro, limpando sua roça, assim criaram seus filhos, todos educadinhos, com jeito de gente. 0 Acácio até se formou, nao sei se em Engenharia. Essa família é toda muito inteligente.

A comadre Joana Coelho, era de outro ramo dos Coelhos, uns mais morenos, que nem a própria comadre Joana. Minha mãe tinha muito cuidado com ela, outras senhoras dali também se preocupavam COM a situação da comadre Joana. Ela já tão idosa, dentes não tinha mais na boca, trabalhar não dava conta e ainda por cima tinha a Luzia de contra-peso. A Luzia, coitada, nasceu meio assim, não dava conta de nada. Pobreza morava ali. Mãe não abandonava ela, era urn pedacinho de carne, era um litro de leite, outras senhoras ajudavam. Era muita precisão. Naquele tempo não havia aposentadoria dos idosos, era preciso que a comunidade tivesse compaixão. Muitos anos depois, comadre Joana já nem existia mais, o Presidente Garrastazu Medici deu aposentadoria aos velhos. Meu juízo foi diretinho nela. Ah se a comadre Joana ainda fosse viva? Ela que tanto carecia de um adjuntório do Governo.

Dona Filomena, mãe de muitos filhos, avó de tantos netos, sem contar as noras e genros, a maioria morando ali junto. Ela nem carecia mais fazer dicomer em casa, aqui acolá apenas um chazinho, um café, uma sopinha de engana istombo. Ê que um filho lhe mandava um pratim disso, um outro mandava um pedaço de bolo, um cuscus, uma rapadura, e comida de sal mesmo eles mandavam. Ela assim ia levando. Certo dia, porém, dona Filomena mal acabou de tomar um café bem quente na casa de uma nora, saiu no terreiro, nessa horinha caiu uma chuva dessas ligeiras que não dá tempo a nada, ela se molhou, e não podia. Lá no Maranhao quem toma café quen¬te não pode se molhar daquele jeito, pois pega "ramo" ou estopora, ou constipa, ela pegou. Pegou "ramo" e começou logo a passar mal, e foi piorando, e piorando. Mandaram chamar um bocado dos seus filhos na roça, e outros mais nao sei adonde,

0 Mané Filomena lá do Napuru era um deles. 0 povo veio. Todo mundo ali em volta agoniado. E a veia de mal a pior. Um dava uma meisinha, outro dava urn cachet de pila contra-estopô, e nada da dona Filomena reagir. Aí ela começou de dá passamento, de dá desmaio. Gente rezando. Era um valha-me Deus. Uma neta churumingou de lá: - mãe, vozinha vai morre? Tava assim.

Num instantim de hora, num repente, nínguém entendeu direito o rampante da veia que se aprumou nos cascos, tomou tento. Tomou coragem e bradou: - ara! Vou morrer nada! Levantou a cabeça e foi rosnando:

- Tô doente, não! - Vou morrer, não! Todos vocês

podem ir pra casa cuidar das obrigações. Que besteira! Vou

morrer porquê? Por causa de uma chuvinha? Ê que muita gente

por lá morria apenas por impressionação. Metia na cabeça aquelas ideias de antigamente, se auto-sugestionava e podia

até morrer, como estava acontecendo com dona Filomena.

Depois disso ela ainda viveu foi tantos anos,

Voltando àquele acontecido dos ciganos. Galinha passou em frente ao acampamento deles, Cigana véia via a galinha, chamou Pedro, que era urn diabim esperto. Pedro correu atrás. Pegou a galinha, veio correndo e a entregou à cigana veia que a estroncou e a enfiou entre as pernas, por debaixo da saia. A dona da galinha escutou o barulho, desconfiada, foi direto na cigana; - cigana, seu cão, cadê a galinha que teu moleque acabou de me roubar? - Sei, não. - Sei de galinha nenhuma não. Chamou o Pedro; - Pedro Nega, ô Pedro, nega..,, você roubou a galinha dessa mulé? - Você roubou?

- Roubei não mãe. Essa muié tá é doida.

Se era Pedro nega, ele negou, e a frangota foi pro tacho. Cigano é mesmo assim.

Outra hora cigana veia tava discutindo com un filho, bichão já virando rapaz. Brigando que tava com o traste ao qual ela deu cria, aí ela falou com raiva:

- Infeliz da hora, infeliz, - Infeliz da hora que eu te carreguei no bucho nove mês.

Ciganim respondeu irado:

- Tá arrependida, égua veia? - Tá rrependida

- Se tu tá arrependida, então entra em meu c..., que eu te carrego é nove ano.

Cigano é bicho escomungado do cão. Só Deus mesmo para entender aquele tipo de gente, pois se foi Ele quem fez tudo que hai no mundo, até as cobras.

Frederico Coelho trabalhou que conseguiu uma usina. Era a primeira usina de Tuntum, mexia mais era descaroçando algodão. Frederico tinha paralelamente também o seu comércio. Vendia tecido, ferramenta e tudo quanto hai. Ê que comercio do interior É assim. Tem agulha, tem linha, tem espingarda, tem cachet pra curar dor, tem purgante de jalapa, tem de um tudo.

Os meninos de seu Frederico escapuliram pro mundo foi muito cedo, uns pra Sao Luís. 0 Natal foi esbarrar em Minas.

Num dia de noite, bem de noitão, tropeiros chegaram na Ingarana. Ciço Gomes tava no meio. Era muita tropa de burro, ninguém nunca tinha visto aquilo na Ingarana, tropa e mais tropa chagando no meio da noite? Trouxeram muita mercadoria, tanto fardo e tanto caixote que encheu o quarto das meninas lá de casa de tanto trem.

Amanheceu o dia, eu me assustei. Eu era menino de 8 anos. Que será isso? Logo me diziam: fique quieto. Isso não é assunto para menino.

Do que eu me admirava era do meu pai, tão honrado que sempre foi, condenava rasgado toda e qualquer atitude suja, fosse de quem fosse, e de repente aquele mistério ali dentro de casa. Menino escuta tudo e logo atina. Atinei. Descobri que seu Frederico Coelho faliu. Faliu e os credores correram encima do que restou. Ele então mandou tropa e mais tropa esparramando trem pra toda banda, pra casa dos seus amigos. Pai era ranzinza, foi franco em dizer: - tô vexado com isso, mas não vou decepcionar seu Frederico. Só pra se salvar um amigo se pode aceitar um trem desses.

Seu João Paulo era boiadeiro. Vida sofrida. Ia longe buscar boiada, que mais era de tourinho aspirante a reprodutor, foi desse jeito que o rebanho do Estado do Maranhao melhorou, pois bem antes era so “gado pé-duro”, gadinho ordinario. Tinham outros boiadeiros, que nem Antonio Cutelo, esse era vaidoso. Só andava carregando mulher bonita. Subia com uma bonita, descia com outra mais bonita ainda. Suas montarias, seus arreios, süa pelegama, tudo coisa especi¬al. Dava gosto de ver. Até dá inveja o proceder de uma pessoa asim vaidosa, mas que nem todo mundo tem a coragem de Antonio Cutelo. E as armas que os boiadeiros conduziam? Coisa mais linda. Um deles tinha um "parabelum 45”.
Ele alisava o cabo de sua arma e dizia pra meu pai: - a bala dessa bicha rompe três machados emparelhados. Disse, mas nao demonstrou. Um outro boiadeiro trazia um mosquetão, arma pesada, coisa estúpida, usada para matar gente em guerra. Desse mosquetão eu escutei o tiro. 0 homem se escorou num esteio lá mesmo dentro de casa, encarcou o bicho bem encarcado no ombro, por causa do coice, cochilou na pontaria e apertou o dedo. Foi um estrondo que a cachorrada toda endoidou em volta, sem sa¬ber o que diabo era aquilo. Teve cachorrim que foi esbarrar debaixo do fogão. A bala pegou de raspão no meio da aste do cogueiro, arrancou uma solapa dele assim do lado. Coisa estúpida é o disparo de um mosquetao. Fiquei zonzo.

Meu pai aproveitava a passagem desses boiadeiros na Ingarana, para comprar deles aquelas reses mais decadentes,
- * r
reses estropiadas que já iam arrastando os pés, os cascos. Parte delas escapava, outra parte, não. Mesmo assim resolvia o problema tanto de quem comprava como de quem vendia, pois se

elas continuassem no meio do gado, logo arriavam e urubu comia.

Seu João Paulo as vezes gastava mês, 2 meses ou até mais numa viagem tangendo boiada. Ele sabia tão bem contar aqueles cousos pitorescos de mei-de-camim, dos pernoites, das travessias de rio grande, boiada batendo o peito n'água, emoção danada naquele momento, ele jogando dentro d'água tudo que ele possuia. É que a prática adquirida através dos anos nos dá uma certa garantia do que se está fazendo. Seu João Paulo citava nome de vários rios grandes e muito longe: Rio Manso, Rio Manuel Alves, era o Manelave Grande e o Manelave Pequeno. Era assim que ele falava. Acho que ele atravessou até o Tocantins tocando boiada. Disso porém não tenho certeza. Na travessia do Tocantins naquele tempo era preciso usar o “boi de piranha”. Enquanto as piranhas se entretiam mais pra baixo comendo um boiéco bichado qualquer, o grosso da boiada atravessava mais por riba, a salvo delas.

Certa vez meu pai comprou um bezerrão esquisito, da cara sirigada, esbranquiçada, como coisa que salpicaram talco na cara dele. Era Gir, a gente não sabia, sabia apenas que era zebu. Meu pai deu a ele o nome de “Empoado" justamente por conta de sua cara salpicada de pô. 0 "empoado” cresceu dum tanto, virou um mundo veio de garrote. De tão grande que ele era não deixou crias, pelo menos nâo me lembro de nenhuma, é que nossas vaquinhas eram minúsculas, não podiam com ele.

Enquanto o seu João Paulo andava pelas distâncias, dona Humbilina aguentava o batente durante os meses de ausência do marido. Dinheiro pouco, famião grande para atender de um tudo. Eta dona Humbelina, mulher que nao bambeava. Nem bambeava, nem perdia sua energia. Ela era boa, sim, cumprideira de suas obrigações, mas tinha mão de ferro, mesmo era preciso, pra não perder a rédea na frente duma família daquele tamanho era preciso pulso. Isso ela tinha.

Gentilzim. Pouco me lembro do Gentilzinho, só me lembro que ele era pequenico, uma bostica de gente, igualzim ao compadre Luiz do Zé Uruçu, aquelas carinhas de bicho do mato, mas eram duas grandes almas. 0 Amadeu adorava a ambos. 0 Gentilzinho era metido a dentista, já o compadre Luizim, no fim, foi ser vendedor de passagem do õnibus que fazia aquela linha, ele, compadre Luiz ainda apareceu lá pela Ingarana uma vez ou duas, pra ver o Amadeu.

Seu Zé Uruçu tinha filho pra danar, metade macho, metade mulher. Seu Zé no começo foi tropeiro, depois variou. Os filhos mais velhos já criados, que nem o Gerardo Uruçu, homem esperto, logo se arrumou na vida, tinha o seu negocio até bem forte, aí ele fez uma casa enorme, muitos cômodos. Gerardo gostava dum gole, e de tanto gostar de cachaça, dizendo o povo, que ele suspendeu uma dorna lá por riba da casa e de lá encanou pinga para alguns cômodos. Então, se chegava um companheiro ou um freguês que também gosta, conforme o cômodo que eles estivessem, era so abrir a torneirinha e encher o copo. Disso não tenho certeza.

Não vi. Mas se o povo fala?

O Anfiloquio era outro filho do seu Zé 0ruçu. Era também esperto igual ao Gerardo, logo logo também fez seu pé-de-meia. Anfiloquio também era doido por cachaça. Que desgraça! Pessoas tão bacanas que nem eles. Pois não é que a infeliz da bebida deu conta de consumir os dois? Coitada de dona Belinha. 0 Gerardo, esse eu apenas conhecia, mas o Anfiloquio, esse não, esse era meu amigo do peito.

A casa de seu Zé Uruçu esteve sempre de portas abertas para todos nós, filhos do Xito Ribeiro. Dona Belinha era boazinha demais, recebia a gente sem cisma, acomodava a gente, agradava. Ah como que aquela dona Belinha adorava seu marido, era um caqueado, aquele falar carinhoso e submisso. Era bonito aquilo. Seu Zé era homem de pouca cultura, mas era jeitoso pras coisas e possuia grande sabedoria de vida. Esses atributos somados à sua honestidade fizeram dele um dos primeiros prefeitos, quando Tuntum virou cidade. Ele bem merecia, era homem direito.

Tinha o Chico Uruçu, tinha o Osmar, tinha o Luizim, e filha mulher também tinham muitas: a Creuza era esperta que nem os outros, se casou primeiro com um tal que eu não me lembro o nome se era Aprígio? Com ele teve um filho, o Airton, também esperto, é que filho de cearense é que nem filho de nambu, já nasce correndo. Airton pererecou por Tuntum durante um tempo caçando jeito de empinar sua curica, não deu conta. Nesse entremeio fez foi se envolver num acidente de carro, com vítimas fatais, andaram querendo pôr culpa nele, ele contrariou com aquilo, foi-se embora pro Pará. Por lá ele conseguiu o que queria, fez seu prato. Hoje é bem estabelecido numa cidade do outro lado do Tocantins, a 100 quilômetros da Imperatriz.

As meninas de seu Zé Uruçu eram tantas, além da Creuza tinha também a Nitinha, a Gracinha, a Hiolanda, essa se casou com um filho do Faustino Amancio. Esse rapaz, pelo que eu ouvi dizer, certa ocasião ele foi fazer uma aventura pras bandas do Rio de Janeiro. Parece que por lá ele foi preso, e que o negócio envolvia uns escondidos que ninguém sabia direito o que era.

Ê assim mesmo, a gente cai, depois se levanta de novo. No tropeção a gente costuma aprender uma liçãozinha qualquer, que é pra não cair travez.

Meu Tuntum. Ah meu Tuntum dos favores, da generosidade, da fraternidade humana, que nem as atitudes de minha mãe e de dona Rita. Sou feito daquela massa, daquela matéria: da abóbora, da banana, do milho verde, do arroz com feijão, enfim, foi com essa gororoba que eu ganhei sustância para sair pro mundo, que nem fazem todos os nordestinos. Sai, mas o Tuntum mora dentro de mim. Só que o Tuntum que mora dentro de mim é aquele Tuntum antigo, de 1.95O, cuja cultura dali era a amizade em primeiro lugar, não querer mal a ninguém, e socorrer a quem precisa, se for possivel.

Tinha do outro lado, no Tuntum de Cima um homem muito importante, era o seu Ariston Leda. Seu Ariston era honrado, competente pra tratar com todos, sabia sobre coisas da cidade grande, sabia falar com cada um e sabia ouvir. Ele, seu Zé Uruçu e o Isaque Martins foram os três primeiros prefeitos dali, quando Tuntum virou cidade. Bem merecido, pois se o suor deles estava misturado no meio de tudo ali.

Seu Ariston tinha umas filhas que eram as coisas mais lindas, parece que uma delas virou "Miss Estado do Maranhao". Todos admiraram quando eu falei certa vez:-essa menina ainda vai ser misse, ela era ainda adolescente quando falei isso, pois não é que aconteceu? Tinha também a Graça que era a irmã mais velha, igualmente bela, só que sua vozinha tinha urna ressonância assim, assim…

Lá no Tuntum de Cima tinha um fazedor de cela, de arreio e de cangalha. Meu pai cançou de emcomendar artefatos de couro a ela. Desse não me lembro mais nem do nome nem de suas feições.
Tinha o Adi, que era irmão de seu Ariston, o Adi na verdade se chamava Adilon, ele morava mais era lá pra fazenda dele. Esse tinha tambem filhas lindas. Tinha

a Rosa Amelia, estudamos juntos no Colegio de dona Virgínia Leda, em Dom Pedro, a Rosa Amelia era bonita, sim, mas que bonita mesmo era a outra, cujo nome terminava com Amelia também, essa de se ver era ainda mais bela mesmo que as filhas do seu Ariston, mal comparando, e que essa uma derradeira mais se parecia era com uma santa, até diziam mesmo que ela se parecia era com Santa Terezinha. Era dizer do povo de lá.

Aconteceu que essa menina, ainda criança de tudo se enamorou do Joaci de dona Rita. Joaci era seu primo e também um belo jovem e estava se preparando para ser médico, - e logo virou médico. Se formou.

Em férias do Joaci, o que se via era os dois agarradinhos, sempre e sempre juntos, pois se eles até se pareciam um com o outro, e tinham o mesmo sangue. Na verdade a cidade de Tuntum nunca tinha visto um chamego igual entre dois jovens dali. Então, porque Joaci ia se formar doutor, a cidade se preparava para dois grandes acontecidos naquela hora: um era a formatura em si. Ele seria o primeiro doutor médico, não somente do Tuntum, como também de Presidente Dutra, cidade vizinha. 0 outro acontecimento seria o casamento do seu filho ilustre com seu anjinho lindo. A cidade sonhava, naquela esperança de ter o seu doutor, aquele que conhecia nós todos de um por um, ele era simplesmente um de nós. Não aconteceu. Não houve casamento, o anjo lindo do Joaci debandou pra outro lado, se encantou por outro. Que pena! Que tamanha desilusão! Joaci não aguentou ficar no Tuntum, era preparado, ganhou mundo, foi parar no Rio de Janeiro, mas sua cabeça só Deus sabe por onde andava, de formas que pra lá demorou pouco para que chegasse a notícia; - Joaci morreu. Foi um acidente de automóvel. Nao se sabe como, pois se ele não bebia, nao tinha vícios, porque será que aconteceu então? Foi triste, muito triste essa notícia para a cidade. Dona Rita, coitada, ficou traspassada. Não é assim a vida?

0 Joaci era gêmeo com o Juarez. 0 Juarez também foi-se embora de Tuntum, não sei se para Minas ou se para o Rio de Janeiro, sei apenas que por lá ele virou sargento do Exército, ou será que ele virou foi tenente? Pois como sempre acontece com o destino de gêmeos, aconteceu também com o Joaci e o Juarez. Logo chegou a notícia que ele morreu. Morreu de doença de Chagas, mal esse adquirido lá por Minas, onde tem o tal de "barbeiro", essa praga.

A vida da gente tem hora que é ilusão, tem hora que ela é desengano. 0 Comandante é só quem sabe o que merecemos.

Dona Rita! Dona Rita! Quanta dor!? Minha santa, que destino? Quanto sofrimento naquela sua alma tão bondosa.

Perdeu seus dois gêmeos, os mais belos dali, e perdeu mais o Zeca. 0 Zeca que era outro ente maravilhoso do Tuntum. Nao me lembro direito se ele foi prefeito, ou se preparava para isso. 0 Zeca era muito especial, era mais moreno que os gêmeos, porém tão belo de feições quanto eles, é que a beleza do Zeca não era só aquela que se via na face, a beleza dele era maior, era a beleza do ser, da bondade herdada de dona Rita, da prestatividade, do chega-pra-cá. Meus irmãos o adoravam, a Raimundinha e o Deusdethque tanto conviveram juntos em São Luís. A morte do Zeca foi outro buraco profundo no emocional da vida do Tuntum. Ele tinha aquela consideração com o Amadeu, e com todos nós enfim, pois se minha mãe sempre dizia que éramos parentes, minha mãe e a Raimundinha assinam de sobrenome Coelho. E mesmo que não fosse, a vida nos juntou, nos uniu e pronto.

A morte do Zeca foi estúpida, foi assassinato. Foi um vento torto que deu na vida daquele povo, um destocer de destino, desastre de sorte, um atrás do outro, só coisa terrível.

Como se não bastasse, naquela mesma época dona Rita perdeu mais dois filhos num acidente de carro: o Justo e o Coelho Neto.

Dona Rita! Dona Rita! Que destino?

Aí, uns anos depois eu passando por Tuntum, seu Alípio, que quase nunca tinha tempo pra nós, dessa vez ele nao me largava, só ficava o tempo todo era comigo. Ele tinha se aposentado, comprado uma camioneta nova e nela era só me levando num lugar e noutro, recuperando o tempo perdido de nossa amizade. Certa hora, quando a casa deles que era sempre cheia, esvasiou, dona Rita me pegou pelo braço e me levou lá pra sala, pra diante da fileira de retratos dos seus anjos. Ali, diante das fotos, nós ficamos parados, de braços dados. Ela olhava cada uma das fotos, apontava com o dedo. Sua voz nao saía..., o que saiam eram suas lágrimas, essas desciam dos seus olhos e dos meus. Quem vai entender?

0 Tuntum so perdia a cada um deles que se ia. 0 Joaci, médico. Quanta utilidade teria ali? O Zeca, um lider que mal começava sua obra em benefício da cidade e do munici pio.

Ai a gente fica cismando, cismando, querendo saber o que que a vida significa. Só o Comandante sabe. Só Ele tem competência de saber. A gente apenas fica se interrogando: - tinha que ser assim mesmo?

A vida eu não vou entender é nunca. A Dona Rita, tão santa, era mesmo esse o prêmio a merecer por tanto bem

que praticou. Quem sou eu para contestar?

E o meu Tuntum? 0 meu Tuntun tá lá, no mesmo canto, ficou uma cidade até bonitinha, graças a essa nova geração de autoridades. Quem diria ela embelezar tanto, um lugar tão fora de esquadro. Fizeram uma maquilagem, ela ficou engraçadinha.

Essa história é do tipo da historinha que só tem serventia para nosso consumo, ela é particular, da nossa intimidade, nós do Tuntum.

Tinha o seu Manuel Borges, a casa dele era do lado de riba da Baixa-da-Égua, trabalhador ele era demais, e adquiriu muita coisa a custa do seu suor. Por fim ele fez um predião enorme do outro lado da grota da Baixa-da-Égua, esse prédio era para abrigar uma usina também muito grande, a ma-quinaria estava encomendada, enquanto eles corriam trabalhando dia e noite, arrumando piso, suporte de máquinas e tanta coisa, o galope tava arrochado. Antes do almoço os caminhões chegaram com a maquinaria. Um dos motoristas veio de lá e perguntou o que ele já sabia: - é aqui que vai ser instalada a usina de seu Manuel Borges? Manuel Borges exausto como es¬tava, estafado, enxada na mão, todo sujo, todo lascado, respondeu pro motorista dando ordem:

- Vocês manobrem os caminhões, entrem de marcha a ré até lá no fundo. Nós vamos almoçar e na volta e gente começa a descarregar. Falou Manuel Borges.

Os motoristas nem se aluiram do lugar perante o que acabaram de ouvir, continuaram ali quietinhos, até que um outro motorista voltou a se manifiestar: - nós queria falar era com seu Manuel Borges mesmo, pra saber como fazer. Foi aí que um dos seus filhos explicou aos motoristas que o Ma¬nuel Borges, apesar de não parecer, era aquele senhor que lhes deu a ordem. Mas, também pudera, naquele estado de conservação quem acreditaria que aquele traste era um empresário?
Seria preciso muito tempo pra eu poder falar de tantas pessoas, todas elas de especial valor no meio daquela Comunidade que eles iam transformando em cidade, pessoas que nem o Dodô, o ChiCO TOTÔ, O Antonio, o Paulo, o Alexandre, todos Andrades, o Julião, o Fernando Caroço, o Alípio Mulher e tantas senhoras da maior importância em minha vida.


Texto de Américo Ribeiro
Colaboração Maria Salete Carvalho Coêlho