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Vereador Valcenor Soares de Carvalho |
Já está tramitando na Câmara de Vereadores de Tuntum, Projeto de Lei que altera a letra do hino do município, retirando por completo o verso que destaca o nome do padroeiro do município, São Raimundo Nonato. Em substituição ao verso São Raimundo nosso santo protetor, o vereador quer que acrescente Jesus Cristo nosso grande redentor. O projeto é de autoria do vereador Valcenor Soares de Carvalho (PL), que usou a tribuna da Casa na última sessão para defender seu projeto e discorrer os motivos para a alteração da letra que retira o verso que cita o nome do padroeiro. Vereador Welington Pessoa é contra o projeto
Entre outras razões, o que o parlamentar cita para fazer a alteração, ele destaca que o hino deverá ser de todos, havendo diante das atuais circunstâncias um certo constrangimento para os evangélicos cantarem. "Para oficializar o hino de Tuntum ele tem que ser de todos", destacou Valcenor. Ele alude que a permanência do verso "São Raimundo nosso santo protetor", "impede" que os evangélicos cantem o hino de público ou em eventos oficiais do município.
Ele ainda destaca que em seu projeto, especificado no parágrafo 2ª, faculta os tuntuenses a cantarem o hino da forma tradicional, mas que a versão oficial seria a que foi alterada retirando o nome do padroeiro. "Aos munícipes que desejarem cantar o hino da forma tradicional, fica facultado a opção, entretanto a versão oficial padronizada, deve ser a conforme estabelecida em lei", disse.
O projeto do edil tuntuense divide opiniões no parlamento, já que parte dele entende que o assunto é muito delicado e pode gerar muita polêmica entre a população, dividida entre os dois segmentos religiosos, o que pode provocar certo desgaste político, independente da posição que tomar.
Já circula nas redes sociais uma Nota de Repúdio subscrita como sendo dos fiéis da Paróquia de Tuntum, desaprovando veementemente o projeto. "São Raimundo Nonato além de padroeiro da paróquia, representa um símbolo de fé, tradição e identidade cultural profundamente enraizada na história de Tuntum", destaca a nota. A nota ainda acrescenta: " qualquer tentativa de apagar ou desvalorizar essa herança espiritual e cultural é entendida como um desrespeito não apenas a comunidade católica, mas a toda população que reconhece na figura dos santos a representação de valores como solidariedade, justiça e amor ao próximo".
O vereador Welington Pessoa (PL) discorda do posicionamento do colega Valcenor, entendendo também que o hino de Tuntum já faz parte da cultura, fé e tradição do povo tuntuense. "O hino já faz parte dos aspectos culturais, da fé e da tradição do povo de Tuntum, e a alteração da letra, tenha certeza, não vai abalar a fé de ninguém. Entendo que cada um deve respeitar o espaço do outro. O problema também é que se crie um precedente e em pouco tempo estejam querendo trocar o nome de espaços públicos que tenham nomes de santos", afirmou o vereador ao blog.
O blog entrou em contato com presidente da Câmara, Ivalto Chaves (PL), sobre como ele via a tramitação do projeto e as possibilidades de sua aprovação, mas ele disse que ainda iria conversar com seus pares, principalmente com o vereador Valcenor, autor do projeto. Caso o projeto seja colocado em pauta nessa próxima sexta-feira (16), Ivalto só votaria se houvesse empate.
O hino de Tuntum foi instituído no ano de 1981, pela Lei 39/81, época em que o município era administrado pelo então prefeito Luís Coêlho Batista.
Isso é inadmissível São Raimundo é padroeiro de nossa querida Tuntum.
ResponderExcluirSe mudar o hino ele vai deixar de ser o padroeiro é? Kkkkkkkk
ExcluirEvangélico onde vê nome de santo e de Nossa Senhora é do jeito do diabo fugindo da cruz. Vão caçar o que fazer e investigar os pastores das igrejas de vocês, seus desocupados. Abutres... inúteis...
ResponderExcluirNa verdade é fugindo só dá idolatria mesmo, e sobre a questão de investigar pastores, eu digo: Padres, coroinhas, já sabe né kkkkkkkkkkk
ExcluirSanto só o nosso senhor Jesus Cristo
ResponderExcluirO PROJETO DO VALCENOR ESTÁ COERENTE. SEM ARGUMENTO: JESUS CRISTO ACIMA DE TUDO.
ResponderExcluirJaja vão retirar a estátua de São Francisco e mudar o nome da Praça
ResponderExcluir"desrespeito" "apagamento da tradição local"
ResponderExcluirImagine se ao invés de remover o nome do santo, fosse uma proposta pra incluir Exu, Baphomet, Allan Kardec ou até o nome de Anton LaVey no hino da cidade, Ou mudar o nome de uma praça para homenagear uma figura importante do espiritismo, da wicca, do helenismo, do candomblé ou do satanismo. A reação desses mesmos "defensores da tradição religiosa cristã" certamente não seria de apoio ou neutralidade.
Muitas vezes o discurso não é sobre respeito à fé em geral, é sobre manter uma hegemonia religiosa específica: o cristianismo.
Principalmente o catolicismo. Um clássico respeito seletivo, se dizendo de "respeito a fé do povo" mas apenas quando essa fé é a sua própria. Quando a fé alheia busca espaço, é rotulada como afronta, heresia ou ameaça moral.
Laicidade não é contra a religião, mas contra o privilégio religioso, protege tanto o direito do católico de venerar seus Santos quanto o direito do umbandista de reverenciar Exu.
Manter símbolos religiosos específicos em documentos oficiais ou hinos municipais não é respeito, é exclusão disfarçada de tradição. se não aceitariam Baphomet no hino, não deveriam insistir em manter um Santo nele também.
Já basta todo o espaço que é tomado por cristãos e ainda termos Bancada Evangélica na câmara.
E os detalhes da proposta, vejo que situação é pior.
"o hino tem que ser de todos" "mais inclusivo", claro, substituindo o nome de um santo católico por outra figura cristã, o projeto continua mantendo identidade religiosa específica, só que agora evangélica, ou seja, troca-se uma exclusividade por outra. não resolve o problema, apenas o desloca.
Essa fala de que o hino será “de todos” não se sustenta, pois o nome “Jesus Cristo” ainda não representa judeus, espíritas, umbandistas, ateus, budistas ou religiões afro-brasileiras. o Brasil ainda confunde “Estado laico” com “estado cristão genérico” e tenta resolver disputas religiosas mantendo o cristianismo como padrão, apenas mudando sua vertente dominante, se o objetivo é neutralidade religiosa o hino não deveria conter referências nem a santos, nem a Jesus, nem a qualquer entidade espiritual, isso ou então ter referências a todas as figuras.
"desrespeito" "apagamento da tradição local"
ResponderExcluirImagine se ao invés de remover o nome do santo, fosse uma proposta pra incluir Exu, Baphomet, Allan Kardec ou até o nome de Anton LaVey no hino da cidade, Ou mudar o nome de uma praça para homenagear uma figura importante do espiritismo, da wicca, do helenismo, do candomblé ou do satanismo. A reação desses mesmos "defensores da tradição religiosa cristã" certamente não seria de apoio ou neutralidade.
Muitas vezes o discurso não é sobre respeito à fé em geral, é sobre manter uma hegemonia religiosa específica: o cristianismo.
Principalmente o catolicismo. Um clássico respeito seletivo, se dizendo de "respeito a fé do povo" mas apenas quando essa fé é a sua própria. Quando a fé alheia busca espaço, é rotulada como afronta, heresia ou ameaça moral.
Laicidade não é contra a religião, mas contra o privilégio religioso, protege tanto o direito do católico de venerar seus Santos quanto o direito do umbandista de reverenciar Exu.
Manter símbolos religiosos específicos em documentos oficiais ou hinos municipais não é respeito, é exclusão disfarçada de tradição. se não aceitariam Baphomet no hino, não deveriam insistir em manter um Santo nele também.
Já basta todo o espaço que é tomado por cristãos e ainda termos Bancada Evangélica na câmara.
E os detalhes da proposta, vejo que situação é pior.
"o hino tem que ser de todos" "mais inclusivo", claro, substituindo o nome de um santo católico por outra figura cristã, o projeto continua mantendo identidade religiosa específica, só que agora evangélica, ou seja, troca-se uma exclusividade por outra. não resolve o problema, apenas o desloca.
Essa fala de que o hino será “de todos” não se sustenta, pois o nome “Jesus Cristo” ainda não representa judeus, espíritas, umbandistas, ateus, budistas ou religiões afro-brasileiras. o Brasil ainda confunde “Estado laico” com “estado cristão genérico” e tenta resolver disputas religiosas mantendo o cristianismo como padrão, apenas mudando sua vertente dominante, se o objetivo é neutralidade religiosa o hino não deveria conter referências nem a santos, nem a Jesus, nem a qualquer entidade espiritual, isso ou então ter referências a todas as figuras.