quarta-feira, 2 de maio de 2012

ONG britânica faz campanha por presença da Polícia Federal em terra indígena do Maranhão


Marcial Lima

Curumim da tribo mais ameaçada do planeta

A organização não governamental britânica Survival International, dedicada aos direitos indígenas em várias partes do planeta, está fazendo uma campanha internacional em defesa dos índios Awá-Guajá, ainda isolados, que habitam território demarcado no Noroeste do Maranhão, entre os municípios de Governador Newton Belo, São João do Caru, Zé Doca e Centro Novo do Maranhão (fronteira com o Pará). A estimativa oficial é que existam cerca de 350 índios Awá-Guajá.
Localização da reserva indígena
Ator que estrelou a campanha
A campanha, estrelada pelo ator Colin Firth (ganhador do Oscar, em 2011, pelo filme O Discurso do Rei), defende que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acione a Polícia Federal “para expulsar os madeireiros, fazendeiros e colonos que vêm arrasando a terra Awá”. Segundo a ONG, os Awá-Guajá estão sob risco de extinção.

No Brasil, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apoia a campanha e afirma que “os territórios habitados pelos Awá-Guajá são os mais desmatados na Amazônia Legal”, por causa da exploração ilegal de madeira e da pressão dos projetos siderúrgicos da região.

Segundo o Cimi, essas atividades econômicas diminuem a área ocupada por índios que são caçadores e precisam de território vasto para sobreviver, sob risco de mal se alimentarem e ficarem vulneráveis a doenças. “Vários idosos já morreram e muitos estão debilitados por doenças causadas por subnutrição, como a tuberculose. Mais de seis pessoas, em sua maioria jovens, são acometidos por uma doença que se assemelha à epilepsia”, divulgou o conselho ligado à Igreja Católica.

A campanha chamou atenção da opinião pública internacional. De acordo com Sarah Shenker, da Survival, cerca de 13 mil e-mails já foram enviados a José Eduardo Cardozo. “É um recorde para as campanhas internacionais. Vamos continuar pressionando e chamando atenção da mídia e das pessoas em todo o mundo”. O Ministério da Justiça não confirma o recebimento das mensagens.

Os problemas que atingem os Awá-Guajá são conhecidos pelo Estado brasileiro há alguns anos. A área sob risco, no entanto, é monitorada pela Polícia Federal, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo o Ibama, há cerca de 180 serrarias ilegais no entorno da terra indígena.

Em outubro do ano passado, a Funai, juntamente com a Polícia Federal, apurou denúncia do suposto assassinato de uma criança do grupo Awá-Guajá. Segundo nota divulgada pela instituição, “não foi encontrado nenhum indício que pudesse indicar um assassinato de índios isolados”.

A fundação admite, no entanto, que durante a missão “verificou-se o constante processo de fuga” do grupo Awá-Guajá, “que, na medida em que os madeireiros avançam, com abertura de estradas de retirada de madeira, é forçado a se deslocar em espaços de floresta cada vez menores”.

Sem estabelecer uma data, a Funai informa que serão instaladas “novas bases de proteção etnoambiental” para controlar o acesso aos territórios dos índios isolados.

Veja o vídeo institucional feito pela Survival International, com imagens da aldeia indígena do Maranhão, feito em língua inglesa:


As informações são da Agência Brasil.

Um comentário:

  1. Existe algum projeto referente à saúde? Eu participo de um, envolvendo os tenetehera, mas como mudei de curso, quero fazer algo em prol dos awá, eu já tinha ouvido falar do problema das doenças enquanto estive na aldeia. Mas queria saber de forma mais aprofundada, qualquer coisa, entre em contato comigo por favor, janainaalmeidadeaquino@gmail.com e o WhatsApp: 099 9112-5955

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