Na cidade, quase 94% dos votos foram dados à presidente reeleita.
População tira sustento de produção de farinha e assistência social.
Avenida
em Belágua, no leste do Maranhão, cidade que registrou maior votaçao
proporcional na presidente reeleita Dilma Roussef (Foto: Clarissa
Carramilo / G1)
A maior votação proporcional alcançada pela presidente reeleita Dilma
Roussef (PT) aconteceu em Belágua, a 280 km de São Luís, na região leste
do Maranhão. Na cidade de apenas 6.524 habitantes, 93,93% dos votos
válidos (3.558 votos) foram dados à candidata petista enquanto Aécio
Neves (PSDB) obteve 230 votos.
Pela segunda vez, Belágua entra no cenário nacional por apresentar
índices expressivos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgados em dezembro do ano passado, o município
registrou o maior salto econômico do país, subindo mais de mil posições
no ranking de cidades por PIB per capita. Reportagem do G1 mostrou que o maior ganho da população foi sair da situação de pobreza extrema para a pobreza,
impulsionada pelos programas de assistência social do governo federal
somados à produção artesanal e venda de farinha de mandioca.
Tem gente que quer o anzol, a isca e o peixe, mas tem gente que luta pra pegar o peixe"
Raimunda Nonata, 34, lavradora
Dez meses depois, o G1 voltou a Belágua para saber
como está a cidade mais "dilmista" do Brasil e constatou que o cenário é
o mesmo. Na maior parte do município, falta saneamento básico, água
encanada e pavimentação das ruas, por exemplo, mas a população garante
que já foi pior.
Neste mês, segundo a Caixa Econômica Federal, 1.292 famílias
cadastradas receberam verba do Bolsa Família na cidade. Se consideramos a
base mínima de 4 pessoas por família utilizada pelo IBGE, o programa
beneficia de forma direta aproximadamente 5.168 pessoas, o equivalente a
79,2% da população belaguense.
Dados do IBGE apontam que, em Belágua, a incidência de analfabetismo é
de 52,11%. Apenas três ônibus estão na frota local de veículos e dois
hospitais públicos municipais oferecem um pequeno leque de serviços de
saúde. A população tem maioria concentrada nas faixas etárias de 5 a 9
anos e 10 a 14 anos. A estimativa é de que, entre 2010 e 2014, o
crescimento populacional tenha sido de 667 pessoas, o que leva a
população a 7.191 habitantes no total.
Barreiro onde é depositado o lixo em casa de Belágua, MA (Foto: Clarissa Carramilo / G1)
Leve melhoria
Eleitor convicto de Dilma, José Raimundo Nonato Silva, de 51 anos, hoje é dono de um comércio, mas prefere declarar a profissão de lavrador. Casado e pai de três filhos, ele conta que abriu a venda depois do Bolsa Família e afirma que nunca deixou de trabalhar por causa do benefício.
Eleitor convicto de Dilma, José Raimundo Nonato Silva, de 51 anos, hoje é dono de um comércio, mas prefere declarar a profissão de lavrador. Casado e pai de três filhos, ele conta que abriu a venda depois do Bolsa Família e afirma que nunca deixou de trabalhar por causa do benefício.
Além de produzir farinha, Raimundo Nonato agora
é comerciante (Foto: Clarissa Carramilo / G1)
é comerciante (Foto: Clarissa Carramilo / G1)
“Sou da roça mesmo. Tenho esse negócio aqui, mas eu faço farinha. Antes
do Bolsa Família, eu só vendia farinha. Ela [Dilma] melhorou, tinha
muita família que tava passando mal, passando fome. Agora come
direitinho, tem uma coisinha pra comprar no comércio, compra comida,
paga roupa”, explica.
Ele admite que muita gente na cidade deixou de trabalhar por causa do
benefício e considera a atitude um erro. “Aqui tem muita pessoa que
depois que recebeu essa bolsa, parou de trabalhar. Tá errado. Isso daí é
uma ajuda que ela deu pro camarada pra ter mais aquele negócio, pra
trabalhar, pra ter mais. Agora, o pessoal pega isso e não quer fazer
mais roça, não quer fazer carvão, não quer mais trabalhar?”, protesta.
Questionado se ele consideraria votar no candidato Aécio Neves, Seu
José Raimundo é categórico. “De jeito nenhum. Eu não conheço ele, o
pessoal dele nunca fez nada aqui pra mim”, revela. Informado de que
algumas pessoas não concordam com os programas do governo, ele disse que
gostaria de conversar com alguém que pense assim. "Tem gente que não
entende as coisas, né? Eu tinha tanta coisa pra falar pra uma pessoa
dessa", avisa.
Raimunda Nonata critica quem quem se apega
aos benefícios (Foto: Clarissa Carramilo/G1)
aos benefícios (Foto: Clarissa Carramilo/G1)
Dilmista crítica
Já a lavradora Raimunda Nonata, 34, conta que votou na Dilma, mas não por causa do Bolsa Família. Ela discorda de quem se apega ao benefício e deixa de “produzir riquezas”.
Já a lavradora Raimunda Nonata, 34, conta que votou na Dilma, mas não por causa do Bolsa Família. Ela discorda de quem se apega ao benefício e deixa de “produzir riquezas”.
“Nossa cidade é a quarta das mais mal desenvolvida [no estado] e dentro
do nosso município tem muitas riquezas. Existe campo pra pessoa
trabalhar, só que, hoje, a gente vê que o próprio pessoal do município
não se importa”, reclama.
Para Raimunda, a má distribuição e aplicação de recursos na cidade leva
parte da população a necessitar de programas do governo federal para
sobreviver. Ela afirma que o voto na presidente reeleita foi uma segunda
chance para a petista mostrar um trabalho melhor.
“Hoje, a gente votou nela [na Dilma] dando uma segunda oportunidade,
mas se continuar assim, não vou mais votar nesse partido. A gente vê que
tem muito recurso pra pobreza, mas é mal distribuído e quem sofre é o
pobre. Aí, as pessoas se apegam à questão do Bolsa Família, mas o nosso
município não pode depender só disso. Tem várias pessoas que não têm
oportunidade pra cursar um curso e fazer uma faculdade aqui. Eu vejo
gente que usa isso pra se empenhar, pra levar o filho pra escola, mas
nem todas as pessoas têm o bom senso de fazer isso. Tem gente que quer o
anzol, a isca e o peixe, mas tem gente que luta pra pegar o peixe”,
acrescenta.
Família
de Natividade deixou de produzir farinha após ser incluída em programa
do governo federal (Foto: Clarissa Carramilo / G1)
Vida mais tranquila
A dona de casa Maria da Natividade Araújo, 31, é uma das que usa o benefício para ter uma vida mais tranqüila. Antes do Bolsa Família, ela produzia farinha e obtinha renda da venda dos pandeiros, que custavam em torno de R$ 30 a R$ 40. Depois que a família foi incluída no programa, passou a receber R$ 184 e o marido fez um curso profissionalizante de pedreiro.
A dona de casa Maria da Natividade Araújo, 31, é uma das que usa o benefício para ter uma vida mais tranqüila. Antes do Bolsa Família, ela produzia farinha e obtinha renda da venda dos pandeiros, que custavam em torno de R$ 30 a R$ 40. Depois que a família foi incluída no programa, passou a receber R$ 184 e o marido fez um curso profissionalizante de pedreiro.
Na casa de barro e palhoça, a água é preciso ser bombeada de um poço e
carregada em baldes. O lixo é jogado e incinerado em buracos abertos no
quintal, os chamados "barreiros". Questionada se ela acredita que é
preciso melhorar a qualidade de vida da família, Maria afirma que
"sempre pode", mas que gosta da vida que leva.
Se ele [Aécio] não fizesse nada, a gente mudava de novo. E assim vai,
até a gente encontrar alguém que realmente se importe com o país"
Vladerlice Silva, 20, estudante
“Consigo pagar as contas, mercearia de casa e comprar remédio. Farinha
agora a gente nem faz mais. O que meu marido ganha [como pedreiro] já
ajuda bastante. Por isso eu votei na Dilma, porque melhorou, porque, na
roça, o serviço é mais pesado e esse é um benefício que a gente ganha
sem trabalhar. Ajuda bastante”, revela.
Peesedebista solitária
Entre tantos eleitores de Dilma, o G1 encontrou apenas uma eleitora do Aécio - a estudante Vladerlice Saminez Silva, 20. Ela conta que votou no candidato tucano porque considerou as propostas dele melhores e revela que não foi a única na cidade a pensar assim. Segundo ela, muita gente não votou no opositor a Dilma com medo de perder os benefícios.
Entre tantos eleitores de Dilma, o G1 encontrou apenas uma eleitora do Aécio - a estudante Vladerlice Saminez Silva, 20. Ela conta que votou no candidato tucano porque considerou as propostas dele melhores e revela que não foi a única na cidade a pensar assim. Segundo ela, muita gente não votou no opositor a Dilma com medo de perder os benefícios.
“Votei no Aécio porque achei as propostas dele muito melhores do que as
da Dilma. Ela fez coisa boa no governo, mas deveria ter feito mais.
Principalmente na segurança e, analisando o debate, achei as propostas
dele muito melhores”, disse.
Para Vladerlice, a alternância de governantes no poder seria positiva
para o país. “A maioria das pessoas votou nela por causa do Bolsa
Família, com medo de perder, mas a gente não tem que pensar não só na
gente, mas no país em si e foi isso que eu fiz. Se a pessoa não faz
nada, a gente muda. Se ele não fizesse nada, a gente mudava de novo. E
assim vai, até a gente encontrar alguém que realmente se importe com o
país”, conclui.
esta vendo ai e por isso que o povo foi leal ao pt, quem esta no sudeste na maior riqueza do pais nao esta nem um pouco preocupado com a pobreza do nosso estado...mais eu quero dizer meus amigos que no norte de minas gerais o povo passa fome mais a globo nao mostra poque a filial e da familia neves,mais eu conheço ,,e posso afirma valeu meu maranhao...............................
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