terça-feira, 29 de abril de 2025

Veja as cidades do Maranhão onde descontos atingiam mais de 60% dos aposentados em fraude bilionária do INSS

 

Veja as cidades do Maranhão onde descontos atingiam mais de 60% dos aposentados em fraude bilionária do INSS

Essas revelações fazem parte de um inquérito que culminou na deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal. Os dados indicam que, entre os anos de 2019 a 2024, os descontos não autorizados nas aposentadorias e pensões podem ter causado prejuízos que chegam até R$ 6,3 bilhões em todo o Brasil. Este problema é especialmente grave nas pequenas cidades do Nordeste, com um destaque para os estados do Maranhão e do Piauí.

Em março deste ano, 65,26% dos aposentados e pensionistas de Altamira do Maranhão tiveram descontos em seus benefícios, totalizando mais de R$ 31,7 mil em deduções apenas nesse mês. Em Fortuna, o impacto foi ainda maior: 2.088 beneficiários foram afetados, resultando em um valor movimentado superior a R$ 66,8 mil.

Conforme informado pela CGU, a maior parte desses descontos é realizada sem a devida autorização dos beneficiários e está associada a entidades organizacionais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag). Em Altamira do Maranhão, por exemplo, a Contag recebeu 84% dos descontos aplicados.

A CGU também apontou que muitas das entidades associativas relacionadas à investigação apresentam sérias deficiências em sua estrutura. Durante as vistorias, foi constatado que algumas dessas organizações não tinham nem mesmo o número mínimo de funcionários ou instalações adequadas que pudessem justificar o vasto número de associados e os serviços que afirmavam oferecer. Um caso significativo foi o da AAPPS Universo, situada em Aracaju (SE), que, apesar de ter apenas dois funcionários durante a vistoria, registrava aproximadamente 250 mil associados em todo o Brasil.

De acordo com uma reportagem do Jornal Nacional, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi informado em 2023 sobre o aumento dos descontos indevidos, mas levou quase um ano para iniciar ações efetivas.

Em resposta às denúncias, a Contag, uma das entidades que está sob investigação, divulgou uma nota afirmando que “sempre atuou com ética e responsabilidade” e que está colaborando plenamente com as apurações.

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