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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Tenente da PM-PI é suspeito de matar caseiro para receber seguro de R$ 1,5 milhão

 


Parece roteiro de filme policial, mas é realidade nua e crua, ocorrida aqui mesmo no Piauí. A Polícia Civil revelou que o tenente da Polícia Militar Alexandre Filipe Tupinambá Silva planejou e executou o assassinato do próprio caseiro, José de Ribamar Pereira Osorio, de 54 anos, com o objetivo de receber um seguro de vida de R$ 1,5 milhão. Um crime premeditado, cruel e movido pela ganância.

O caso, ocorrido em 12 de abril de 2023, no município de Santo Inácio do Piauí, ganhou novos contornos neste fim de semana, após a prisão do tenente no bairro Pedra Mole, zona Leste de Teresina. Segundo o delegado Tales Gomes, que conduz as investigações, o militar contratou o seguro em nome do caseiro e colocou como beneficiário um advogado ainda não identificado, sem o conhecimento da vítima ou de seus familiares.

As investigações apontam que o plano foi calculado nos mínimos detalhes. O tenente levou José de Ribamar até um sítio de sua propriedade, sob o pretexto de um serviço. Antes de sair, o trabalhador chegou a comentar com a esposa que acompanharia o policial, mas foi orientado por ele a “não contar a ninguém”. Horas depois, a mulher, preocupada com a demora do marido, foi até o local e o encontrou morto. A brutalidade do crime causou comoção na pequena cidade do sul do Piauí.

A polícia descobriu o esquema após um funcionário da seguradora aparecer em Santo Inácio fazendo levantamentos para liberar o pagamento do seguro. A família da vítima, surpresa, sequer sabia da existência da apólice. Foi a partir daí que o fio da meada começou a ser puxado. O delegado revelou que o tenente falsificou documentos públicos, coagiu testemunhas e até ofereceu dinheiro à filha da vítima para que a família permanecesse calada sobre o caso.

O tenente Alexandre Tupinambá, já conhecido da polícia por outros escândalos, inclusive por furtar cheques da ex-deputada Flora Izabel, agora responderá por homicídio qualificado, falsificação de documento público, fraude e coação de testemunhas. As autoridades investigam ainda a participação de possíveis comparsas, incluindo o advogado que aparecia como beneficiário do seguro.

Segundo o delegado, o tenente não chegou a receber o valor do seguro, pois o pagamento foi bloqueado após a seguradora desconfiar das circunstâncias da morte e acionar a polícia. O caso é mais um retrato perturbador da corrupção e da frieza que podem habitar dentro das próprias forças de segurança.

Um servidor público juramentado para proteger vidas, agora acusado de tirar uma delas — por dinheiro. O Piauí assiste, estarrecido, a um crime que ultrapassa todos os limites da moral e da humanidade.


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