Atualmente, ressaltou o autor do projeto de lei do Senado (PLS
637/2011), senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a legislação trabalhista não
especifica o prazo de ausência injustificada para caracterizar abandono de
emprego. Essa definição, informou, cabe à jurisprudência trabalhista, que tem
adotado a Súmula 32 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) como parâmetro. De
acordo com o entendimento do TST, faltar ao serviço por 30 dias consecutivos
gera a presunção do abandono do emprego, o que acarreta a demissão por justa
causa.
A proposta inicial de Raupp prevê prazo de 20 dias de falta injustificada
para caracterização de abandono de emprego. O texto aprovado pela CAS especifica
o prazo de 30 dias de ausência ao trabalho, mantendo o parâmetro já recomendado
na Súmula do TST. Isso foi feito por meio de emenda do senador Paulo Paim
(PT-RS), acatada pelo relator, senador Cyro Miranda (PSDB-GO),
e aprovada pela comissão.
O texto aprovado obriga ainda o empregador a notificar o trabalhador,
pessoalmente ou pelo correio, com aviso de recebimento, da aplicação da justa
causa por abandono de emprego, caso não retorne à atividade antes de completar
os 30 dias de ausência injustificada. Na hipótese de o empregado não ser
encontrado em seu endereço, deverá o empregador publicar edital de abandono de
emprego em jornal de circulação local.
Segundo Raupp, a proposição possibilitará ao empregado apresentar o motivo
que inviabilizou o seu comparecimento ao local de trabalho, o que afastará a
possibilidade de aplicação da medida extrema de demissão por justa causa. Também
permitirá ao empregador rescindir o contrato de trabalho por justo motivo e
contratar novo trabalhador quando não obtiver resposta à comunicação enviada ao
empregado faltante ou à publicação do edital de abandono de emprego.
Para Raupp, ao disciplinar o abandono do emprego e determinar legalmente o
prazo para afastamento injustificado do trabalho, o projeto preencherá lacuna
importante na legislação trabalhista. A medida, ressaltou o senador, vai
proteger o trabalhador e o empregador.
- Dessa forma, aumenta a segurança jurídica nas relações entre empregados e
empregadores, ao tornar claras as disposições sobre o tema, sem exigir um
conhecimento especializado, por empregados e empregadores, da jurisprudência –
destacou o relator da matéria, senador Cyro Miranda (PSDB-GO).
Nenhum comentário:
Postar um comentário