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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Capa da VEJA: O homem que entregou o dinheiro no Palácio dos Leões


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Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia da capa da Revista Veja, executou o trabalho de entregar dinheiro vivo como pagamento em domicílio aos participantes de esquema de corrupção.
Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros.
Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.
De acordo com a edição da semana da Revista Veja, Rafael Ângulo Lopez, pagou R$ 900 mil em propina a governadora Roseana Sarney nas dependências do Palácio dos Leões. Ele veio três vezes ao Maranhão, carregando R$ 300 mil de cada vez. A bolada foi entregue ao ex-chefe da Casa Civil, João Abreu, dentro da sede do executivo estadual.
A revista VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras.
Roseana Sarney aparece no escândalo da Operação Lava Jato desde a deflagração da operação, em março passado. Não por acaso, Alberto Youssef foi preso pela Polícia Federal no Hotel Luzeiros. De acordo com os depoimentos colhidos pela polícia, para liberar o pagamento do precatório de R$ 120 milhões da Constran, o governo do Maranhão teria exigido R$ 6 milhões em propina. Cabia a Youssef confirmar o acordo.
Roseana ainda é citada como beneficiária de propina no depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que também fez acordo de delação premiada com a justiça. Sem foro privilegiado, a filha do oligarca José Sarney pode ser presa a qualquer momento.
Domingoscosta

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