Flávio Dino, instaurando a República no Maranhão em janeiro de 2015 durante sua posse no Palácio dos Leões
Flávio Dino, instaurando a República no Maranhão em janeiro de 2015 durante sua posse no Palácio dos Leões
No dia 1º de janeiro de 2016 completa um ano do governo Flávio Dino e é necessário que se faça uma leitura correta da realidade para que se possa avaliar suas ações, sem se deixar levar pelo imediatismo e por um juízo surperficial fundamentado nas aparências e na rotina que não nos permite perceber sequer as mudanças que ocorrem a nossa volta.
O Maranhão até o final de 2014 ainda vivia na República Velha, comandada pelas oligarquias que permitiu o fortalecimento do coronelismo para dar mais poder político às elites regionais.
Há 85 anos com a revolução de 30, Getúlio Vargas deu fim à velha forma de governo, cuja as práticas ruinosas ainda resistiram no Maranhão até a posse de Flávio Dino em janeiro de 2015.
A diferença entre os dois é que o primeiro chegou ao poder através de um golpe de estado, e o segundo através da escolha de 63,52% do eleitorado que validou diretamente o seu voto em 2014.
Ao contrário de Getúlio, que por força da revolução pode impor mudanças sociais e políticas, Flávio foi eleito democraticamente, o que determina um outro ritmo para as mudanças que tanto a população espera após mais de 40 anos de domínio da família Sarney.
Enquanto o golpe permite rupturas imediatas, a democracia não possibilita mudanças abruptas, como muitos desejam e por isso mesmo se dizem decepcionados com o atual governo por não fazê-las.
As mudanças históricas e sociais são graduais e só se  concretizam após um longo processo, que não surge naturalmente, mas da ação objetiva do Homem para transformar a sociedade em que vive.
O primeiro passo foi redefinir a atribuição do Estado, que antes atendia somente aos interesses empresariais e familiares dos donatários do poder, para atender aos mais necessitados, condenados à miséria exatamente pela política excludente do antigo regime.    
Combater às desigualdades é o principal objetivo da atual administração. O Mais IDH, programa que integra governo, prefeituras e sociedade civil envolve 23 ações nas áreas de saúde, educação, etc. no enfrentamento da pobreza extrema que atinge 30 cidades com os menores Índices de Desenvolvimento Humano.
O segundo passo significativo no processo de mudança é o combate à corrupção. Levantamento da Controladoria Geral da União,  apontou que deixamos  o último lugar para liderar o ranking da transparência com os gastos públicos em todo o País.
É através dessas ações e suas consequências futuras  que se pode dizer que realmente iniciamos uma nova era.
O combate a pobreza é a grande mudança do Maranhão!
Por outro lado, o governo enfrenta problemas e precisa melhorar em várias áreas de atuação, especialmente na Saúde e na Segurança, que atingem diretamente toda população.
A convocação de 1.500 novos policiais e o fim do desvio dos recursos da Saúde permitirá um combate mais eficaz contra a violência e uma considerável melhoria no atendimento médico/hospitalar,  nas atividades preventivas e no fornecimento de medicamentos.
Ao avaliar o primeiro ano do governo é importante observar a grave crise econômica, que diminuiu a arrecadação e a capacidade de investimento,  exigindo competência administrativa redobrada para evitar o que já ocorre em vários estados, que atrasaram salários e não pagaram o décimo terceiro.
O Rio de Janeiro, por exemplo,  além de atrasar o ordenado do funcionalismo ainda deixou que a saúde pública entrasse em colapso.
Nas palavras da filósofa Rosana Madjarof, o Estado pode ser um equalizador de oportunidades, desde que defina, não o seu tamanho ou presença, mas a quem serve!
Por RaimundoGarrone