TUNTUM...
Por Jean Carlos Gonçalves*.
No pulsar do coração vibrante de cada filho teu, a denúncia da esperança, da vontade manifesta, do brado de luta, da gana, do afã para cumprir a missão histórica iniciada por teus pioneiros, nossos ancestrais...
Destemidos desbravadores e SONHADORES. Aventureiros? Não, absolutamente. Olhem, vejam, sintam... Quão bela é nossa cidade. Ingenuidade seria crê na idéia de falta de propósito. Isto me faz lembrar uma passagem bíblica do livro de Gênesis (Cap. 12, v. 1-2): “Ora disse o Senhor a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de te farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção.” . Não teria Deus em toda a sua benevolência e misericórdia dito aos nossos ancestrais ainda em sua terra natal: “Sai da tua casa, da tua parentela, foge do flagelo da seca e da exploração do vil coronel e vai para uma terra que te mostrarei, onde jorra leite e mel?”
Perdoe-me a ousadia da analogia, mas acredito num direcionamento divino. Pois foi para estas paragens de solos férteis, ubérrimos, que vieram nossos ancestrais, aqui no coração do Maranhão, na Mata do Japão, fixar a pedra base para a constituição de nosso bravo povo.
E nessa oportunidade queria conclamar a todos, para juntos rememorarmos, homenagearmos, num gesto simples, mas de sublime gratidão àqueles que foram e/ou são instrumentos de Deus e co-responsáveis pela nossa existência presente.
Aos Naziozenos, Benvindos, Borges, Carneiros, Alves, Silvas, Santos, Coelhos, Pinheiros, Morais, Pereiras, Araújos, Andrades, Tavares, Correias, Teixeiras, Lédas, Gonzagas da Cunhas, Uruçus, Britos, Ferreiras, Diniz, Almeidas, Brasil, Gonçalves e tantas outras honradas famílias-células, que juntas formam o nosso tecido social...
Aos grandes homens e mulheres de nosso passado...
Viva! José Naziozeno nosso primeiro morador.
Frederico Coelho, Alípio Coelho, João Pinheiro, Estevão Correia, José Pinheiro Coelho, Manoel Valente, grandes empreendedores do nosso passado.
Eurico Ribeiro, deputado que apresentou na Assembléia Legislativa Estadual o projeto de emancipação do município, cujo topônimo do antes promissor povoado, traduz a voz de nossos corações – TUN-TUN – TUNTUM.
Eugênio Barros, governador que sancionou a lei de tua criação e estabeleceu aqui a sede.
Isaac Ribeiro, em caráter interino, teu primeiro Prefeito.
Ariston Leda o primeiro governante eleito, e aos demais prefeitos, juntamente com os vereadores que tivemos, acertando ou errando tomaram decisões que de uma forma ou de outra influenciaram os nossos rumos, os nossos destinos.
Às nossas briosas mulheres... Maria Secretária uma das pioneiras de nossa educação; Ana Rita Pinheiro Coelho, Teresinha Almeida; Ana Amélia Carneiro (a Maroca), a primeira a ocupar o cargo de vereadora, antes mesmo da primeira prefeita: Rita Maria ou da primeira vice-prefeita Valdete Gonçalves, esta também educadora.
A propósito, como neste momento poderíamos esquecer de nossos saudosos professores, tão cedo roubados ao nosso convívio: Predrina, Toinho e Levi.
Sim Levi. Contribuiu sim. Deixou um legado. Seria mesquinho e cruel negar isto. Sua trajetória entre nós deve ser objeto de análise e reflexão, principalmente, para os jovens de hoje, compreenderem o quanto as escolhas do presente podem implicar em seu futuro, às vezes, sem possibilidades de revê-las.
Pedrina, quantas décadas de dedicação à educação, ativa, inteligente, amiga, sobretudo, generosa.
Antônio Francisco, o Professor Toinho, capacidade inquestionável, nos mostrou que podemos converter idealismo em realizações. Que o digam os moradores do Parque São Raimundo Nonato, os que foram seus alunos, seus colegas de trabalho, os que o conheceram.
Entretanto, cabe ressaltar: não são os nomes em maior evidência que sozinhos fizeram a ti TUNTUM. Pessoas simples e de relevantes serviços relutam, teimam em habitar nossa memória: Mestre Rosa, Mestre Elias, as parteiras, as benzedeiras e tantos outros que passam despercebidos, anônimos que cotidianamente, construíram e constroem nossa história, afinal, nessa trama não há coadjuvantes todos são protagonistas, são indubitavelmente atores principais, sujeitos históricos.
Portanto, nossas homenagens a todos sem hierarquização, sem acepção. Aos que fizeram, aos que fazem – TUMTUM. PARABÉNS!!!! PARABÉNS!!!! PARABÉNS!!!!
E Obrigado! Pela contribuição, pelo legado. É isso que rompe com as diferenças e une protestantes e católicos, cobras e labigós e tantas outras rivalidades, antagonismos, na teia das relações sociais – A certeza de pertencer a um passado comum. A responsabilidade conjunta de construir e conservar a nossa memória, mas, sobretudo, de fazer Tuntum melhor, muito melhor.
Parabéns a todos! Parabéns! PARABÉNS!!!! PARABÉNS!!!! PARABÉNS!!! TUNTUM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Que a posteridade rememore a glória que juntos construímos!!! Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!!
*Jean Carlos Gonçalves é professor de História e atua na rede pública estadual do Estado do Maranhão e da rede pública municipal de Santa Filomena do Maranhão.