A votação recebida pelo ex-governador Flávio Dino e senador eleito pelo PSB, está dando muito o que falar em Tuntum. O ponto da discórdia são os 10.354 votos recebidos por ele. O prefeito Fernando Pessoa já publicou em cards nas redes sociais junto com os demais candidatos que apoiou, que ele é o autor da proeza, ou seja, da maior votação já dada a um candidato ao senado em Tuntum.
Mas sem a necessidade de qualquer cálculo, bastando somente a racional compreensão, percebe-se que não é bem por aí, tudo leva a crer que existe uma inversão dos números, com a real possibilidade dos cálculos estarem errados.
Primeiro, Dino passou a ser apoiado por Pessoa há pouco tempo, talvez há cerca de 40 dias, após ter declinado do nome de Roberto Rocha misteriosamente, mesmo depois de tê-lo apresentado a população em um grande ato político, para pouco tempo depois, inexplicavelmente, procurar o ex-governador e render-lhe seu apoio.
O segundo ato da história, que é muito confusa, é o motivo do grupo do prefeito distribuir durante o dia da eleição santinhos com o número do senador Roberto Rocha. Muito estranho para quem havia declarado incondicional apoio ao ex-governador, deixando clara as reais possibilidades de que esteve em cima do muro ou jogando dos dois lados.
O terceiro ato da controversa história se inicia com uma simples pergunta. Como FP deu mais de 10 mil votos a Flávio Dino se o grupo votou também em outro candidato, que obteve 7.881 votos? Neste caso, o grupo do prefeito teria dado 18 mil votos para os dois candidatos ao senado? E os votos do grupo de oposição que também apoiava Flávio Dino, mais de 7 mil, ficaram onde mesmo? O mais estranho de tudo isso é que seu principal candidato, Éric Costa, tirou pouco mais de 9 mil votos?
Não há como, os números não batem e nem a própria lógica também corrobora com a narrativa que está mais para pífia do que real. Diante de um simples raciocínio, tudo leva a crer que quase 80% dos votos recebidos por Dino tenha vindo do grupo do ex-prefeito Dr. Tema, que já vota no ex-governador há quase duas décadas, como na primeira oportunidade quando ele recebeu quase que 10 mil votos, isso quando o eleitorado ainda era bem menor.
Flávio Dino, com certeza, se assustou ao ouvir a retórica da multiplicação do voto, principalmente da forma como aconteceu com os apoios dados a Roberto Rocha e o seu bom desempenho nas urnas. Imagine se Rocha tivesse feito campanha, o estrago seria bem maior? Dino, com toda certeza, sabe da verdade, assim como sabe também da fidelidade de seu velho escudeiro Dr. Tema, homem que lhe repassou toda munição para vencer sua primeira batalha.
O ex-chefe dos Leões deve ter ficado sabendo, também, que os mais de 7 mil votos obtidos por Tema não lhe custaram nada, todos vieram em forma de gratidão, já que o ex-prefeito não pôde visitar a ninguém e nem gastar o que não tinha. Enfrentou seus oponentes de pés no chão, enquanto seus adversários fizeram campanha de prefeito, no estilo é dando que se recebe.
