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domingo, 6 de dezembro de 2015

Ciro Gomes diz que Michel Temer é o capitão do Golpe

Leonardo Lucena
Brasil 247
Enquanto aliados da presidente Dilma Rousseff (PT) e os políticos a favor do impeachment contra a petista saia do papel acirram suas disputas políticas, o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT-CE) vê na tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff, estimulado por tucanos e por aliados do vice-presidente Michel Temer, uma real possibilidade de firmar como uma alternativa à polarização PT-PSDB. Na tarde deste sábado, sem meias palavras, ele afirmou que 'Temer é o capitão do golpe'.

Em referência ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prestes a ser cassado por contas secretas na Suíça e suspeita de prestar favores o BTG Pactual, de André Esteves, preso na Operação Lava Jato, Ciro bateu duro no peemedebista. “Não aceitaremos que um chefe de quadrilha processado na justiça por corrupção leve o País à ruptura democrática! Não aceitaremos o golpe”, afirmou, na semana passada, via rede social.

Disparando críticas contra Cunha, Ciro chamou o deputado de “ladrão”, acusou o vice-presidente Michel Temer de estar conspirando a favor do impeachment da presidente Dilma. À jornalista Mariana Godoy, o pedetista disse, nesta sexta-feira (4), que Temer é “sócio em tudo” de Cunha.

Ciro não aliviou para o vice-presidente e afirmou que o peemedebista está sendo hipócrita com o discurso das “pedaladas fiscais”. De acordo com o ex-ministro, há separados decretos assinados por Temer, nos seus períodos de interinidade, onde ele também praticaria “pedaladas” orçamentárias.

Ex-ministro do governo Lula e ex-deputado federal, Ciro que também foi governador do Ceará e prefeito de Fortaleza, inicia suas movimentações diante do conturbado contexto político-econômico para ser o candidato da esquerda à presidência da República, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tente o seu terceiro mandato.

Um fator que pesa a favor do pedetista, ex-candidato à presidência da República, em 1998 (ficou em terceiro lugar) e em 2002 (em quarto), é o aumento da rejeição das principais lideranças políticas nacionais. Pesquisa divulgada pelo Ibope, no dia 26 de outubro, o percentual dos que dizem que não votariam de jeito nenhum Lula saltou de 33% em maio de 2014 para 55% agora.

A rejeição também aumentou para outros possíveis presidenciáveis. A o senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu de 42% para 47% em um ano, a da ex-ministra Marina Silva (Rede), de 31% para 50%; a do senador e ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de 47% para 54% em dois anos.

No caso do atual chefe do executivo paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), não há comparativo, mas a rejeição é de 52%, assim como de Ciro.
Apesar de uma rejeição se superior a 50%, Ciro Gomes tem a seu favor a divisão o racha entre o PSDB de São Paulo e o de Minas.

De um lado, o governador Geraldo Alckmin (SP) articula uma operação para firmar seu nome em nível nacional. No entanto, a crise hídrica no estado e a recente truculência da polícia paulista contra os estudantes que protesta contra o fechamento de escolas, que o governo diz ser uma reorganização escolar (o projeto foi suspenso) pesam contra o tucano.

Um reflexo de que uma eventual candidatura de Alckmin à presidência terá de ser árdua é a sua popularidade, que, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26 de novembro, atingiu a sua pior marca: 28% do eleitorado paulista qualifica o desempenho do tucano como ótimo ou bom, a menor taxa de aprovação na série do instituto ao longo dos quatro mandatos dele, desde 2001. De acordo com o levantamento, a reprovação também é recorde, pois 30% dos paulistas classificam o desempenho do governador como ruim ou péssimo (leia mais aqui).

Por sua vez, o senador Aécio Neves (MG) aproveita a onda pró-impeachment e continua a desferir fortes críticas à presidente Dilma para tirá-la do poder. Mas vale ressaltar que, apesar de a última eleição presidencial ter sido bastante apertada (51% para Dilma contra 48% do tucano), o parlamentar mineiro perdeu em seu próprio reduto eleitoral (Minas Gerais), onde governou por oito anos tanto no primeiro quanto no segundo turno do pleito. Um dos principais políticos a favor do impeachment, o congressista também não conseguiu deixar claro à população quais seriam suas propostas para retomar o crescimento econômico do País.

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