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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Lideranças católicas e evangélicas condenam pedido de impeachment


rede de legalidade 2rede-legalidade(FOILHA) – Lideranças católicas e evangélicas condenaram a aceitação, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
O pedido foi acolhido na quarta-feira (2).
Em nota, o Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) afirmou ver com muita preocupação a aceitação do pedido “com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República”.
O conselho reúne as igrejas católica, anglicana, luterana, presbiteriana e ortodoxa.
“O momento pelo qual passamos pede serenidade e profunda reflexão. Vivemos um tempo difícil na economia e na política. Ainda estamos estarrecidos com o crime ambiental ocorrido em Mariana (MG) e que afeta também o estado do Espírito Santo. Temos, portanto, razões para afirmar e conclamar que os e as parlamentares se dediquem para a defesa dos interesses das pessoas que, nesse momento, sofrem os impactos dos crimes ambientais, da violência e do desemprego”, diz a nota, divulgada na semana passada.
“Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação. Um impeachment sem legitimidade nos conduziria para situações caóticas”, continua o Conic.
O conselho diz ainda que, pelo calendário cristão, “estamos no período de advento”, de renovação e reafirmação da esperança, e pede reflexão por um projeto para o país que considere “não os interesses materiais e imediatos das elites econômicas e políticas, mas sim as necessidades das grandes maiorias, especialmente dos e das trabalhadores e trabalhadoras do campo e das cidades”.
CNBB
Também na semana passada, a Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, membro do Conic) divulgou nota para manifestar “imensa apreensão” com a abertura do processo de impeachment.
“A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum. O país vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos”, afirmou.
A CNBB diz que a ordem constitucional democrática brasileira não se deixa abalar por “aventuras políticas” e que Eduardo Cunha “apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado”.
“Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas”, afirma

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