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domingo, 13 de dezembro de 2015

“Não cabe em mim que Lula e FHC não façam um acordo”, diz Flávio ao El País

 Leandro Miranda

Flávio DinoMaranhão 247 – Um dos maiores defensores da continuidade do mandato da presidente Dilma Rousseff, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defende “um novo pacto nacional”. Neste sentido, diz ele, só há uma saída se o PT e o PSDB se unirem para superar a crise.
“Defendo muito claramente a continuidade do mandato, primeiro por razão técnica, porque constitucionalmente não há nenhuma base para que a presidenta da República eleita seja afastada. Em segundo lugar, há a razão política. É a partir dela [Dilma] e do Governo que se pode construir um novo pacto nacional. Mas para isso é preciso que o conjunto de forças do Congresso mude sua atitude, que hoje é de sabotagem. Governo e oposição são essenciais para a democracia”, afirma ele em entrevista ao El País Brasil (aqui).
Ele pondera que “não se trata de anular a existência da oposição, mas colocá-la em termos que se considera que você não pode ter uma relação de destruição, de aniquilamento”. “Imagino que o grande desafio de todos aqueles que desejam que o Brasil não sofra tanto é construir algum tipo de entendimento que permita essa retomada do crescimento e a preservação de conquistas que não têm coloração partidária”, diz.
Sobre um acordo PT-PSDB, o governador diz que “esse é o único caminho possível”.
“Só vejo uma saída e a tenho sustentado desde o final do ano passado, quando fui eleito. A sociedade escolheu dois partidos para serem os principais polos da política brasileira. O PT esteve presente no primeiro ou no segundo turno, com protagonismo, nas sete eleições presidenciais que houve após a democratização. O PSDB foi protagonista em seis, com uma única exceção, em 1989. Esses são os dois principais partidos brasileiros”, argumenta.
Por isso, ele defende um entendimento entre Lula e FHC.
“Não cabe na minha cabeça que duas lideranças da envergadura e da importância histórica como Fernando Henrique Cardoso e Lula não consigam sentar à mesa e fazer um acordo nacional. Esse é o único caminho possível e não cabe na minha racionalidade ingênua ou pretensiosa que não aconteça uma união nacional que acontece em outros países do mundo. Estamos vendo isso agora na França. Já houve nos Estados Unidos, na Espanha, em Portugal. Lutamos tanto para chegar até aqui, muita gente sofreu, tivemos ditadura sangrenta, que torturou e matou, depois uma hiperinflação. O que levamos três décadas conquistando, como estabilidade econômica e diminuição das desigualdades, pode se perder em poucos meses. No Maranhão, a gente governa com PT e PSDB, e todos estão felizes. Sem isso, é muito difícil imaginar uma saída”, diz

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