sábado, 26 de dezembro de 2009

A CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DO FLORES (1982-1987)

Os estudos e levantamentos para a execução do Projeto Flores foram intensificados na segunda metade da década de 1970, pela empresa Geotécnica S/A, contratada pelo DNOS (Departamento Nacional de Obras e Saneamento), órgão vinculado a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). A Empresa, especialista em estudos de solo, cartografia, sondagens e trabalhos especiais de engenharia, além de inspecionar e fazer o levantamento da área que seria influenciada pela construção da Barragem do Flores, também ficou com a incumbência de cadastrar todas as propriedades, bem como as benfeitorias agrícolas, edificações, etc., que se situavam na área onde viria ser o reservatório da Barragem para que fossem indenizadas. Além do gerenciamento do projeto, uma outra atribuição dessa empresa seria prestar informações ao seu contratante (DNOS), fazendo relatórios das etapas que envolviam o processo de realização da obra e também esclarecer e orientar os moradores da região sobre todos os aspectos do empreendimento. De acordo o Plano Geral do Mearim e Afluentes, a Barragem do rio Flores fazia parte de um complexo de umas cinco barragens projetadas para a contenção das cheias, mas só foi construída esta. As outras deveriam ser construídas nos rios Mearim e Corda. Essas foram projetadas pela Geotécnica S/A, em 1978, período em que houve uma equipe projetando e escolhendo os eixos de viabilidade nos seguintes lugarejos: Cazuza e Marianópoles, a montante de Pedreiras no rio Mearim. Para a do Flores, o local da construção seria a confluência deste rio com o riacho Preguiça”. Com relação ao trabalho efetivo de construção da Barragem do Flores, a mobilização das primeiras equipes para as obras começou com a implantação dos canteiros de obras, onde a construtora era a CBPO (Companhia Brasileira de Projetos e Obras) e a consultora era a Geotécnica S/A. Os estudos de viabilidade (projetos de campo) deram-se de 1974 a 1978, fazendo estudo dos relevos, hidrológicos e geotécnicos (solos) áreas de empréstimo (jazidas) acessos pessoal e logístico. Segundo matéria publicada em 14 de abril de1995, o jornal Imparcial afirmara que a Barragem custou aos cofres públicos cerca de R$ 10 milhões, valor questionável. A obra deveria empregar mais de 3000 empregos diretos, mas não podemos precisar a quantidade de pessoas que trabalharam na obra que teve início em 1982 e fora inaugurado em 1987. Após poucos anos da inauguração fora abandonada devido ao corte de verbas do Governo Federal, restando no lugar um imenso lago de 42 km de extensão.

Visão do Barramento do Flores

De acordo a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Irrigação, a Barragem do Flores apresentava as seguintes características: “Com um aterro de 2,5 milhões de metros cúbicos, a Barragem possui uma crista de 830 m, que possibilita o represamento de quase dois bilhões de metros cúbicos de água, formando um lago de 16 km² na cota máxima de 76 m. de altura – a ser atingida após quatro anos de fechamento de suas comportas, proporcionando uma vazão líquida de 5,3 m³/s”.

Casa de Comando da Barragem do Flores Os objetivos do projeto em questão eram variados, conforme apontamos anteriormente: evitar as enchentes nas cidades do vale do Mearim; favorecer o desenvolvimento econômico da região sob influência do Flores, com programas de irrigação e estímulo à piscicultura; possível possibilidade para o aproveitamento na produção de eletricidade. Em fim, tudo isso criou muita expectativa e esperança na população, porém na medida em que ia se dando o desfecho com a conclusão da obra, toda a esperança daquela população da área afetada se transformaria em triste desilusão.
Imagem externa das comportas.

Texto adaptado de - A Barragem do rio Flores: Esperança e desilusão para o município de Tuntum-MA.
Por Gean Carlos Gonçalves

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