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terça-feira, 9 de julho de 2024

Desvios milionários e mentiras: o que a PF aponta sobre caso das joias

 


O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação da venda ilegal de joias recebidas como presente pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicam desvios milionários e mentiras do clã Bolsonaro. O documento teve o sigilo retirado nesta segunda-feira (8/7) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. 

As investigações da PF apontam que teria havido a movimentação de R$ 6,8 milhões (US$ 1,2 milhão) com a venda ilícita de bens. O entendimento dos policiais é que houve “enriquecimento inadmissível” pelo então presidente da República. O documento indicia Bolsonaro e mais 11 pessoas. O registro oficial da investigação foi entregue ao STF fisicamente na sexta-feira (8).

Para a PF, os investigados mentiram em uma “estratégia articulada” ao afirmarem falsamente que colocavam as joias recebidas como presente na Fazenda Piquet, de propriedade do tricampeão de Formula 1 Nelson Piquet. 

O relatório narra que um conjunto contendo uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio foram parar nos Estados Unidos. As peças são chamadas de “kit ouro rosê”. Elas foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem a Arábia Saudita, e levadas no avião presidencial em 30 de dezembro de 2022. Os itens foram a um leilão em Nova Iorque, mas acabaram não sendo arrematados.

“Posteriormente, após a tentativa frustrada de venda, e cientes da restrição legal de comercializar bens do acervo privado presidencial no exterior, somado à divulgação na imprensa da existência do referido kit, Mauro Cid, Marcelo Camara e Osmar Crivelatti organizaram uma ‘operação de resgate’ dos bens”, diz trecho do documento. As informações vieram à tona nesta segunda, quando Moraes retirou o sigilo ao relatório da PF. 

Outra informação considerada mentirosa no relatório da Polícia Federal é o motivo de uma viagem do advogado Frederick Wassef para os Estados Unidos. Wassef disse que a viagem foi de turismo e já estava marcada. A PF afirma no relatório que a viagem de Wassef foi de última hora. O motivo era recomprar um relógio Rolex, que foi dado ao governo brasileiro e vendido pelos investigados.

A urgência da viagem ficou evidenciada, diz o relatório, por uma cobrança de Wassef a um agente de viagens. “Só não pode ter furo. É urgente a situação”, escreveu Wassef.

Para a PF, as trocas de mensagens deixam claro que Bolsonaro sabia da venda de um kit nos Estados Unidos. Em 4 de fevereiro de 2023, Mauro Cid enviou a Bolsonaro o link de um leilão marcado para o dia 8 de fevereiro. Metrópoles 

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