domingo, 3 de janeiro de 2010

TUNTUM: fraude de 1958 e ecos da República Velha

A primeira eleição para prefeito no município de Tuntum, foi marcada por um acontecimento que se tornaria um dos mais inusitados e obscuros de sua história política. Criado, por força da lei nº. pela nº. 1362 de setembro de 1955, o jovem município desmembrado de Presidente Dutra, só realizaria suas primeiras eleições para prefeito em outubro de 1958, pois o governador do estado Eugênio Barros, embasado nos termos do artigo 6º, da lei nº. 269 de 31 de dezembro de 1946, nomeou o Sr. Isaac da Silva Ribeiro para o cargo de prefeito. Este ocuparia o cargo até a posse dos eleitos no pleito de 1958, a qual estava prevista para 31 de janeiro do ano subseqüente. Porém, apenas os representantes do poder legislativo municipal assumiria em sessão solene, a condição de primeiros vereadores eleitos pelo sufrágio universal dos cidadãos tuntuenses, foram eles os Srs.: José Pereira da Silva, João Patrício Gomes, Adão Gomes da Costa, Belchor Carvalho Souza, Antônio Fernandes de Sousa, José Costa Carvalho (Deco), Astolfo Seabra de Carvalho, Edésio Gomes Fialho e Marinho Gonçalves de Morais. Para a presidência da Câmara fora eleito o Sr. Astolfo Seabra, sendo escolhido Belchor Carvalho de Sousa para o cargo de vice-presidente e José Pereira da Silva para primeiro-secretário. Com relação ao cargo executivo a situação permaneceria indefinida até o dia 07 de setembro de 1959, por conta de uma ação judicial movida, a partir da impugnação de urnas eleitorais dos povoados Belém (Barriguda), São Lourenço (Mucura) e São Miguel, após denúncia de fraude. Nesse intervalo de tempo assumiu a chefia do Executivo o então presidente da Câmara de vereadores, o já aludido – Astolfo Seabra. Nessas eleições de 1958, pleiteavam o cargo de prefeito, Manuel Valente pela sigla da UDN e Ariston Léda pelo partido do PSB, estes promoveram uma disputa bastante acirrada, ambos valendo-se de consagrados artifícios que marcaram as promíscuas eleições da República Velha. A Profª. Antonia Morais Gomes em – “Tuntum: uma década de emancipação política (1955-1965)” anota: “Ocorrida a eleição de 03 de outubro de 1958 e passado a apuração o resultado para os cargos de prefeito e vice-prefeito ficou indefinido, atendendo a solicitação de impugnação dos votos das urnas dos povoados São Lourenço, Belém e São Miguel, proposta pelo candidato Manoel Valente de Figueiredo, permanecendo as mesmas dependendo da decisão do Tribunal Regional Eleitoral...” A partir daí, começaria uma longa disputa no Tribunal Regional Eleitoral. Evidentemente, as partes interessadas procuram todos os meios para fazer prevalecer seus respectivos interesses, recorrendo-se principalmente, ao apoio de seus representantes na Assembléia Legislativa. Eram partidários da causa de Manoel Valente, o deputado estadual Manoel Gomes e o atuante deputado federal cordense Dr. Pedro Braga Filho e, advogando por Ariston Leda, o seu sobrinho – o jovem Eurico Ribeiro, que na época despontara como um dos mais promissores políticos do estado, inclusive ocupando o cargo de governador do Estado, na condição de interino. Enquanto a situação não se definia a população aguardava ansiosa o resultado do processo, e naturalmente ao longo desse transcurso, surgiam e se consolidavam várias alegorias, sempre pautadas em informações distorcidas ou que só existiam no imaginário coletivo, dado a falta de acesso a noticias de fontes confiáveis. Exposto deste modo pode-se assegurar que tais práticas ficaram aprisionadas no calabouço do passado e que só relutam em existir em nossa dispersa memória popular. Entretanto, a estrutura mental se insere num tempo de longa duração (tempo estrutural), de tal sorte, que artifícios tão repudiáveis relutam em sobreviver em pleno limiar do século XXI. Se não pela subtração de urnas eleitorais, foram por outras, não menos degradante da dignidade humana, a exemplo do abuso do poder econômico, do clientelismo, do mandonismo e de outros ismos. Tuntum a exatos cinqüenta anos da primeira eleição municipal ainda ouve os ecos da República Velha.
Por Gean Carlos Gonçalves

6 comentários:

  1. deusimar além de vc puxar muito saco dos cunhas vc enfeita muito seu blog, escreva mas no linguajá do povão

    ResponderExcluir
  2. deusimar comente pq o TEMA desistiu da candidatura, o povo quer saber e merece uma explicação, ou será q vc não pode comentar coisas do patrão? desculpa seu patrão é o outro cunha o xoxóta....rsrsrs.será q o TEMA ficou com medo de não ser eleito? aonde mesmo ele ia ser votado? vc sabe?

    ResponderExcluir
  3. Não tem nada de enfeitado, a linguajem jornalística é uma só e procuro sempre esse caminho. Obrigado!

    ResponderExcluir
  4. CANDIDATURA DE TEMA - Esses dias resolvi dar um tempo de descanso a mim mesmo, mas seguramente quando eu estiver com todas as informações sobre a adesão do senhor Cleomar Tema ao grupo da governadora Roseana Sarney eu postarei um bom artigo. Não posso publicar informações sem sua completa veracidade e todos os seus detalhes, contudo, acredite vou fazer um bom material a qualquer momento. Valeu e obrigado!

    ResponderExcluir
  5. PROFESSOR DEUSIMAR, É GENTE BOA, SABE TRABALHAR E TEM A CABEÇA NO LUGAR.
    PARABENS !!!!!!!!
    SAO LUIS -MA

    ResponderExcluir
  6. O BOBÃO DO COMENTÁRIO ACIMA, FAZ DE TUDO PARA CRITICAR O DEUSIMAR. SERÁ SE ELE NÃO VIU QUE O TEXTO É DE AUTORIA DO PROFESSOR JEAN CARLOS, E QUE SE TRATA DE UMA LINGUAGEM TÉCNICA DE UM PROFFISSIONAL EM HISTÓRIA? JEAN Carlos FOI MEU PROFESSOR E NÃO ENFEITA, É SIM MUITO COMPETENTE. DIGO ISTO PORQUE FUI SEU ALUNO NO ENSINO MÉDIO POR DOIS ANOS NO BANDEIRANTES E ELE CONTRIBUIU BASTANTE PARA A MINHA FORMAÇÃO, ME AJUDOU A COMPREENDER A REALIDADE DE FORMA MAIS LÚCIDA E RACIONAL.

    ResponderExcluir