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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

‘De mim nunca foi laranja’, diz Bolsonaro sobre Queiroz






Em entrevista exibida pela TV Record nas últimas horas do ano, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, que toma posse nesta terça-feira, afirmou que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, “nunca foi” seu laranja. Queiroz foi citado em um relatório do Coaf por ter movimentado R$ 1,2 milhão durante um ano, incluindo pagamentos de R$ 24 mil a Michelle Bolsonaro, mulher do presidente eleito.


— Conheço o Queiroz desde 1984, foi recruta meu. Fomos nos reencontrar depois, eu deputado, e ele policial militar. Sempre gozou de toda liberdade e confiança nossa, já foi pescar comigo, passou férias. Apareceu no Coaf, com o nome de pessoas que transferiram para a conta dele. Três (são) familiares. São pessoas que depositaram de R$ 300 a R$ 8 mil, durante um ano, não foi todo mês. Ele já falou claramente sobre aquela desconfiança, “ah, é caixa 2, é laranja”… De mim nunca foi – defendeu-se o presidente eleito.


Bolsonaro disse que, se surgirem novos fatos comprometedores, quem tem de dar explicação é Queiroz. E repetiu que o pagamento a Michelle foi por uma dívida de Queiroz com o próprio presidente eleito, e que não foi a primeira vez que ele emprestou dinheiro ao amigo.


— A questão da minha esposa. Foi uma dívida que foi se acumulando, eu cobrei dele. Foi um dinheiro que foi acumulando. Há 6, 7 anos atras, tinha outra dívida, de R$ 20 mil reais. Quem nunca fez um negócio com um amigo? Não cobrei juros, não cobrei nada. Se tiver algo mais, que eu desconheça, cabe a explicação a seu Fabrício Queiroz, não cabe a mim.


Sobre o futuro governo, Bolsonaro contou que deu “carta branca” a todos os novos ministros, e que todas as nomeações serão de responsabilidade deles. Ao presidente eleito caberá demitir os que não tiverem boa performance, explicou:


— Falei aos ministros: confio totalmente em cada um de vocês. Têm carta branca para nomear do secretário executivo ao mais humilde funcionário do ministério. Nem eu tenho poder de indicar alguém para o respectivo ministério. São competentes. Se algum não der certo, paciência, a gente faz a troca lá na frente.


O presidente eleito criticou ainda nomeações feitas pelo presidente Michel Temer nos últimos meses para agências reguladoras, insinuando que alguns dos nomeados podem ter sido indicados com segundas intenções. Ele citou a Agência Reguladora de Mineração, autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia e na qual tomou posse, no último dia 6, o geólogo Victor Hugo Froner Bicca. A agência tem a atribuição de regulamentar e fiscalizar o setor de mineração.


— A máquina é muito pesada, são centenas de conselhos pelo Brasil. As agências reguladoras também… Elas receberam novos nomes nos últimos meses, e o respectivo ministro fica preso a isso. Em parte dessas, o interesse dessas pessoas é outro, e não botar pra funcionar. A agência mineral, por exemplo, trocaram em dezembro. Nosso ministro tá amarrado a isso, tem que desamarrar.


Eleito em outubro, Bolsonaro toma posse em cerimônia durante toda esta terça-feira em Brasília. (O Globo)


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