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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Morre, em São Paulo, o ex-governador Jackson Lago

Do Imirante.com

SÃO LUÍS – Morreu, nesta segunda-feira (4), às 17h50, Jackson Kléper Lago, 76 anos, ex-governador do Maranhão e ex-prefeito de São Luís, capital maranhense. Ele estava internado há seis dias, no Hospital do Coração, em São Paulo (SP), por causa de problemas respiratórios, complicações decorrentes de um longo tratamento contra um câncer de próstata.
Jackson Lago estava em São Paulo desde o fim das eleições para o governo do Estado, em outubro de 2010. Lá, acompanhado da família, enfrentou mais uma etapa do tratamento quimioterápico, que foi encerrado em fevereiro deste ano. Por causa do tratamento, a saúde do ex-governador ficou bastante debilitada

O corpo de Jackson Lago deve chegar em São Luís na madrugada ou manhã desta terça-feira (5). O velório ocorrerá na sede do PDT, na rua dos Afogados, no Centro de São Luís. Há a possibilidade dele ser velado, também, na Assembleia, mas ainda não é certeza. Também não há definição, ainda, em qual cemitério ele será sepultado
Luto oficial
A governadora Roseana Sarney decretou luto oficial de três dias no Estado. A Assembleia Legislativa também decretou luto oficial de três dias.
Em nota de pesar, a governadora do Estado lamentou a morte do adversário político e disse que nunca foram inimigos. "[...] Por ele sempre tive um profundo respeito. O Maranhão perdeu uma figura expressiva do seu mundo político que nos deixará um vazio. Solidarizo-me com sua mulher, seus filhos e demais familiares."

História
O ex-governador Jackson Lago nasceu em 1º de novembro de 1934, no município de Pedreiras, na região central do Maranhão. Foi na cidade, que fica a 270 km de São Luís, onde iniciou a sua carreira política, ainda na época da ditadura militar, na década de 1960.
Lago formou-se em Medicina. Durante vários anos, exerceu a profissão em hospitais e lecionou na Faculdade de Medicina do Estado.
Em 1979, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), ao lado de Leonel Brizola e de outros políticos de grande relevância nacional. Permaneceu filiado ao PDT durante toda a sua trajetória política, sendo, atualmente, um dos vice-presidentes da Executiva Nacional do partido.
Jackson Lago foi prefeito de São Luís por três vezes: de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2002, quando se candidatou ao governo do Estado. Nas eleições de 2002, foi segundo lugar nas eleições, com 42,5% dos votos, perdendo para o ex-governador José Reinaldo Tavares.

Em 2006, Jackson Lago candidatou-se novamente ao governo do Estado e foi eleito, em 2º turno, com 51.82% dos votos, disputados com Roseana Sarney.
Ele ficou no comando do Maranhão por dois anos anos, três meses e 15 dias. Em 16 de abril de 2009, teve o mandato cassado por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter cometido irregularidades durante a campanha de 2006, como abuso de poder e compra de votos.
No ano passado, Jackson Lago candidatou-se, pela terceira vez, ao governo do Estado. Em uma aliança do PDT com o PSDB, enfrentou uma campanha forte e cansativa, ao mesmo tempo em que lutava contra o câncer de próstata, que vinha tratando desde 2004. A doença, porém, vinha se agravando.
Ficando em terceiro lugar nas eleições, com 19,53% dos votos, Jackson Lago ficou afastado das atividades políticas e seguiu para São Paulo para continuar tratando do câncer, mas não resistiu após cinco meses de tratamento.
Jackson Lago era casado com a médica Clay Lago e deixa três filhos.






Um comentário:

  1. Família de Lackson Lago dispensa nota de pesar dos Sarneys

    O Globo

    A guerra contra a oligarquia no Maranhão parece não ter terminado com a morte do ex-governador Jackson Lago. A família de Lago, ainda muito abatida com o acontecido nesta segunda-feira, afirmou durante o velório do político na sede do PDT, em São Luís, capital maranhense, dispensar a nota de pesar enviada pelo presidente do Senado, José Sarney, inimigo declarado de Jackson.

    O ex-chefe da Casa Civil do Maranhão e ex-deputado estadual do PSDB, Aderson Lago, primo do ex-governador, não economizou nas críticas à nota enviada pelos Sarney e não fez questão de esconder o clima de hostilidade e rivalidade que reina entre as famílias.

    - A máfia que mata é a mesma que manda flores, faz elogios e vai ao enterro – disse.

    Ainda de acordo com a família de Jackson Lago, o político nunca se recuperou do processo de cassação que sofreu enquanto estava no poder, em 2009.

    - Desde então ele mostrou-se abatido e sua saúde nunca mais foi a mesma – disse Antônio Carlos Lago, irmão do ex-governador.

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