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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Parlamentares LGBTs federais cobram investigação de morte de policial que denunciou homofobia e tortura dentro da PM do Maranhão

 Na noite dessa terça-feira (15), a deputada Herika Hilton informou que parlamentares LGBTs estão cobrando investigação da morte do soldado José Carlos Bahia, lotado em Açailândia (MA), que recorreu ao suicídio após denunciar que foi vítima de homofobia e tortura por parte de colegas da corporação.


Acabamos de oficiar o Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos, o Governador do Maranhão e seu Secretário de Segurança Pública. É inconcebível um acontecimento desses. Se uma PM mata seus próprios membros pela sua sexualidade, nos preocupa, e muito, o que faz essa PM com os civis. E não podemos ficar inertes frente à nenhuma dessas violências”, diz a parlamentar.

Confira a íntegra da publicação:

PAREM DE NOS MATAR

Há menos de uma semana, morreu o Policial Carlos Bahia dos Santos no Maranhão.

Homossexual, ele denunciou outros PMs por homofobia, TORTURA e invasão da sua residência, quando outros PMs o levaram preso sem justificativa.

Após isso, e a inação das autoridades competentes, Carlos tentou tirar sua própria vida e foi parar na UTI, na qual, 13 dias depois, veio a falecer.

Nós, Deputadas Federais @Hilton_Erika@DudaSalabert e  @DaianaSantosPOA, junto do Senador  @ContaratoSenado, acabamos de oficiar o Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos, o Governador do Maranhão e seu Secretário de Segurança Pública.

É inconcebível um acontecimento desses. Se uma PM mata seus próprios membros pela sua sexualidade, nos preocupa, e muito, o que faz essa PM com os civis. E não podemos ficar inertes frente à nenhuma dessas violências.

Toda nossa solidariedade aos familiares e amigos de Carlos Bahia dos Santos.

O caso

O soldado José Carlos Bahia, 31, havia tentado suicídio no último dia 29 de julho após denunciar ter sido vítima de agressão e homofobia por parte de colegas militares de Açailândia (MA).

Eles estava internado no hospital Carlos Macieira, em São Luís, e morreu no último dia 10 deste mês. Segundo as entidades que acompanham o caso, o militar teve duas paradas cardíacas durante a madrugada e terminou morrendo.

“Depressão não é frescura”, escreveu o soldado em uma mensagem endereçada ao seu superior pouco antes da tentativa de suicídio. “Diga também a ele que o seu pedido de perdão não deve ser direcionado a Deus, mas sim às suas vítimas. Fui esquecido pelos meus irmãos.”

O relato do PM

O PM denunciou em junho que foi vítima de homofobia e agressão praticadas por colegas militares superiores. E afirmou que não houve resposta efetiva do comando para protegê-lo, segundo o boletim de ocorrência.

O soldado relatou que teve a casa invadida por integrantes do 26º Batalhão da PM e foi detido, entre a noite do dia 26 e a madrugada de 27 de junho. Conforme o relato, os militares chegaram em uma viatura com a sirene ligada por volta das 23h30.

José Carlos afirma que seus colegas PMs disseram que ele estava preso porque havia abandonado o posto de serviço. O soldado explicou que deixou o batalhão (como fez outro colega) porque o local estava abrigando outros militares e servidores do Ibama, e que por isso não haveria local para alojar a todos.

Ele conta que foi arrastado e levado para fora de casa, quando estava apenas de toalha. Mesmo não tendo reagido, a agressão deixou o braço do militar com hematomas.

A casa de José Carlos foi inteiramente revistada, momento em que ele ouviu ofensas homofóbicas. Um policial que estava na equipe disse que ele teria deixado o trabalho porque estava indo ao encontro de seu companheiro ou “de outro macho”.

Segundo a defesa, o soldado já vinha sofrendo “uma série de abusos e assédio moral” antes de ter a casa invadida. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Maranhão. (Gilberto Lima)

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