
Presidente nacional do PT, Rui Falcão
Após
se reunir em Fortaleza, o diretório nacional do PT aprovou neste sábado
(29) um documento que prevê a expulsão de qualquer filiado envolvido
comprovadamente em escândalos de corrupção.
Segundo
o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a medida inclui os petistas
citados na Operação Lava Jato, que apura os desvios na Petrobras, desde
que haja provas concretas contra eles.
“Concluídas
as investigações, houver alguém, comprovadamente, envolvido em caso de
corrupção, de forma documentada, essas pessoas não ficarão no PT”,
afirmou.
O petista contou ter ido
duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir ao ministro Teori
Zavascki, relator da Lava-Jato, acesso aos trechos do processo que se
referem ao PT.
Se há algum
envolvimento de militantes do PT nas denúncias, eu quero saber se elas
são comprovadas ou não. Em sendo, que as pessoas tenham direito ao
devido processo legal e contraditório”, disse.
Questionado
sobre o discurso feito durante o evento pelo tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, citado em depoimentos como operador da legenda no esquema
de desvios da Petrobras, Falcão disse que ele reafirmou a inocência
dele.
“É algo que todos nós já
acreditávamos condenando os ataques infundados que tem sido feitos a ele
de forma sistemática”, respondeu.
No
documento, o partido diz apoiar o prosseguimento das investigações na
Petrobras, mas “dentro dos marcos legais” e desde que “não se preste a
ser instrumentalizada, de forma fraudulenta, por objetivos partidários”.
O
encontro reuniu a cúpula do partido por dois dias para fazer um balanço
das eleições e discutir as estratégias a partir de 2015.
Mudança ministerial
Falcão
minimizou ainda a disputa por cargos no segundo mandato da presidente
Dilma entre os partidos da base aliada e o próprio PT.
“Um
governo de coalisão é um governo de disputa, não é um governo do PT
apenas. Ela [Dilma] é filiada ao PT, como deixou bem claro. [Mas] nós
disputamos espaço com outros partidos, como outros partidos”, disse.
Ele
refutou ainda as críticas internas do partido em relação ao convite
feito à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura.
Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), ela é líder
da bancada ruralista no Congresso.
“Essas
críticas já foram dirigidas à presidenta, (…) mas ela também já deixou
claro qual o papel do Ministério da Agricultura”, afirmou.
Segundo
Falcão, há, inclusive, integrantes do PT “contentes” porque, se
confirmada a ida de Kátia para a pasta, o suplente eleito que assumirá
no seu lugar, Donizeti Nogueira, é do PT. “Sempre tem a favor e contra”.
A
presidente Dilma Rousseff participou do encontro na sexta-feira (28),
quando fez acenos aos correligionários e discursou sobre a política
econômica no segundo mandato. Segundo ela, as mudanças na economia serão
promovidas de forma “gradativa”.
Diante
das críticas do partido de que pouco foi ouvido durante o seu primeiro
governo, a petista ressaltou estar aberta ao diálogo.
Do G1, CE e DF