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Editorial do Jornal Pequeno
A interessante charge publicada ontem pelo Jornal Pequeno, com uma seleção de políticos poderosos, via de regra envolvidos em maracutaias, para usar o termo do infalível capitão da equipe, Luiz Inácio Lula da Silva, com a legenda “O único time do planeta capaz de derrotar o Brasil”, não deve ser tratada apenas como matéria de humor. Porque estão ali os verdadeiros governantes de uma Nação vilipendiada pela improbidade administrativa. Craques de uma partida que nos acostumamos a perder.
Lula, Sarney, Collor de Melo, Renan Calheiros fazem parte dessa seleção que fez da corrupção, seja de forma ativa ou apoiando-a, um ato institucional neste país. O país do futebol é também o país da vergonha, da impunidade, um presente que o Partido dos Trabalhadores, no afã de manter o poder indefinidamente, deu aos brasileiros com suas alianças espúrias.
O Brasil, como, afinal, sugere a charge, disputa neste momento, dois campeonatos; o campeonato de futebol, capaz de elevar à estratosfera nossa alma nacionalista, e o campeonato de corrupção, que se continuarmos vencendo nada faltará para a condição de ourconcour.
O Brasil venceu a Croácia no fim de tarde de uma quinta-feira cheia de esperanças. Venceu, apesar de um pênalti inexistente e um gol contra que não importa quem marcou. Foi gol contra. Como é gol contra apoiar em candidatos insistentemente citados em fraudes contra os recursos públicos; como é gol contra se deixar governar por essa seleção que prejudica as estatais, confisca recursos de ministérios, frauda convênios, superfatura obras, corrompe a Justiça e, assim, garante a impunidade.
Por essas e outras razões, Dilma Rousseff recebeu os apupos da torcida que ali estava para fazer ainda maior o amor por este país. Porque seu partido, o PT, é capaz de se aliar a um homem caçado pela polícia internacional – Interpol, o senhor Paulo Maluf, exatamente por ter cometido atos de corrupção contra este país. Porque abraça os Sarney da vida e tudo faz no sentido de construir para eles a imagem imaculada de inocentes preocupados com os destinos do Brasil.
Assim é no Maranhão, que em 50 anos de um modelo político de privilégios, não cresceu, não se desenvolveu e é hoje o mais pobre estado da Federação, embora nele habitem algumas das famílias mais ricas do país. Nestes anos todos, lavradores foram expulsos de suas terras, a educação minguou, a insegurança ganhou proporções de calamidade. Mas o jogo continua e precisamos nos defender.
De todos os Estados, o Maranhão é o que precisa dos melhores zagueiros, porque os ataques contra ele vêm de todos os lados. Mas precisa também de atacantes dispostos a sofrer luxações, a rebentar as panturrilhas, quebrar as pernas para enfrentar essa seleção poderosa que age contra todo o Brasil.
Não vamos marcar gol contra, pois é provável que não haja tempo para virar o jogo e, finalmente, vencer.