O
governador eleito do Maranhão, Flávio Dino, diz que seu partido, o
Partido Comunista do Brasil (PC do B), ajudará a promover uma “revolução
burguesa” no Maranhão “com 300 anos de defasagem”.
“Esse é o nosso desafio, fazer uma revolução democrática burguesa”, disse ele em entrevista ao programa Poder e Política da Folha e do “UOL”. Veja abaixo:
“Garantir
o cumprimento da lei, dos contratos, incentivar os investidores
privados, novas formas de organização do Estado que contemplem a
participação popular, mas que permitam também de outro lado o
desenvolvimento daqueles que querem empreender, querem investir”.
Advogado,
ex-juiz e ex-deputado federal, Dino tem 46 anos. Quando tomar posse em
1º de janeiro de 2015, vai encerrar cerca de 50 anos de hegemonia de um
grupo político no Maranhão. Desde quando José Sarney, hoje com 84 anos,
foi eleito para governar o Estado, em 1965, exceto por breves períodos o
comando local sempre esteve com algum sarneysista.
Flávio Dino
receberá o governo das mãos de Roseana Sarney, filha de Sarney. Ele
afirma que o comunismo professado pelo PC do B é usado mais como uma
referência por causa do significado etimológico do termo.
“O nome é
bonito. Corresponde a uma história que nós temos muito orgulho. Carrega
em si a origem etimológica de comunhão, de comunidade, de comum, de
coisas boas. O comunismo foi muito estigmatizado no mundo por desacertos
de outros países. Defendo o nome e seu uso agora, com flexibilidade,
compreendendo que a sociedade hoje não pode se estruturar como se
imaginava há 100 ou 50 anos”.
Para o governador eleito, as
administrações das últimas décadas no Maranhão tiveram “medo do
capitalismo” porque haveria nesse sistema a “concorrência, o livre
mercado, o fim a privilégios de castas ou de estamentos que explicavam
esse poder absoluto que eles [família Sarney e seus aliados] ostentavam
durante esse período”.
Dino rejeita a ideia de que será o “Deng
Xiaoping do Maranhão”, o grande reformador comunista da China atual. Mas
diz apreciar a frase sempre atribuída ao líder chinês que adotou
políticas próximas às do mundo capitalista para tirar o país da miséria:
“Não importa a cor do gato. Importa que ele mate o rato”.
Único
governador eleito pelo PC do B até hoje, Dino declara não pretender
fazer uma devassa nas administrações anteriores do Estado. Mas afirma
que abrirá ao máximo os negócios do Maranhão a um sistema mais
transparente, que mostrará tudo o que se passou e como será a
administração de 2015 em diante.
Sem prometer de maneira
específica, disse que espera elevar o IDH do Maranhão (hoje o 2º pior
entre os Estados) para algo próximo da colocação do PIB do Estado (o 16º
do país).
Ao comentar o voto de José Sarney no segundo turno da
eleição presidencial -em Aécio Neves (PSDB), como mostraram imagens da
TV Globo no Amapá, embora Sarney negue-, Dino disse que a atitude revela
o ressentimento de seu adversário por ter sido derrotado politicamente
no Maranhão. “Uma espécie de retaliação íntima, pessoal, a isso que ele
atribui à falta de apoio da presidenta Dilma”.
Da: Folha Uol
"declara não pretender fazer uma devassa nas administrações anteriores do Estado"
ResponderExcluirMudou o discurso. Na campanha ele dizia que era necessário passar a limpo os contratos feitos pelo governo do estado nos últimos dez anos.
Já começo a me arrepender de ter votado nesse cara. Parece que será um governo semelhante ao do Jackson Lago: uma casa de mãe Joana, sem controle de nada.