.

.
.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Pesquisa Quest mostra cenário entre Lula, Bolsonaro e Tarcisio em um eventual 2º turno


Em um eventual 2º turno nas eleições de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empataria com pelo menos cinco possíveis candidatos à Presidência da República: Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Jr. (PSD), Eduardo Leite (PSD) e Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. No levantamento anterior, divulgado em abril, Lula vencia todos os outros concorrentes e empatava somente com o ex-presidente Bolsonaro. Desta vez, Lula e Bolsonaro têm 41% — a margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

O levantamento mostra Lula e Jair Bolsonaro (PL) empatados com 41% das intenções de voto em simulação de segundo turno. O ex-presidente, porém, está inelegível até 2030 por causa de condenação na Justiça Eleitoral, embora diga que vá se candidatar.

Em cenário de segundo turno em que o atual presidente concorre com Tarcísio, Lula tem 41% das intenções de voto, ante 40% do adversário. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, a situação é considerada um empate técnico. Votos em branco ou nulo e eleitores que não vão votar somam 14%, e os indecisos, 5%. Na pesquisa anterior da empresa, em março, Lula ainda tinha vantagem sobre Tarcísio: os índices eram de 43% a 37%. Meses antes, a dianteira era bem mais folgada: 52% a 26%.

Quando o adversário apresentado é Michelle Bolsonaro, Lula tem 43% dos votos, ante 39% da adversária. Nesse caso, a diferença está no limite da margem de erro (de dois pontos para mais ou para menos), e a Genial/Quaest considera também um quadro de empate.

A situação também ocorre quando o rival de Lula é Eduardo Leite. O petista obtém 40% dos votos, e o governador gaúcho, 36%.

Na simulação de segundo turno entre Lula e Ratinho Junior, o empate também é configurado: o petista teria 40% dos votos, e o rival, 38%. Os indecisos somam 4%, e brancos, nulos e eleitores que não votarão outros 17%. Em março, o placar estava em 42% a 35%.

A Genial/Quaest fez nesta rodada 2.004 entrevistas em 120 municípios, da quinta-feira passada (29) até o domingo (1º). O nível de confiança é de 95%.

O atual mandatário manteve a liderança em simulações com outros três nomes cotados para a disputa.

Quando o adversário no segundo turno é o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula vence por 44% a 34%.

Em disputa com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o petista tem 42% das intenções de votos, ante 33% do adversário.

Por fim, em cenário de segundo turno entre Lula e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o placar fica em 43% a 33%.

A empresa de pesquisa também perguntou se o atual presidente deveria se candidatar à reeleição. Disseram que não 66% dos entrevistados —o índice era de 52% no levantamento feito em dezembro.

Além disso, a pesquisa aponta que 65% entendem que Bolsonaro deveria abrir mão da candidatura agora e apoiar outro candidato. O ex-presidente promete insistir em disputar a Presidência, comportamento que tende a embaralhar a escolha de um outro nome de seu campo político para 2026.

Para 17%, se Bolsonaro não for candidato, o nome da direita na sucessão presidencial deve ser Tarcísio, e 16% responderam Michelle. Outros 11% citaram Ratinho Junior.

A Genial/Quaest também pesquisou a rejeição dos candidatos. Nesse quesito, os dois principais líderes políticos do país estão à frente.

Disseram que conhecem e não votariam em Lula 57%, ante 40% que responderam que conhecem e votariam. Em relação a Bolsonaro, os números são parecidos: 55% disseram que conhecem e não votariam, ante 39% que responderam na linha oposta.

Outro com rejeição elevada é Eduardo Bolsonaro, com 56% de respostas “conhece e não votaria”.

Na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são apresentados ao entrevistado), Lula tem 11% das intenções de voto, e Bolsonaro marca 9%.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem a liderança absoluta na preferência do eleitor bolsonarista em um cenário sem Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Segundo a Quaest, a preferência por Michelle entre os que dizem ser bolsonaristas é maior do que a soma do percentual daqueles que optariam pelo filho 03 do ex-presidente, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Para 44% dos que se declararam seguidores de Bolsonaro, Michelle deve ser apoiada pelo ex-presidente caso ele não viabilize sua candidatura no próximo ano. É quase o triplo da preferência por Tarcísio (17%) e quase cinco vezes a de Eduardo (10%), que na semana passada declarou à revista Veja sua intenção de concorrer ao Palácio do Planalto caso seja convocado pelo pai.

A ex-primeira-dama também se sobressai em relação a outros nomes da direita, como o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que terminou a disputa pela prefeitura de São Paulo em terceiro lugar em 2024 após rachar o bolsonarismo na cidade (6% da preferência); os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSD-RS), com 5% cada, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 4%.

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) tem a preferência de apenas 1% do eleitorado bolsonarista. Como publicamos na semana passada, a disposição do mineiro de disputar a Presidência da República com ou sem o aval de Bolsonaro tem sido esnobada no entorno do ex-presidente.

Pressionado por parte do Centrão e setores da Faria Lima a abrir mão de uma reeleição tranquila em São Paulo para disputar o Planalto contra Lula, Tarcísio leva a melhor em relação a Michelle entre eleitores que se disseram “mais à direita”, mas sem o rótulo bolsonarista: o governador tem 32% da preferência desse estrato contra 24% da ex-primeira-dama e 5% de Eduardo Bolsonaro.

Ainda nesse recorte, Ratinho tem 9% da preferência; Marçal, 7%; Caiado, 6%; Zema, 4% e Leite, 2%.

Análise
O cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, avaliou, nesta pesquisa, que o “recado aqui é claro. Pela primeira vez, a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro”.

“Todos aparecem crescendo ou já empatados na margem com Lula. Vale mencionar o desempenho do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, testado pela primeira vez entre os possíveis candidatos, e que teria 36% contra 40% de Lula”, afirmou em publicação no X.

Segundo Felipe, o novo levantamento revelou “cansaço da polarização Lula x Bolsonaro. De um lado, 65% afirmam que Bolsonaro deveria abrir mão de sua candidatura agora e apoiar outro nome…”

Avaliação negativa
Nessa quarta-feira (4/6), a terceira rodada da pesquisa Genial/Quaest em 2025 apontou que 57% dos entrevistados desaprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 40% aprovam — são os piores resultados deste mandato.

Os números mostram alta desaprovação, mas estabilidade: em relação à sondagem anterior, a parcela que não aprova o governo do petista oscilou um ponto percentual para cima – de 56%para 57%. A aprovação caiu o mesmo p.p. – de 41% para 40%.

Em relação à economia, a notícia é boa para o Planalto: caiu de 56% para 48% a parcela dos brasileiros que veem piora na economia. Também melhorou a percepção sobre alta de preços de alimentos (caiu de 88% para 79%) e de combustíveis (passou de 70% para 54%).

Nenhum comentário:

Postar um comentário