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José Remy Alves e Silva | | | | |
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Especial para o blog do Lobão
Joaquim Rodrigues de Morais
passou pela vida de maneira soberana e íntegra, ficou conhecido pelas nossas
cercanias como um Homem chamado virtude. Sua configuração física de homem
elegante, cabelos branco que com certeza o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO pintou
com a mesma tinta que ele pintou as nuvens ESTRATO CÚMULOS, homem elegante
andava bem trajado, sempre de óculos Ray Ban, posto que, a sua cultura o
mantinha dentro dos valores cívicos bem elevados, o mesmo civismo que se
corporificava através do cumprimento dos seus deveres como cidadão, combinados
com a plena consciência dos seus direitos.
Muito solícito, Joaquim
Morais jamais criticava uma pessoa, ainda que estivesse sendo castigada por um
testemunho pesado, aniquilador. A trajetória de vida desse ilustre cidadão se
integra à história de Tuntum, da qual é protagonista, participante ativo em
todas suas etapas evolutivas, contribuiu na sua construção, atuando em
diversificadas atividades entre as quais, além de político era hoteleiro,
comerciante, tinha também um empório, era também um autodidata, aprendeu com a
escola da vida, por si só, um intelectual nato, era comprometido com a
fidelidade da verdade, a imparcialidade, a coerência sempre foi a
manutenção de sua independência como empresário e político.
Joaquim Morais se envereda
pela política partidária e se elege Vice Prefeito na chapa com Luiz Gonzaga em
1964, no inicio dos anos de chumbo, o Brasil vivia a ditadura Militar e o
Maranhão era comandado pela máquina da ditadura violenta de Vitorino Freire.
Ariston Costa não satisfeito com a liderança da dupla os depõe na marra de seus
cargos por aproximadamente 60 dias, Ariston fazia parte da ditadura Vitorinista
e era seu porta voz na Mesorregião do Alto Mearim. Com a vitória de José Sarney
em 1965 para o Governo do Maranhão Joaquim Morais e Luiz Gonzaga se fortalecem
e após seus mandatos elegem sucessivamente diversos correligionários e amargam
apenas uma derrota nas urnas em uma chapa composta por José Justino e Silva –
Zé da Mata (Zé da Mata, meu pai, e Joaquim Morais, além de correligionários, eram
grandes amigos)e Antônio Joaquim da Cunha. A posse de Zé Sarney foi
concorridíssima, Joaquim Morais e Luiz Gonzaga e toda banca de Vereadores de
Tuntum se deslocaram até São Luís para prestigiar o mais novo Governador da
historia do Brasil que veio mais tarde se tornar a figura mais conhecida da UDN
a ganhar prestigio nacional (Sarney vem fazendo há décadas no Maranhão tudo
aquilo que pregou contra a ditadura Vitorinista, ou seja, atua nos mesmos moldes
do velho caudilho plagiando também Fidel Castro que faz agora o que fazia em
Cuba Fugêncio Batista), o GENTLEMEN Joaquim Morais era o nosso diplomata, o nosso
Henry Kissinger tupiniquim, ele moldou a política tuntuense na década de 60 e
70 e, a seu comando seguiram então para a capital em caravana, durante os
cerimônias da posse conviveu com Glauber Rocha (o jovem cineasta Glauber Rocha
fez o documentário (vídeo) da posse de Sarney e nesse documentário aparece a
figura de Joaquim Morais), e com as estrelas do jornalismo Samuel Wayner e
Nelson Rodrigues, ao retornarem de São Luís, Joaquim Morais traz consigo uma
copia do discurso de Sarney que foi rodado no velho mimeógrafo e distribuído
entre os políticos, o Mestre Elias o nosso ORFEU NEGRO, passou então a divulgar
durante todo dia pelas ruas de Tuntum na boca de ferro (amplificadora com era
conhecida), que as oito horas da noite Joaquim Morais iria ler na integra na
voz do progresso o discurso de Sarney(a voz do progresso era uma boca de ferro
instalada no alto de um poste de madeira, que ficava exatamente onde hoje fica
as instalações do posto de gasolina do Carlito, esse meio de comunicação
pertencia a Prefeitura e Luiz Gonzaga divulgava os feitos do Paço Municipal e era também de utilidade publica) e,
pontualmente as 08:00h ele inicia a leitura do discurso:
- Recebo em praça pública
o direito de governar o Maranhão, direito que me foi dado pela vontade soberana
do povo. Nosso céu e nossa terra testemunharam os longos, trabalhosos, ásperos e
heroicos caminhos que me conduziram a esta solenidade e a este instante. O
Maranhão de hoje é outro Maranhão! A partir de amanhã os troncos da cadeia da
Santa Luzia, Tuntum, Presidente Dutra e São Mateus não funcionarão mais; a
partir de hoje, os delegados de polícia serão instrumento da ordem; a partir de
hoje o direito de cada um será respeitado e a insegurança e o banditismo não contarão
com a proteção oficial, porque eles estão na preocupação do Governador com
vergonhas a extirpar.
O povo delirava, o velho mercado que
ficava onde hoje é a praça São Francisco já estava tomado e Joaquim Morais
continuava:
- Por todo o Maranhão
espalharam-se os métodos da tortura, da extorsão, do saque, do marasmo e não fazer;
do deixa, do largar, do espera, do fica aí, do está dando, do não adianta;
enfim as luzes baixas que não aquecem e não ilumina...
Joaquim Rodrigues de Morais era otimista ao extremo, cortês
com muitos, sociável com todos, tinha muitos amigos e inimigo nenhum, homem
virtuoso. Pra quem o conheceu, nada preciso dizer. Para quem não o conheceu,
tudo que eu falar sobre sua personalidade é insuficiente para defini-lo.
A BÊNÇÃO
JOAQUIM MORAIS!