Os exemplos se espalham pelo País. No Maranhão reside o caso mais nítido do enfraquecimento das dinastias. A candidatura de Lobinho (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, representava a esperança de que o poder se mantivesse ao menos próximo do grupo político de Sarney, que submergiu depois de longos 50 anos no comando do Estado. Mas o senador Edison Lobão Filho corre sério risco de ser derrotado pelo adversário Flávio Dino (PCdoB) ainda no primeiro turno.
Em Roraima, a influência do senador Romero Jucá (PMDB) não tem sido suficiente para fazer deslanchar a chapa da situação, composta pelo seu filho Rodrigo, que é candidato a vice-governador. Diferentes pesquisas feitas até aqui mostram que a impopularidade do atual governador do Estado, Chico Rodrigues (PSB), companheiro de chapa de Jucazinho, deixa o grupo com percentuais que não chegam a 25% das intenções de voto. A principal adversária é Ângela Portela, do PT, que ostenta o dobro. No Estado, Jucá, o pai, mantinha poder inabalável havia décadas e sempre colocou sua influência a serviço da projeção política do filho. Até agora, no entanto, esse empenho não surtiu efeito.
Ciente do ocaso dos coronéis País afora, o filho do senador Jader Barbalho, Helder Barbalho, tentou ser mais esperto para não perder votos. Candidato ao governo do Pará, ele preferiu não usar o sobrenome Barbalho na campanha, apesar de sobreviver politicamente graças à influência da família no Estado. Mas é quase impossível desvincular o nome dos dois. A maior parte do eleitorado paraense conhece a trajetória familiar de Helder. E o pai está mais próximo do que nunca da campanha do herdeiro. Para viabilizar o filho, Jader Barbalho usou seu prestígio para levar o ex-presidente Lula à convenção do partido, na última segunda-feira 30. Por ora, nas recentes pesquisas, Helder aparece tecnicamente empatado com o atual governador Simão Jatene (PSDB), candidato à reeleição. Ou seja, a disputa está acirrada e, se quiser vencer nas urnas, Helder, com ou sem o “Barbalho”, terá de mostrar mais do que padrinhos de peso.
Renan Filho, herdeiro do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), talvez seja a experiência mais bem-sucedida, pelo menos até agora, da tentativa de uma família de manter a influência regional. Mas dificuldades para isso nem de longe poderiam ser vislumbradas anos atrás. Com o diretório estadual do partido nas mãos e uma lista de favores concedidos aos governos Lula e Dilma Rousseff, o senador conseguiu colocar Renan Filho na dianteira das pesquisas. A margem, porém, é apertada. Como poucas vezes aconteceu na sua carreira política, Renan Calheiros vem tendo trabalho para costurar as alianças em torno do filho. Para o lamento do cacique alagoano, que nunca precisou fazer campanha no Estado para vencer eleição, a força do sobrenome já não é mais a mesma.
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