por Marco D'Eca
A “Teologia da Prosperidade” estabelece, grosso modo, que o ”crente”, como filho de Deus, não pode ser pobre e deve gozar das riquezas da vida aqui mesmo na terra, como prova do poder de Deus.
Dentre as várias aberrações geradas pela popularização desta teoria, que não encontra qualquer base bíblica, está o fortalecimento das seitas neopentecostais, com templos espetaculares – e seus pastores ”popstar’s”, de carrões e com mansões adquiridos às custas da boa fé. Não a deles, mas dos fiéis.
No Maranhão, a Teologia da Prosperidade ganhou adeptos em várias igrejas, inclusive traidicionais, como Assembléia de Deus, Batista e Presbiteriana. E tem crescido como praga no deserto, a cada geração de líderes religiosos cada vez mais despreparados e emocionais.
Entre as várias vertentes desta prática anti-bíblica e criminosa, um dos mais fortes é o movimento pela participação do evangélico na política. Consiste em ter a política – e cada eleição, principalmente - como caminho mais curto ao céu da riqueza e dos prazeres materiais.
É o exemplo tosco da prosperidade imediata, para ficar na própria interpretação destes “líderes”.
Com o caminho aberto à política, ganhou força também o aliciamento de pastores e crentes, dos mais simples aos mais poderosos.
O aliciamento da fé evangélica começou no Maranhão em 1996, sobretudo após a morte dos líderes religiosos que mantinham a doutrina da igreja dentro dos padrões, digamos, mais santificados.
A morte destes líderes levou ao poder toda uma geração de “pastores” adeptos da prosperidade material e sedentos do “reino de Deus” aqui mesmo na terra.
A unção passou a ser substituída pela emoção e a busca de Deus pela busca do ouro.
O sucesso material destes pastores – sobretudo pentecostais e neopentecostais - chamou atenção de outras seitas. A teoria do usufruto material ganhou adeptos em várias ramificações da Batista e agora ganha também igrejas mais tradicionais, como a Prebisteriana.
É a troca de favores e uso da fé em seu estado mais mundano.
Em 2006 essa prática ganhou proporções gigantescas. Até a presença de crente em chapa de ateu era vista como “benção de Deus”. Repetiu-se em 2008 e repete-se em 2010, não importa o poderoso de plantão.
Em troca de dinheiro, cargos e poder, o pastor vende ou aluga templos e fiéis a qualquer político que se proponha a pagar – não importa o partido, não importa a ideologia, não importa a crença, não importa a fé.
Pelas mãos dos “prósperos pastores”, o político satanizado de ontem pode ser o divino de hoje. O comunista-ateu-e-comedor-de-criancinhas vira, de uma hora para outra, “irmão-em-Cristo-Jesus-e-ungido-do-Senhor”.
Pagou, levou!
Felizmente, como antítese à Teologia da Prosperidade, vingou um pensamento popular tão antigo quanto a humanidade: a Lei da Compensação - aquela que dá a estes líderes e suas “crenças” a proporção da sua cobiça, “até a quarta geração” daqueles que a desobedecem.
Os exemplos, aqui mesmo no Maranhão, estão aí para serem mostrados…