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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Da Veja: Carlos Bolsonaro ficou semanas sem se comunicar com o pai, que chorou


Pouco depois de tomar posse, o presidente Jair Bolsonaro queixou-se das muitas tarefas que seu cargo impunha. E admitiu que não havia se preparado para enfrentá-las. Sua vocação era a farda, ele disse. E pelos próximos quatro anos, pelo menos, seria obrigado a lidar com assuntos dos quais pouco ou nada entende.
Foi uma rara confissão, principalmente porque partiu de um presidente. Da safra de generais-presidentes da ditadura militar de 64, só João Batista Figueiredo, o último, reconheceu seu desconforto com o cargo. Disse que gostava mais do cheiro de cavalos do que do cheiro do povo. Deixou o governo pelas portas dos fundos.
Bolsonaro chega ao fim do seu primeiro ano de governo com problemas físicos, mentais e à beira da exaustão. Queixa-se de dormir pouco, quase sempre se refugiando de madrugada no closet do seu quatro no Palácio da Alvorada para consultar as redes sociais e, se necessário, transmitir ordens a seus auxiliares.
Ainda não se recuperou plenamente das consequências da facada que levou em Juiz de Fora em 6 de setembro do ano passado. Sente dores vez por outra. Causa-lhe incômodo o artefato que lhe puseram no abdómen quando o costuraram da última vez. Assim como o uso frequente de um colete à prova de bala em cerimônias públicas.
Faltam-lhe paciência e concentração para a leitura de documentos, mas não só para tal. A leitura jamais foi seu forte. Simplesmente não gosta de ler, e é obrigado a ler, no mínimo, os documentos que assina. É muito zeloso quanto a isso. Seus assessores costumam sumarizar tudo o que submetem ao seu exame.
Por falta de hábito, e cuidado com a saúde, evita reuniões fora do horário estrito do expediente no Palácio do Planalto. Recebe poucas pessoas no Palácio da Alvorada. Sua mulher, Michelle, zela por seu sossego, só interrompido em casos de emergência ou quando ele, Bolsonaro, ansioso por natureza, o interrompe.
Os filhos são motivo de preocupação constante do presidente. Um deles mais do que os outros: Carlos, o Zero Dois, vereador no Rio de Janeiro, e dono das senhas do pai nas redes sociais. Carlos é o mais imprevisível dos três. E o mais instável. Recentemente, ficou semanas sem se comunicar com Bolsonaro. Que chorou por isso.
A Secretaria de Comunicação Social da presidência da República ainda não disse onde Bolsonaro e a família se refugiarão no período das festas do fim de ano. Nem quantos dias ficarão fora de Brasília. Antes disso se saberá se as manchas encontradas no corpo de Bolsonaro são ou não sinais de câncer de pele. Por Ricardo Noblat, da VEJA

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