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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Asa Branca morre aos 57 anos, um dos maiores locutores de rodeio do Brasil


ISABELLE COLINA / UOL

Waldemar Ruy dos Santos, o Asa Branca, um dos maiores locutores de rodeios do Brasil, morreu nesta terça, 4, aos 57 anos. Ele era portador do vírus HIV, tinha oito válvulas na cabeça e câncer na garganta e na base da boca. Ele estava internado no Instituto do Câncer, na Zona Oeste de São Paulo.

A notícia foi confirmada no Instagram oficial do locutor. Ainda não há informações sobre o velório, mas o corpo será sepultado em Turiuba, no interior de São Paulo, cidade natal do locutor
Saúde

Por causa dos vários problemas de saúde, o locutor chegou a ser internado diversas vezes. Em um delas, a sua esposa, Sandra dos Santos, acusou o Hospital Municipal Vereador José Storopolli de maus tratos.

No dia 29 de dezembro ele foi transferido para o Instituto do Câncer, ICESP. A última internação de Asa Branca ocorreu neste domingo quando Sandra recebeu a notícia de que o locutor não sairia vivo do hospital.

Para arcar com os custos do tratamento, a família chegou a criar uma vaquinha virtual que arrecadou mais de R$ 13 mil.

Namoro com famosas e participações em novelas

Asa Branca iniciou a carreira como peão montando animais considerados muito bravos, mas parou de competir quando um touro perfurou os seus pulmões durante um rodeio. Embora tenha abandonado as montarias, ele continuou frequentando os rodeios, agora como locutor.

Asa Branca se destacou nos rodeios por causa de sua voz característica e por ter inovado no jeito de abrir os eventos de maneira cinematográfica, como pousar de helicóptero no centro das arenas. 

No auge da carreira nos anos 1990, segundo a revista Veja, Asa Branca faturava R$ 300 mil por mês em cachês, além de ter namorado artistas famosas como Alexia Dechamps e Isadora Ribeiro. Ele também fez participações especiais em novelas da Globo, como "Mulheres de Areia" (1993) e "O Rei do Gado" (1996). 

Além de rodeios, o locutor apresentou atrações importantes no sertanejo, como o especial Amigos, em 1995, e o Som Brasil, programa que buscava mostrar a importância das músicas regionais para as grandes capitais. 

Os documentários "A Última Voz dos Rodeios" e "Asa Branca- A Voz da Arena" revelaram sobre a vida nos rodeios e a rotina médica em que ele se submeteu em decorrência da Aids, da criptococose, conhecida popularmente como "doença do pombo". Os documentários mostraram também que ele se envolveu com drogas, festas em excesso, álcool entre outras coisas. 

O locutor se apresentou pela última vez na abertura de rodeio de Fernandópolis, SP, em 2018.
Arrependimento

Após ser diagnosticado com câncer, Asa Brancase arrependeu de ter maltratado os animais nos rodeios usando choques em touros para que eles pulassem mais.

"Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios", disse à revista Veja. "Dos rodeios grandes aos pequenos, a festa era de alegria para o público, mas de dor e sofrimento para os bichos", contou Asa Branca.

Asa Branca seria homenageado com a medalha da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo, mas, por conta da doença, ele não pode participar.

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