A realidade, no entanto, mostra-nos que o país foi sequestrado, há muito tempo, pela ‘máfia’ política que comanda o Congresso Nacional, órgãos e instituições. São os ‘donos do poder’ que decidem os rumos das coisas em qualquer governo, seja de esquerda ou de direita. Ninguém governa sem fazer acordos – muitos deles escusos e imorais – com as velhas raposas adeptas do fisiologismo, da troca de favores e do toma lá dá cá.
Em troca de apoio no Congresso, o governo termina cedendo às pressões e fatia o governo. Ministérios são tomados de assalto por verdadeiras quadrilhas que montam seus ninhos de corrupção, e passam a desviar dinheiro público, principalmente, através do superfaturamento de obras e serviços. Uma prática corrupta antiga que tem sido revelada pelas investigações da operação Lava Jato. O presidente que tentar barrar essa sangria dos cofres públicos, contrariando interesses das ‘máfias’, não consegue governar.
Essa espécie de ‘operação mãos limpas’ à brasileira, comandada pelo juiz Moro, causa descontentamento àqueles que constituíram grandes fortunas por meio de assaltos aos cofres públicos. O oligarca Sarney é dos representantes dessa política do fisiologismo, da troca de favores. Sempre usou o poder em benefício próprio, de familiares e amigos mais próximos. Perder privilégios e força política para barrar investigações deve causar desespero e revolta.
Essa revolta pode ser justificada pelo envolvimento da filha, Roseana, e do fiel escudeiro Edison Lobão, no esquema do propinoduto da Petrobras investigado pela Lava Jato, como revelado por um ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa. Além disso, Roseana, juntamente com o ex-chefe da Casa Civil, João Abreu, teriam recebido R$ 3 milhões de propina para liberação de pagamento de precatórios à Constran.
Por tudo isso, quando diz que é necessário recorrer ao STF, Sarney trabalha para desqualificar as investigações da Lava Jato e todo o trabalho de desmonte de um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo políticos. Tudo para salvar a pele da filha e de aliados. Trabalha, portanto, para a continuidade da impunidade e da prática da corrupção no país.
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