Roberto
Carlos está novamente no topo das paradas de sucesso, ultrapassando,
inclusive, a mítica marca de um milhão de discos vendidos, o que não
acontecia com o cantor há mais de dez anos. A responsável pelo sucesso é
a ultrarromântica “Esse Cara Sou Eu”.
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Roberto Carlos com Nanda Costa e Rodrigo Lombardi, protagonistas de "Salve Jorge" Foto: TV Globo/Estevam Aavellar |
A música descreve os sentimentos de um homem apaixonado que idolatra sua
amada, como deixa claro o trecho inicial (veja vídeo com a letra
abaixo): “O cara que pensa em você toda hora. Que conta os segundos se
você demora. Que está todo o tempo querendo te ver. Porque já não sabe
ficar sem você”.
Ao mesmo tempo em que faz sucesso nas rádios e na TV, a música gerou
piadas nas redes sociais. Em paródias no Facebook, internautas postaram
mensagens que diziam que o tal “cara” não é romântico, mas um chato,
inseguro e dependente da parceira. Piada ou não, a brincadeira levanta a
pergunta: o homem descrito na música “Esse Cara Sou Eu” agrada ou
afugenta as mulheres?
Ao falar da sua intenção ao compor a
canção no dominical “Fantástico”, na TV Globo, Roberto disse que esse
homem é, sim, o ideal feminino. “Essa música eu fiz para falar do cara
que toda mulher gostaria de ter. E do cara que eu tento ser”, contou o
mais popular dos cantores brasileiros.
"Virando um chato"
No entanto, Lana Harari, psicóloga e terapeuta de casais, pondera que a
maioria das mulheres só se encanta por um homem assim durante um período
do relacionamento. “No início ou no auge da paixão, é possível um
parceiro que dê tantas demonstrações derramadas do seu amor agradar. Mas
depois isso pode acabar cansando a mulher. Ele acaba virando mesmo um
chato”, analisa.
Quando este comportamento ultrapassa o estágio da paixão, a relação pode
acabar entrando num terreno perigoso, de acordo com a psicanalista
Luciana Saddi, autora do livro “Perpétuo Socorro” (Jaboticaba), que
aborda uma crise amorosa. “O exagero da demanda pode acabar resultando
em violência. Alguém que passa o tempo todo pensando na mulher exige
dela o mesmo comportamento. Ele fica insatisfeito quando ela não dá esse
retorno”, pondera. “A paixão se transforma em perseguição”.
Luciana enxerga traços de imaturidade nesse tipo de homem. “Um indivíduo
assim pode ser comparado a um bebê vivendo a fantasia aterrorizante de
perder a mãe. Ele é dependente da parceira, sua existência depende
dela”, avalia a psicanalista.
Para Luciana, os relacionamentos reais ficam longe dessa versão
idealizada de amor da música de Roberto. “É uma ideia de que o casamento
vai dar tudo o que você precisa. Mas os casamentos são insatisfatórios,
porque é impossível atender todas as demandas do outro. E isso não é um
problema, mas uma realidade”, pontua a psicanalista.
“Muitas mulheres desperdiçam a chance de ser feliz com um homem legal
porque ficam esperando esse cara que dê conta de tudo”, alerta
psicanalista. “O risco é que esse cara pode acabar nunca chegando”,
finaliza Luciana.
BarradoCordaNews
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