Está
marcada para a próxima segunda-feira (17), em São Luís, a sessão do
Tribunal de Júri que julgará Pedro Teles – irmão do deputado estadual
Rigo Teles (PV) – acusado de encomendar a morte do trabalhador
rural Miguel Pereira Araújo, o Miguelzinho, que teria invadido terras do
empresário em Barra do Corda.
Também vão a julgamento os acusados de executar o serviço, Moises Alexandre Pereira e Raimundo Pereira. O crime ocorreu em 1997.
Para
quem não lembra, a notícia do pedido de transferência dessa sessão do
júri, de Barra do Corda para São Luís, foi a última postada por Décio Sá
em vida (reveja). No mesmo dia em que publicou o post, ele foi assassinado na Avenida Litorânea.
O
advogado dos pistoleiros pediram o desaforamento sob a alegação de que
das 25 pessoas inicialmente selecionadas para participar do júri popular
– sete seriam escolhidas para compor o corpo de jurados -, pelo menos
20 tinham ligação com Pedro Teles, seu pai, o prefeito Manoel Mariano de
Sousa, o Nezim, ou o deputado Rigo Teles.
O
pedido foi concedido no dia 2 de outubro deste ano, pelo juiz José
Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular d 4ª Vara do Tribunal do Júri.
“Designo o dia 17 de dezembro de 2012, às 08h30min, para a Sessão de
Julgamento de Júri Popular a se realizar no auditório do Fórum José
Sarney Costa”, despachou.
Manobra
Apesar
de confirmada a sessão, os advogados de defesa ainda manobram para
tentar protelar o julgamento. Eles arrolaram, em cima da hora, uma
testemunha que mora em Pedreiras. José Itamar Batista Pinheiro não foi
intimado, e não se sabe se comparecerá.
Os
advogados, então, pediram o adiamento do julgamento. Mesmo assim, o
juiz decidiu, na quinta-feira (13) abrir a sessão, como marcado. Ele
apreciará apenas na segunda esse último pedido da defesa.
“Reservo-me
para apreciar o pedido de fls. 1417 [adiamento do julgamento] no
momento da abertura da sessão do Tribunal do Júri. Aguarde-se a data do
julgamento popular”, decidiu.
Dos
três acusados, apenas os dois pistoleiros estão presos. Trabalhadores
rurais sem-terra devem fazer uma manifestação no fórum do Calhau, onde
ocorrerá a sessão do júri.