Apesar de pedidos de clemência vindos de ONGs internacionais e mesmo
diretamente da presidente Dilma Rousseff, o brasileiro Marco Archer
Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na tarde deste sábado na
Indonésia pelo crime de tráfico de drogas.
O cumprimento da pena capital foi confirmado pelo porta-voz da Procuradoria Geral do país, Tony Spontana, à BBC Indonésia.
Preso
desde 2003 depois de ser flagrado no aeroporto da capital Jacarta com
13,4kg escondidos em ferragens de uma asa delta, o carioca foi condenado
à morte em 2004.
Ele é não apenas o primeiro brasileiro a ser
executado no exterior, mas também o primeiro ocidental morto pelas
autoridades da Indonésia, país em que o tráfico de drogas é punido com a
esta pena.
Archer e outros quatro prisioneiros estrangeiros,
foram fuzilados pouco depois às 00h30h (15h30 de Brasília) na prisão de
segurança máxima da Ilha de Nusakambangan, na costa de Java, no Oceano
Índico.
Uma sexta condenada, do Vietnã, foi executada na cidade de Boyolali, no leste do país, às 00h46 do horário local.
Antes
da execução, o brasileiro teve a chance de um encontro com seu parente
mais próximo, a tia Maria de Lourdes Archer Pinto, de 61 anos, que
viajou do Brasil levando alguns itens para sua última refeição.
Pedido negado
Na
sexta-feira, após uma semana de tentativas, Dilma conseguiu falar por
telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para fazer um apelo
pessoal pelas vidas de Archer e do outro brasileiro preso na Indonésia
por tráfico de drogas, Rodrigo Muxfeldt Gularte - também condenado à
morte, com execução prevista para fevereiro.
O
pedido foi negado por Widodo. Segundo um comunicado do Palácio do
Planalto, o presidente indonésio disse que não poderia comutar a
sentença de Archer e Gularte, porque "todos os trâmites jurídicos foram
seguidos conforme a lei indonésia, e aos brasileiros foi garantido o
devido processo legal".
Tentativas
de ao menos adiar a execução foram feitas também pela Anistia
Internacional, mas os planos esbarraram no apoio popular à pena de morte
para traficantes entre a população da Indonésia, que é de maioria
muçulmana.
Além disso, Widodo
foi eleito com uma plataforma política em que o rigor no combate ao
crime fazia parte das promessas de campanha.
O Palácio do Planalto ressaltou que isso deve ter consequências negativas para a relação entre Brasil e Indonésia.
"A
presidenta lamentou profundamente essa posição do governo indonésio e
chamou a atenção para o fato de que essa decisão cria, sem dúvida
nenhuma, uma sombra nas relações dos dois países", disse o assessor
especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco
Aurélio Garcia.
BBCBrasil
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