Depois de ser oposição ao grupo político
liderado pelo senador José Sarney, na década de 90, tendo iniciado a
carreira dentro deste grupo e retornado em 2003, sempre mantendo como
base política a cidade de Coroatá, o deputado estadual e ex-secretário
de Saúde Ricardo Murad tenta reagrupar os políticos do grupo derrotado
nas eleições de 2014 sob suas asas e construir, a partir da Assembleia
Legislativa, um grupo de oposição ao governo Flávio Dino. No entanto, a
maneira de lidar com os aliados em estilo que lhe rendeu a denominação
de ‘trator’ faz com que a tentativa de se tornar o líder da oposição a
Flávio Dino não consiga encontrar apoio entre os correligionários.
A avaliação, unânime e coerente, é tanto de aliados como de adversários de Ricardo Murad.
Desde a volta de Roseana Sarney ao
governo do Estado, em 2009, por conta da cassação do mandato do
governador Jackson Lago (PDT), Ricardo Murad, que na década de 90 era
adversário ferrenho da ex-governadora, tornou-se o homem forte do
Palácio dos Leões e ficou responsável pelo comando de uma das mais
importantes secretarias.
Nos últimos cinco anos o programa “Saúde
é Vida” se tornou a ‘menina dos olhos’ do governo do Estado. Voltado
para a construção de dezenas de hospitais, cujos locais eram definidos
mais por critérios políticos do que técnicos, o programa virou até mote
de campanha de Ricardo Murad, em 2010, cujo slogan usado para pedir
votos foi “Mais hospitais para o povo”.
Porém, as previsões de construção dos
hospitais não foram cumpridas e a promessa de que até 2013 todos
estariam entregues, inclusive com divulgação em outdoor, acabou ficando
somente no discurso.
Praticamente todos os que foram
construídos se tornaram ‘elefantes brancos’, pois as prefeituras das
pequenas cidades, onde estão localizados, não têm condições de manter
essas unidades de saúde, e tal situação provocou desgaste do governo do
Estado, inclusive com os prefeitos.
Na relação com a classe política, a
postura adotada por Murad, que conseguiu eleger a filha e o genro
deputados estaduais, provocou atritos que se tornaram insuperáveis. E
agora, nos primeiros dias do governo Flávio Dino, a tentativa do
ex-secretário de Saúde de comandar a oposição ao atual governo não
encontra respaldo dentro do próprio PMDB. As principais lideranças da
legenda, como o deputado estadual Roberto Costa e o senador João
Alberto, rechaçaram qualquer possibilidade do partido lançar candidatura
para enfrentar Humberto Coutinho na disputa pela presidência da
Assembleia Legislativa.
A opção do PMDB é construir espaços para
ganhar cargos na Mesa Diretora da Casa, medida apoiada, inclusive, pelo
senador suplente Edinho Lobão, que já se manifestou contrário à
proposta defendida por Ricardo Murad.
Marrpa
Nenhum comentário:
Postar um comentário