Viatura recolhida a garagem por falta de combustível |
Curioso e
querendo dar explicações a população o Blog procurou (em 31/10) a Companhia de Polícia, lá
se encontravam três policiais vendo televisão sem muita preocupação, indagados
sobre o problema, um deles disse que quer trabalhar, porém não há como atender
as ocorrências, pois a viatura continua sem combustível. Fatos como esses estão
ficando rotineiros e a resposta é sempre a mesma, a viatura não tem
combustível.
O artigo 144
da Constituição Federal atribui todo o dever ao Estado, dando-lhe toda a
responsabilidade de zelar pela segurança dos cidadãos, fato que
irresponsavelmente não vem sendo cumprindo nem a distância pelo atual governo
que peca por irreparável omissão provocando consequências desastrosas com
inúmeros incidentes criminais que ocorrem diariamente.
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Major Arlan, sec. de Seg. Aloisio Mendes e o Cel. Franklin |
Tuntum,
assim como outros
municípios é exemplo do descaso empreendido por quem não tem
compromisso de assegurar, pelo menos, as garantias primárias de seus cidadãos.
Investigando o caso com maior profundidade, mediante informações privilegiadas
de dentro da corporação, obtive uma planilha que identifica o repasse de
recursos aos Batalhões e as Companhias de Policias para suprirem suas
necessidades diárias de trabalho, principalmente de locomoção.
De
acordo com as informações o 5º Batalhão de Polícia de Barra do Corda, a quem a
Companhia de Polícia de Tuntum é subordinada tem um orçamento anual superior a
R$ 200,000,00 para arcar com combustíveis, peças de reposição para os veículos,
prestação de serviço, etc, a oito municípios: Fernando Falcão, Jenipapo dos
Vieiras, Itaipava do Grajaú, Arame, Barra do Corda, Formosa da Serra Negra,
Tuntum e Grajaú. Com os recursos são adquiridos para o consumo anual 32 mil
litros de óleo diesel, 22 mil litros de
gasolina, 250 litros de óleo lubrificante, 58 filtros de óleo, R$ 5.000,00 para
prestação de serviço e R$ 39.000,00 para peças de reposição.
Entre todos
os municípios citados só Barra do Corda, Grajaú e Tuntum tem um contingente
populacional superior a 40 mil habitantes, os demais estão na média de 15 mil, reduzindo bruscamente o consumo e os
gastos com combustível em comparação com os três primeiros que exigem uma
vigilância mais ostensiva. De toda frota, praticamente todos os veículos são a
diesel o que pode haver uma sobra substancial dos 22 mil litros destinados as viaturas a gasolina, podendo, com certeza, ser convertida nos postos conveniados pelo próprio óleo diesel.
Um dos exemplos
de independência financeira e organização é a companhia de Polícia de Presidente
Dutra que mesmo com os parcos recursos que recebe anualmente gerencia de forma
econômica o seu orçamento redistribuindo-os de forma ordenada entre os 13
municípios subordinados. Anualmente são 21.500 litros de gasolina e 16 mil
litros de óleo, números que estão bem abaixo do Batalhão de Barra do Corda.
O que é inconcebível é a única viatura de Tuntum ficar parada por falta de combustível
deixando a sociedade a mercê da criminalidade. Boa parte da população, de forma
desconhecida, entende que a manutenção da viatura policial é de
responsabilidade da prefeitura e que existe uma parceria entre estado e
município nesse sentido, contudo, não é verdade, pois não existe nenhuma
parceria formal ou informal que garanta ao município bancar as
responsabilidades do Estado com a segurança pública.
A explicação foi dada ontem pelo prefeito Dr.
Tema que disse que a prefeitura faz além do que pode. “Nós não temos parceria
nenhuma, segurança pública é um dever do Estado, nós já fazemos além do que
podemos, por exemplo, toda despesa com alimentação com os policiais é nossa,
pagamos mensalmente R$ 3.000,00, ou seja, já estamos fazendo aquilo que não é
de nossa responsabilidade só para ajudar”, disse. Ainda fora de sua obrigação a
prefeitura mantém a Companhia de Polícia de Tuntum de funcionários, material de
limpeza e expediente.
Enquanto o
Estado cruza os braços a população paga o preço por sua ineficácia, todos os
dias temos informações de assaltos a mão armada à luz do dia, crimes e mais
crimes, uma verdadeira desordem promovida pela falta da força pública nas ruas,
que sem condições fica de mãos atadas e aquartelada obrigatoriamente, enquanto
criminosos deitam e rolam. Mas o caos não está instalado só na Polícia Militar,
a Polícia Civil vive o mesmo dilema sem delegado e sem investigadores. Com a
palavra o “melhor governo da minha vida”...
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