Por Wendel A.S, especial para o blog do Lobão
O jovem Valdemir Da Silva Lima Freitas, mais conhecido como
“Releta”, concluiu sua formação para o Corpo de Bombeiros de Sintra, distrito
de Lisboa em Portugal. A cerimônia ocorreu no ultimo domingo (24) no quartel da
corporação e contou com a presença de autoridades locais e familiares.
Para quem foi criado em Tuntum, ou qualquer outra cidade
pequena no Nordeste, sabe de coisas que só se encontram naquela cultura, tipo: banhar
na chuva, namorar na praça, sentar na calçada para conversar com vizinhos e
amigos, o calor humano e a solidariedade são coisas que só se encontram naquela
região.
Criado pela avó, a dona Eunice do seu Carrim, e pela tia,
Dalvinha, na Avenida Joacy Pinheiro, Releta faz questão de guardar as
recordações de quando morava em Tuntum. “Sinto muitas saudades dos amigos, de
jogar bola no ginásio, das resenhas até tarde da noite sentado nas calçadas...
Aqui em Lisboa não tenho isso, a vida de imigrante é muito difícil!”, ponderou.
No entanto, muitas pessoas que buscam uma vida com melhores
condições financeiras saem de Tuntum para cidades grandes. Com o Releta não foi
diferente. Após o fechamento da sua empresa em 2005, ainda em Tuntum, Releta
casou-se com sua esposa, Nailza Lima, filha da dona Nadi do Tuntum de Cima, e
juntos decidiram ir para Palmas, capital do Tocantins, e de lá para Lisboa em
2007.
A vida em Lisboa
O sonho de uma vida melhor num país rico move corações de
muitos brasileiros que saem do Brasil com destino para países do continente
europeu. A moeda forte; lugares lindos; a culinária; os vinhos; a sensação de
segurança etc, são alguns dos fatores que encoraja o espírito aventureiro de
qualquer imigrante.
No entanto, a realidade enfrentada não tem nada do glamour
das fotografias, apenas muito trabalho, saudades de casa e poucos direitos. Até
que consiga se legalizar, o imigrante passa por um processo de grandes
dificuldades. Com o Releta não foi diferente. “Cheguei aqui em Lisboa em 2007.
No início foi muito difícil. Só não passei fome porque uma senhora nos
ajudava”, lembrou.
Além de tantas dificuldades, imigrantes ilegais costumam ser
explorados por patrões desleais. De acordo com relatos, é comum ouvir histórias
de pessoas que foram submetidas a jornadas de 16 ou mais horas de trabalho por
dia, e, muitas vezes, sem receber o salário combinado.
Planos
Longe de casa e da família, o imigrante tem uma companhia
constante: a saudade. “De Tuntum eu sinto falta dos amigos, das resenhas nas
calçadas, de jogar futebol etc.” lembra Releta, que, entre uma reflexão e outra,
faz planos de fazer uma visita: ”Penso em ir a Tuntum nas minhas próximas
férias” disse. “Antes, tínhamos o projeto de voltar, mas as filhas vão
crescendo e o sonho fica mais distante. Hoje em dia nossa vida está aqui, mas a
saudade é um sentimento constante”, concluiu.
A cidade e Tuntum pode ser orgulhar de um dos
seus filhos que a representa com tamanha competência, responsabilidade, caráter
e simpatia na Europa. Semelhantes qualidades foram sem dúvidas adquiridas na
pequena cidade que representa o pulsar do coração no Estado do Maranhão.
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