terça-feira, 18 de julho de 2017

Após 8 meses, desaparecimento de PMs ainda não é esclarecido

A polícia do Maranhão diz ainda não ter informações concretas sobre o caso e afirma ser segredo de justiça, segundo familiares.


Após oito meses do desaparecimento dos dois policiais militares em Buriticupu, Cabo Júlio César e Soldado Alberto, familiares das vítimas falam sobre a angústia na espera de informações.
A ex-mulher do Cabo Júlio César, Claudia Reis, conta que já chegou a pedir apoio da Organização das Nações Unidas-ONU, e em breve vai enviar uma carta para o Ministério da Justiça de Brasília em busca de ajuda, a fim de descobrir o que aconteceu com os dois policiais, especialmente com o marido.
“Já escrevemos uma carta para o ministro da justiça e estamos pensando em ir pessoalmente na Procuradoria Geral da República e procurar apoio até puder, nós precisamos de resposta”, disse Cláudia Reis.
“Porque fizeram isso? A gente acredita que todos já estão sabendo o que aconteceu. Temos certeza que estão escondendo. Não tem condição de uma cidade pequena como aquela sumir dois policiais com o carro conhecido e ninguém saber. Oito meses se passaram e ninguém diz nada, não procuram a família para informar nada. Tudo o que sabemos é pela imprensa”, conta Cláudia.
A polícia do Maranhão diz ainda não ter informações concretas sobre o caso e afirma ser segredo de justiça, segundo familiares.  A falta de explicações entristece ainda mais a mãe do Cabo Júlio, emocionada, Josefa Freire faz um apelo:
“A família precisa saber. Eu preciso encontrar o corpo do meu filho e dar a ele um enterro digno.  Esse sofrimento não está me deixando ter paz, a dor de uma mãe é incomparável”, disse Josefa.
De acordo com o Secretário de Segurança do Estado, Jeferson Portela, os trabalhos estão avançados e o inquérito está em posse do juiz da justiça militar de São Luís, e as prisões foram decretadas com base nas provas. “Nós já trabalhamos com o sumiço deles como um homicídio, e esse inquérito será finalizado com o indiciamento dos autores”, completa o secretário.
Entenda o caso
Os policiais sumiram no dia 17 de novembro de 2016, na cidade de Buriticupu. No dia que desapareceu, o soldado Alberto Sousa se apresentou às 8h na 14º Companhia Independente da Polícia Militar. Ele nem chegou a cumprir todo o expediente, pois pediu ao seu superior para sair mais cedo.
No dia seguinte, segundo a escala da polícia, o soldado estaria de plantão, mas não apareceu. Informações de testemunhas davam conta de que ainda na noite de quinta-feira (17) o soldado tinha sido visto em companhia do cabo Júlio César da Luz Pereira, que era lotado no município de Estreito, mas como estava de licença médica morava em Buriticupu.
O carro que estava sendo usado pela dupla, pertencente ao soldado Alberto Sousa, foi localizado dias depois do desaparecimento em um assentamento na zona rural do município. Depois disso, duas informações chegaram à polícia sobre corpos encontrados em Arame e Zé Doca, mas nada foi encontrado nas buscas.
A prisão
Na noite da terça-feira (30/05), foram detidos os suspeitos da autoria do assassinato policiais militares desaparecidos. Atendendo a pedido da delegada Nilmar da Gama Rocha, a Justiça Federal prendeu os acusados.
O habeas corpus
O Tribunal de Justiça do Maranhão acatou o pedido de habeas corpus da defesa do tenente da Polícia Militar, Josuel Alves de Aguiar, apontado como um dos três responsáveis do assassinato de dois policiais militares na cidade de Buriticupu, em novembro do ano passado.
Na decisão o desembargador José Ribamar Fróz Sobrinho alegou que não há provas para manter a prisão do tenente. Com a decisão, Josuel Alves fica proibido de manter contato com testemunhas do processo, de sair do Maranhão sem autorização judicial e também deverá se recolher à noite.
Ma10

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