sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Bolsonaro vai manter Bebianno e filho será afastado de questões do governo


O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , permanecerá no cargo. A decisão foi comunicada a ele nesta sexta-feira durante reunião a portas fechadas no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz. A informação foi confirmada ao GLOBO por fontes do Palácio.
Na conversa, Onyx disse a Bebianno que ele se manterá no cargo com suas atribuições integrais. O chefe da Casa Civil classificou a crise como “um acidente do percurso”.
Ao deixar o Palácio do Planalto para almoçar, Bebianno foi questionado pela reportagem da TV Globo sobre uma suposta crise no governo e respondeu: “Para mim, não tem crise nenhuma”.
O ministro, que estava acompanhado da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse também que não sabe se permanecerá no comando da pasta.
— Estou aqui, não estou? — disse o ministro ao ser indagado sobre o assunto.
Diante de nova pergunta sobre o tema, ele afirmou:
— Não sei. Quem é que sabe, né?
Alvo de uma crise amplificada pela filho do presidente Carlos Bolsonaro (PSC) , vereador do Rio, Bebianno recebeu o apoio de ministros palacianos, militares do governo e parlamentares, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia .
Eles consideraram grave o envolvimento de familiares de Jair Bolsonaro com o governo e atuaram para segurar Bebianno no cargo e, consequentemente, evitar a imagem de que o rumo do Palácio é ditado pelos filhos do presidente. O trio que possuim cargos eletivo é apontado como um gerador de crise para Bolsonaro.
Bebianno recebeu o apoio dos colegas do Palácio e foi aconselhado, nesta sexta-feira, a se recolher nos próximos dias e evitar declarações à imprensa. O grupo que atuou para contornar o entrevero avalia que a apresentação do texto da reforma da Previdência ajudará a tirar os holofotes da crise.
O secretário-geral da Presidência esperava ser recebido pelo presidente, de quem foi coordenador da campanha. Por ora, não há previsão de que o encontro acontecerá.
Envolto numa crise provocada pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, que trabalha pela demissão do desafeto no governo, o ministro passou os últimos dias tentando se segurar no cargo. Bebianno enfrenta um processo de desgaste provocado por denúncias envolvendo irregularidades na sua gestão à frente do caixa eleitoral do PSL, partido dele e de Bolsonaro. Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo” , durante as eleições, então coordenador da campanha de Bolsonaro, Bebianno liberou R$ 400 mil do fundo partidário a uma candidata que teve apenas 274 votos. A suspeita é de que ela tenha sido usada como laranja pela legenda do presidente da República. (O Globo)


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