Eterno ministro de Meio Ambiente dos governos FHC e Temer, o deputado federal Sarney Filho (PV) tem enfrentado caminhos tortuosos em sua obstinada trajetória rumo à candidatura ao Senado Federal.

A menos de um ano da eleição, o irmão da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) quebra a cabeça para convencer os aliados João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB, a desistirem da reeleição. O consenso entre os Sarney que o grupo só consegue fazer senador se lançar candidatura única.

Amargando em posições nada animadoras nas pesquisas de intenção de voto, o herdeiro do bigode do oligarca José Sarney (PMDB) ainda precisa fugir do estigma de pertencer ao governo mais rejeitado do país desde a redemocratização, após ter participado ativamente do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) e salvado Michel Temer (PMDB) por duas vezes. O eleitor maranhense promete cobrar a fatura no próximo ano.

Não bastasse tudo isso, Sarney Filho sequer tem garantida a legenda para participar da disputa. Em conversas com o DEM, PSD e com o PMDB, o ministro tentou apoderar-se do PSDB na expectativa de fechar aliança com o governador Flávio Dino (PCdoB), inviabilizando, por tabela, a candidatura da irmã ao Governo do Estado. Perdeu a queda de braço com Roberto Rocha (PSDB), todavia ainda não desistiu de assegurar sua vaga no palanque dinista, por mais absurda que tal hipótese pareça.

Afinal, desde 1990 que o favorito ao Palácio dos Leões consegue arrematar as cadeiras em disputa para senador. E essa não é necessariamente a perspectiva em torno de Roseana.