sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Investigação da PF sobre fundo de pensão cita nome de Sarney



foto Sarney 6

O relatório da Polícia Federal relacionado às investigações sobre a organização do doleiro Fayed Traboulsi menciona o nome de, pelo menos, seis parlamentares, um deles do ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP). Outros três são Davi Alcolumbre (DEM-AP), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Waldir Maranhão (PP-MA), conforme revelou o GLOBO na edição online de ontem. A relação foi enviada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e, depois, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O nome de Sarney foi citado por um dos investigados na operação. Numa entrevista ao GLOBO, Davi Alcolumbre disse que, numa das conversas que teve com Fayed, o doleiro fez perguntas a ele sobre o senador. Ele negou, no entanto, que os dois tenham conversado sobre fundos de pensão ou qualquer outra das atividades do doleiro que estão sob investigação. Alcolumbre, Gomes e Maranhão tiveram conversas gravadas pela polícia.
Nos documentos remetidos pela polícia não constam gravações de conversas do senador. Segundo uma autoridade que acompanha o caso de perto, o nome de Sarney aparece de forma “unilateral”, ou seja, não há indicação de que o senador saiba de que esteja sendo citado. Procurado pelo GLOBO, por intermédio da assessoria de imprensa, Sarney disse que não conhece Fayed, nem a ex-secretária Flávia Peralta, funcionária do Senado investigada pela PF.
- O senador não conhece o Fayed, não conhece essa moça e se seu nome foi citado, foi citado indevidamente – disse um dos assessores do senador.
Os autos da Operação Miquéias foram enviados ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá ao STF analisar o material para saber se o abre inquérito sobre o caso.

Um comentário:

  1. MA: doleiro investigado pela PF chama político de 'chefe' em diálogo

    Um diálogo no qual o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) marca um encontro no Palácio dos Leões, sede do governo em São Luís, com o doleiro suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de fundos de pensão foi interceptado pela Polícia Federal. A conversa entre o parlamentar e o doleiro Fayed Traboulsi foi gravada com autorização da Justiça e faz parte do inquérito da Operação Miqueias, da Polícia Federal, aberto em fevereiro do ano passado e que apurou movimentação suspeita de R$ 300 milhões em 18 meses. Além de Waldir Maranhão, a PF identificou que pelo menos outros dois deputados federais mantinham algum tipo de contato com integrantes da quadrilha investigada. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.



    Eduardo Gomes (PSDB-TO), secretário do governo do Tocantins, e David Alcolumbre (DEM-AP) admitem que conheciam o doleiro e conversaram com ele. No entanto, os dois negam terem tratado de qualquer tipo de negócio ilegal. Além da conversa que cita o Palácio dos Leões, Maranhão foi flagrado em um outro diálogo com o doleiro, onde marcam um encontro na casa do deputado. Em outra conversa, de novembro de 2012, Fayed chama o parlamentar de "chefe" e Maranhão responde "meu irmão, tudo bem?". No diálogo, o deputado orienta o doleiro a procurar um prefeito para resolver um negócio. Maranhão foi secretário de Ciência e Tecnologia do governo Roseana Sarney (PMDB) até março de 2010. A assessoria do deputado diz desconhecer qualquer diálogo no qual Maranhão e Fayed combinam encontro na sede do governo local. Informou ainda que o doleiro esteve no apartamento do deputado num jantar oferecido a parlamentares, assessores e empresários "para apreciarem a culinária do Maranhão" e que ele chama todo mundo de "meu irmão".

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