Em conversa com o titular do blog, um dos
carcereiros que trabalha na delegacia de polícia de Tuntum, onde se encontra 19
presos, afirmou que teme uma fuga em massa a qualquer momento já que as
duas únicas celas não oferecem segurança. A cadeia pública de Tuntum foi
construída entre as décadas de 1960 e 1970 e de lá pra cá poucas reformas
sofreu, a última, por exemplo, ocorreu há quase 10 anos.
O temor dos carcereiros não é
somente em razão da fragilidade física do prédio que está quase em ruínas, mas
devido a superlotação de detentos de media e alta periculosidade transferidos
do Complexo Prisional de Presidente Dutra que no momento passa por reformas. Ao
todo vieram da cidade vizinha 22 presos, três já foram soltos por determinação
da justiça, o restante está agudando o seu pronunciamento comprimidos em duas celas
de pouco mais de 20 metros quadrados.
A
determinação para a transferência dos presos partiu da Delegacia Regional de
Presidente Dutra, que até então só encaminhava por medida de segurança a cadeia de Tuntum menores
infratores e mulheres. O investigador Iderlan Alves Pereira que vem fazendo a
função de delegado do município e de Santa Filomena informou que o promotor de justiça já esteve
na delegacia e não gostou do que viu, podendo tomar providências para fazer a
redistribuição dos presos entre as delegacias da região.
Iderlan Alves Pereira |
Os
detentos, na sua maioria, se mostram contentes com o novo ‘habitat’, já que na
Delegacia Regional os espaços eram mais reduzidos. Eles dizem que não vão fugir
por mais que seja tentador aproveitar a fragilidade das duas celas. ‘Eu só saio
pela porta da frente, na última fuga eu participei e no outro dia saiu o meu
alvará de soltura, me prenderam de novo e eu estou aqui há 7 meses, foi o pior
azar pra mim”, disse um deles que não quis se identificar.
Cadeado (pequeno) mesmo com defeito ainda é usado |
Temeroso
o investigador informou que ao receber
os detentos comunicou de imediato a justiça e a Secretaria de Segurança Pública.
Sobre a precariedade de toda estrutura do prédio, ele informou que esteve
pessoalmente com o superintendente de Polícia Civil do Interior, delegado Jair
Paiva, que prometeu tomar providências no sentido de reformar a delegacia ou
construir uma nova.
Parede dos fundos de uma das celas |
O
correto seria construir uma nova, já que as instalações do atual prédio está
sendo corroído pelo desgaste do tempo. No seu interior é visível a situação de
abandono com paredes se deteriorando por causa do excesso de umidade, o que
facilita uma fuga por meio de uma simples escavação.
Forro do gabinete do delegado |
Na última fuga ocorrida, há alguns anos, os
presos abriram um buraco na parede com uma colher e fugiram tranquilamente. O
investigador diz que vem fazendo de tudo para manter a ordem no interior das
celas e evitar uma possível fuga. “Eu fico preocupado com essa quantidade de
presos dentro de duas celas que oferecem pouca segurança, inclusive, estou
fazendo quase tudo que eles pedem, comprei ontem mesmo uma mangueira que eles
pediram para tomar banho, tudo pra agradar e evitar o pior”, disse.
O Governo do Estado há cerca de 8
anos deu inicio a construção de um prédio onde funcionaria as instalações da nova delegacia,
mas até agora não se sabe os motivos da interrupção da obra e se algum dia ela
será retomada.
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